A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, responsável pelos medicamentos Ozempic, indicado para o tratamento da diabetes tipo 2 e obesidade, e Wegovy, designado para tratar o sobrepeso, revelou aos investidores um estudo para um comprimido oral que promete ser mais eficaz para a perda de peso do que as versões injetáveis já existentes no mercado.
Nesta semana, foram divulgados dados iniciais de um ensaio experimental com o novo comprimido. O medicamento, chamado amycretin, auxiliou voluntários a perderem 13% de seu peso corporal em 12 semanas. Em ensaios anteriores, o Wegovy levou os participantes a perderem apenas 6% do peso após o mesmo período e 15% depois de 68 semanas. Isso sugere que o remédio pode ser ainda mais eficaz do que as injeções das medicações que compõem o portfólio da farmacêutica. Ambos são à base de semaglutida, uma proteína sintética que imita o hormônio GLP-1, capaz de reduzir a quantidade de açúcar no sangue e de informar ao cérebro que o usuário já está satisfeito.
Segundo a farmacêutica, assim como a semaglutida, o amycretin atua nos receptores GLP-1, além de outro hormônio chamado amilina, ambos relacionados à sensação de fome e saciedade. O estudo envolveu a administração de uma pílula de codinome NNC0487-0111 em 68 homens japoneses obesos em uma clínica em Fukoka, no Japão, e ainda está em andamento. Embora os resultados impressionem, o estudo ainda é inicial e os ensaios de Fase 1, que foram divulgados recentemente, são o primeiro passo de um processo que terá diversas etapas e testes.
Apesar disso, investidores estão entusiasmados com os resultados iniciais, já que o novo medicamento tem potencial para se tornar ainda maior do que o Ozempic e o Wegovy, que se tornaram febre nos últimos anos e ganharam as manchetes por serem usados excessivamente, em casos que, a princípio, não seriam recomendados. Outra vantagem vista pelo mercado é o fato do remédio ser administrado como um comprimido, o que evita o desconforto das injeções.
A notícia fez com que as ações da farmacêutica europeia disparassem. Na manhã da segunda-feira (4), as ações da Novo Nordisk subiram mais de 10%, atingindo um recorde nas negociações, com cerca de US$ 137 por ação, ultrapassando o valor de mercado da Tesla, do multibilionário Elon Musk, e com analistas sugerindo que a indústria pode chegar a valer US$ 100 bilhões até 2030, segundo a Reuters.