Aos 102 anos, Margot Friedländer, uma sobrevivente do Holocausto, é a capa da edição de julho/agosto da Vogue Alemanha. Criadora da Fundação Margot Friedländer ela quer encorajar os jovens a transmitirem histórias de sobreviventes do Holocausto e a tomarem medidas contra o anti-semitismo. E, mais do que isso, apoiar a humanidade e a tolerância na sociedade.
Nascida em Berlim em 1921, Margot tem uma história de vida marcada pela resiliência e pela sobrevivência em tempos sombrios. Ela passou os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial em Berlim, junto com sua mãe e seu irmão mais novo, Ralph, após a separação dos pais. Eles tinham planos de fugir da Alemanha, mas em 1943, Ralph foi preso pela Gestapo e, em um ato de coragem e desespero, a mãe de Margot confrontou os policiais. Ambos acabaram deportados para Auschwitz, onde foram assassinados. Antes de partir, sua mãe deixou uma mensagem comovente para Margot: “Tente melhorar a sua vida”.
Em 1944, aos 21 anos, a ativista foi enviada para o campo de concentração de Theresienstadt. Sobrevivendo às adversidades, ela encontrou Adolf Friedländer, um velho conhecido do teatro. com quem se casou logo após a libertação do campo de concentração e, juntos, mudaram-se para Nova York.
Após a morte do marido em 1997, Margot voltou a morar em Berlim, dizendo: “Ainda não terminei com Berlim”. Aos 88 anos, começou uma nova vida, dedicada a preservar a memória, ela conecta os horrores do passado com o futuro.
Embora seja uma sobrevivente do Holocausto, Margot Friedländer defende o amor e luta para que sua história seja sentida pelas novas gerações. Hoje, ela fala com crianças e jovens sobre sua história e anti-semitismo. Desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, e a subsequente guerra em Gaza, cada vez mais jovens têm perguntado: Você é a favor de Israel? Você é pela Palestina? Quem é bom? Quem é o mal?.
"Não olhe para o que separa. Olhe para o que une. Seja humano. Seja sensato."