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O termo avatar já é antigo conhecido por quem usa a internet. Mas hoje, muito além de uma representação de si mesmo nos meios digitais, os avatares evoluíram e viraram ‘personas digitais’. Surgiram então os CGI (Computer Generated Imagery, ou imagens criadas por computador) influencers, ou seja, influenciadores digitais não humanos. Tudo isso parece distante do seu dia a dia? Não é bem assim.

“Temos influenciadores sendo criados para substituir as influenciadoras tradicionais, de carne e osso”, afirma Olivia Merquior, pesquisadora, empresária e idealizadora da primeira semana de moda com tecnologias imersivas da América Latina, a BRIFW. E o engajamento, segundo ela, pode ser três vezes maior, uma vez que com a inteligência artificial, o CGI reúne dados para dizer exatamente o que eu público quer ou precisa ouvir. “Esses personagens vão começar a fazer cada vez mais parte da nossa vida”.

Para desmistificar esse mercado e mostrar os impactos das novas tecnologias na cultura global, Vogue e BRIFW realizam uma série de três cursos sobre o futuro da comunicação, da criação e dos negócios. No primeiro, O Futuro da Comunicação: Avatares e CGI Influencers, Olívia falará sobre como as ferramentas da terceira fase da internet impactam a forma que pensamos, comunicamos e comercializamos nossas criações. Ao lado de convidados expoentes no mercado atual, vai mostrar não apenas as mudanças estruturais acontecendo no presente, mas as bases necessárias para uma mudança de mentalidade profissional sobre inovação, estética e comportamento.

“Queremos aproximar o leitor, não só de moda, mas o interessado em cultura de uma maneira geral, dos temas da tecnologia, fazendo com que as pessoas consigam entender não só de uma maneira operacional, mas como um ecossistema de tecnologia está transformando definitivamente as formas como a gente cria, comunica e distribui mensagens”, explica.

Em cada encontro, os participantes poderão experimentar na prática a construção de personas digitais e relações intermediadas por avatares. Os dois últimos encontros serão destinados a networking com profissionais responsáveis pelas principais novidades no mercado no Brasil, como Cairê Moreira, consultor 3D da Lojas Renner, e Pedro Alvim, gerente de Redes Sociais e Influência no Magalu.

Divididos em três temas, os cursos podem ser escolhidos de maneira independente. Cada um tem um programa de seis aulas ao vivo com duas horas de duração, totalizando 12h de conteúdo por tema. Além dos encontros ao vivo, os participantes recebem um e-Book com referências para consultas posteriores, um certificado Vogue + BRIFW na versão colecionável digital com benefícios únicos e acesso a eventos exclusivos com a profissionais que estão construindo o futuro.

As aulas serão às quartas-feiras, das 19h às 21h, via Zoom ou Nowhere. O curso O Futuro da Criação: Avatar e CGI Influencers está com matrículas abertas e acontece de 17 de maio a 21 de junho. Os próximos dois - O Futuro da Criação: Inteligência Artificial na arte, design, moda e beleza; e O Futuro dos Negócios: Marketing e Propriedade em blockchain - terão suas datas divulgadas em breve.

BRIFW — Foto: Vogue Brasil
BRIFW — Foto: Vogue Brasil

A seguir, um bate-papo com Olivia Merquior:

VOGUE Do que se trata o curso “O futuro da comunicação: avatares e CGI influencers”?

OLIVIA MELQUIOR É um curso para mostrar o ecossistema de tecnologia e como ele está transformando definitivamente as formas com que a gente cria, comunica e distribui mensagens. Temos quatro aulas teóricas, para entender de onde começou a nossa representação virtual e quais são as possibilidades de personas que estão povoando o mundo virtual, além de experiência e encontros de networking. As pessoas não podem ficar com medo da tecnologia. Precisamos saber o que está acontecendo para ter o mínimo de espírito crítico e capacidade de julgamento, seja na hora de criar e, principalmente, de consumir.

VOGUE O que é avatar e CGI influencer?

OLIVIA MELQUIOR Com CGI (sigla para computer Generated Imagery, ou imagens criadas por computador) influencer, estamos falando da evolução da ideia do avatar, que deixa de ser apenas uma figura que nos representa no mundo digital e começa a se desmembrar em diversas personalidades que intermediam a comunicação no nosso mundo. Por exemplo, você tem estrelas de k-pop hoje, bandas inteiras criadas através de inteligência artificial. Temos influenciadores sendo criados para substituir as influenciadoras tradicionais, de carne e osso. Já temos também figuras sendo criadas para representar empresas, como é o caso da Lu, do Magalu.

Todas essas personas que estão sendo criadas digitalmente têm evoluído de uma maneira muito rápida, principalmente com as novas tecnologias de construção 3D, de captura de movimento e principalmente de inteligência artificial. Cada vez mais vamos lidar com personagens que não têm uma base de carne e osso. O futuro da comunicação é para entendermos esse novo ambiente e para onde todo esse desenvolvimento está seguindo.

