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Imagem aérea do desastre de Brumadinho, em 2019 — Foto: Corpo de Bombeiros/MG
Imagem aérea do desastre de Brumadinho, em 2019 — Foto: Corpo de Bombeiros/MG

O rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019, despejou milhões de metros cúbicos de rejeitos na bacia do rio Paraopeba. Um dos maiores desastres ambientais do país, deixou pelo menos 270 pessoas mortas e danos ambientais sem precedentes. Uma portaria do estado de Minas Gerais publicada logo após o desastre e ainda em vigor considerou a água do rio de Brumadinho imprópria para qualquer uso. O trabalho de recuperação da área, custeado pela Vale, continua em andamento.

Como parte das iniciativas para recuperar a biodiversidade da região, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) criou, em parceria com a Vale, uma tecnologia de DNA capaz de acelerar em dez vezes o florescimento das plantas nativas da região - e, assim, acelerar o reflorestamento. O sucesso foi tanto que a técnica foi levada para dois outros biomas: Amazônia e Cerrado. Na Amazônia, o resgate de DNA e indução do florescimento precoce estão sendo usados na regeneração da floresta no entorno da Usina de Belo Monte. No Cerrado, para o reflorestamento de áreas de Felixlândia e de Paraopeba, municípios de Minas Gerais.

A geração de mudas pela UFV é feita com o DNA recolhido das plantas de Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV
A geração de mudas pela UFV é feita com o DNA recolhido das plantas de Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV

O processo começa com o resgate do DNA da planta que ainda está na região. Mesmo que estejam em processo de degradação, ainda é possível a coleta dos genes dos exemplares que estiverem verdes. Depois, os pesquisadores de Viçosa dão sequência ao enxerto: a conexão da muda gerada a partir do DNA coletado em Brumadinho com uma outra planta, a qual desenvolverá as raízes. O exemplar a ser desenvolvido será idêntico ao que vivia na região degradada.

Pesquisador da UFV faz o enxerto para a regeneração de planta de Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV
Pesquisador da UFV faz o enxerto para a regeneração de planta de Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV

Para o pesquisador Gleison Augusto dos Santos, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Viçosa, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, a recuperação do DNA é importante por possibilitar o reflorestamento com os mesmos indivíduos que já estavam no local anteriormente. Até hoje, mais de 30 espécies já tiveram seus DNAs coletados pela UFV.

Gleison Augusto dos Santos, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Viçosa — Foto: Divulgação
Gleison Augusto dos Santos, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Viçosa — Foto: Divulgação

Depois, as mudas já mais desenvolvidas são expostas a diferentes hormônios, para que sejam capazes de frutificar mais rapidamente do que o normal. Esse processo possibilita, de acordo com os pesquisadores, que uma planta que levaria mais de 8 anos para florescer chegue a esse estágio entre 6 a 12 meses.

Plantas com enxertos já colados, mas ainda sem florescimento da muda — Foto: Divulgação/UFV
Plantas com enxertos já colados, mas ainda sem florescimento da muda — Foto: Divulgação/UFV

É quando floresce e gera frutos, os quais carregam sementes, que uma planta passa a ter um papel mais relevante para a biodiversidade, porque espalha suas sementes, oferece alimentos à fauna e possibilita a ação de insetos polinizadores. Neste momento, o exemplar é levado de Viçosa a Brumadinho para ser plantado.

Muda com flores que irá ser plantada em Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV
Muda com flores que irá ser plantada em Brumadinho — Foto: Divulgação/UFV

Além da Vale, a UFV tem parceria com outras empresas para a expansão da tecnologia de regeneração de DNA em áreas degradadas. São elas: Anglo American, Gerdau Mineração, Vallourec e a Hidrelétrica de Belo Monte.

*Gabriela Guido teve supervisão de Marisa Adán Gil

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