Moda

Por Costanza Pascolato


Iris van Herpen (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue
Iris van Herpen (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue

Entre ousadias cenográficas e ideias brilhantes, a recente temporada couture, em Paris, teve coleções e desfiles excepcionais. Sem deixar de celebrar a tradição e a excelência da mais refinada forma do luxo, sempre sob medida para uma minoria superprivilegiada, a alta-costura também definiu, com a primavera 2019, a interpretação de uma estética que se transforma no turbilhão da cultura contemporânea. Para vestir o futuro comuma discreta dose de irreverência. Longe das interferências e urgências comerciais do prêt-à-porter, a couture é a “moda pura”, que serve de social networking nos novos tempos. No olimpo fashion, ela também funciona como uma plataforma que precisa, sempre adiante, viver em sintonia com as novas gera ções, antenadas e movidas pela velocidade de mudanças de toda ordem.

Iris van Herpen: Com linguagem tecnológica, os vestidos oníricos pretendem ser uma interrogação sobre a evolução das formas ideais do corpo feminino (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue
Iris van Herpen: Com linguagem tecnológica, os vestidos oníricos pretendem ser uma interrogação sobre a evolução das formas ideais do corpo feminino (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue

A holandesa Iris van Herpen, por exemplo, é persona sui generis nesse circuito. Com linguagem assumidamente tecnológica, seu trabalho permanece tão à frente do que outros designers vêm produzindo que Iris acaba ocupando a “categoria” de autora exclusiva. Toda high-tech, faz ciência e arte parecerem um duo inseparável em suas roupas. Nesta estação, criações oníricas pretendem ser uma interrogação sobre a evolução das formas ideais do corpo feminino. Organza plissada à mão e mil folhas de seda cortadas a laser transformam as modelos em mutantes fantásticas.

Valentino (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue
Valentino (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue

Uma nova autoridade feminina sempre foi a base de sustentação de Maria Grazia Chiuri em seu trabalho para a Dior, da qual se tornou “a” primeira diretora criativa, sucedendo todos “os” diretores anteriores. Para fortalecer sua voz, ela se associa a múltiplos talentos femininos, da arte à dança, para, em conjunto, provocar, como diz, sonhos e emoções. Desta vez, com o desfile que batizou de Circus Haute Dior, chamou o grupo acrobático Mimbre, só com mulheres no elenco, para ocupar uma imensa tenda montada nos jardins do Musée Rodin. Com linguagem corporal surpreendente e incríveis malabarismos, armavam-se e desarmavam-se torres humanas de diferentes estruturas e tamanhos, entre as quais os novos e preciosos looks desfilavam. Uma “proposta-metáfora”, talvez simbolizando a dificuldade de manter o equilíbrio em tempos tão revoltos. O ponto alto foi o conjunto de alfaiataria em branco e preto, que dominou, como um autêntico “mestre de cerimônia”, a definição do visual Dior para a melhor afirmação feminina.

Valentino: Verdadeiras obras-primas, os vestidos de Pierpaolo Piccioli têm volumes enfáticos e várias camadas (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue
Valentino: Verdadeiras obras-primas, os vestidos de Pierpaolo Piccioli têm volumes enfáticos e várias camadas (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue

Ao assumir o sonho da alta-costura, sempre entendendo essencialmente sua narrativa, Pierpaolo Piccioli tem criado coleções mágicas e emocionantes para a Valentino. E desta vez não foi diferente. Sua habilidade para “aliviar” a grandiosidade dos looks se traduz na maneira desenvolta e quase casual de interpretar a “versão” mais tradicional e opulenta da elegância. Nesta estação, entretanto, Piccioli não se satisfez em simplesmente criar roupas de tirar o fôlego. Quis alterar perspectivas ao fazer da primavera 2019 uma homenagem à beleza negra. E olhou especificamente para a iconografia clássica da couture, repensando tudo sob novo ponto de vista. O magnífico trabalho de combinação de cores pelo qual é conhecido foi explorado de forma mais ampla, como ornamento para muitos tons de pele. Das 65 modelos na passarela, 45 eram negras. Silhuetas imperiais, volumes enfáticos, bordados elaborados, renda, paetês e miçangas, saias e vestidos de várias camadas, todos perfeitos na execução e ideais para princesas de contos de fada, são usados brilhantemente para contar a história do “agora”. Ou do momento exato em que Pierpaolo transcendeu a ideia de diversidade com peças que são obras- -primas, em depoimento convincente e tocante, impossível de ser ignorado.

Dior: O conjunto de alfaiataria em branco e preto foi o ponto alto da coleção, que consagrou o visual Dior para a melhor afirmação feminina (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue
Dior: O conjunto de alfaiataria em branco e preto foi o ponto alto da coleção, que consagrou o visual Dior para a melhor afirmação feminina (Foto: Imax Tree e Divulgação) — Foto: Vogue

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