É uma revolução da maneira com que a gente vai começar a lidar com a comunicação. Muitas pessoas dizem que não vão querer interagir com personagens fictícios, mas pense, por exemplo, na Kim Kardashian: o que existe de real ali? Você já tocou a Kim Kardashian? Você segue essa pessoa, mas será que se ela se substituísse por uma versão digital hiperrealista, deixaria de ter o mesmo impacto? Se você nunca a viu e você interage com essa imagem digitalmente, vamos começar a nos perguntar: qual é a diferença que ela faz?

VOGUE Mas essas personas digitais têm o mesmo impacto que influenciadores humanos?

OLIVIA MELQUIOR O engajamento é três vezes maior. O influenciador digital trabalha com dados de inteligência artificial, então é muito mais fácil ele dizer exatamente o que a audiência quer ouvir naquele momento, porque ele não é uma pessoa que precisa pensar se as pessoas vão gostar, ele trabalha com os dados do mercado. A inteligência artificial cria o conteúdo e ele fala. Os dados dizem o que as pessoas querem ouvir. Você tem um ambiente muito mais controlado quando cria conteúdo para personagem virtuais.

Imagina que no K-pop você tem dez anos para treinar alguém para falar, cantar e se comportar de uma certa maneira, mas você tem aproveitamento de apenas quatro anos. Agora imagina se a partir da inteligência artificial você cria uma banda, como a Eternity (banda de K-pop criada por tecnologia de inteligência artificial), onde a partir dos dados consegue construir exatamente o rosto que as pessoas engajam mais, a forma de falar e de dançar que as pessoas engajam mais. Você tem um ambiente muito mais controlado e muito mais rápido, criado em menos de um ano. Quando o Eternity foi lançado, teve uma audiência histórica de 100 milhões de downloads do disco. Então engaja muito mais porque você controla muito mais informação. Essa persona digital não envelhece. Você tem que pensar o que faz uma adolescente se encantar por uma artista de Kpop? É a realidade dessa artista como ela é na vida real. Não, é o que ela foi treinada para fazer.

VOGUE Por que celebridades, como a Sabrina Sato (que criou a Satiko), estão criando essas personagens digitais?

OLIVIA MELQUIOR Vamos dizer que a Sabrina Sato tenha um contrato com uma empresa de beleza, a Satiko é outra pessoa, ela pode ter contrato com outra empresa de beleza. Existem pessoas reais, mas existe todo um conteúdo que só é experimentado online. No curso, a gente vai aprender todos os tipos de personas digitais possíveis.

VOGUE Um dos tópicos do curso é como criar personalidades reais de seres digitais.O que faz uma persona digital interessante?

OLIVIA MELQUIOR Não adianta você criar apenas o simulacro da Sabrina. A Satiko precisa ter vida própria. Isso é o que é interessante da Magalu: ela namora, tem seus BOs, representa a empresa, mas ela tem uma vida própria, tem um roteiro. Quanto mais interessante for a pessoa que está pensando essa personalidade por trás, mais interessante esse ser vai ser. É muito errado algumas celebridades falarem que querem ter um avatar para trabalhar menos. Esse personagem tem um stylist envolvido, uma pessoa para pensar nas ativações, roteiro, tem que pensar no comportamento, nas interações. Você tem todo um grupo de pessoas. Uma das únicas diferenças é que essa persona não tem materialidade, mas ela tem uma capacidade de comunicação que hoje em dia a gente tem visto que é muito mais está engajando muito mais do que pessoas reais, porque elas trabalham com dados.

VOGUE Você diria que é urgente os profissionais se atentarem a essas necessidades do mercado?

OLIVIA MELQUIOR Urgentíssimo. Eu sempre falo que as pessoas digitais corporativas são a evolução dos logos emblemáticos. Ao invés de você olhar os arcos dourados do McDonald's, vai ter uma persona, como antigamente tinha o palhaço Ronald McDonald's, fazendo com que as pessoas se engajem muito mais nesse personagem que vai representar a sua empresa daqui pra frente.

VOGUE Para quais profissionais o curso é destinado?

OLIVIA MELQUIOR Para qualquer pessoa que hoje esteja nas redes sociais, que trabalhe remotamente por teletrabalho. Na verdade, qualquer pessoa que esteja conectada à internet deveria se interessar, porque possivelmente ela já está interagindo com personas digitais sem mesmo saber. É essencial para profissionais que trabalham com marketing, na indústria do entretenimento, enfim, que atuam com criação. É para aproximar as pessoas que tenham interesse, não só por moda, mas por cultura em geral.

VOGUE O curso ainda proporciona um momento de experiências. Do que se trata?

OLIVIA MELQUIOR Nós vamos entrar em algumas plataformas mostrando hoje como as grandes marcas já estão utilizando a construção dos avatares pessoais para expandir as suas marcas. Essa experiência prática é para a gente entender como as marcas já estão marcando território na hora de você construir a sua imagem, mas também como elas já estão marcando território na hora de estabelecer conexões com essas personagens que viraram celebridades da música, de comunicação, personagens de filmes etc. Depois, temos dois encontros com profissionais para ouvir as histórias de quem está atuando na prática nesse ecossistema, e ouvir o que está funcionando ou não. É importante saber o que esperar e como tudo está acontecendo no presente.

As inscrições podem ser feitas no site https://globalmacrotrends.com.br/

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