Dossiê

Por Maude Bass-Krueger


Brigitte Bardot (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue
Brigitte Bardot (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue

A palavra “jean” (termos em francês) nasceu em 1800, em referência a um tecido de sarja de algodão usado para fabricar calças, manufaturado na cidade francesa de Nîmes. Mas o nome do tecido logo se “confundiu” com o nome da peça para a qual ele é comumente usado: o jeans. As calças jeans como conhecemos hoje (feitas de jeans tingido de índigo, com bolsos e rebites resistentes e adequados para roupas de trabalho) foram patenteados nos Estados Unidos em 1873 por Jacob Davis, um alfaiate, e Levi Straus, dono de fábrica de tecidos em São Francisco.

Os rebites de cobre usados para reforçar os bolsos eram apreciados por mineiros e outros trabalhadores, que se queixavam de frequentes rasgos que as peças sofriam nos bolsos. Strauss e Davis inicialmente fizeram jeans em dois tipos de tecido, brown duck e blue denim, mas a criação da calça 501 em 1890 ajudou o último tecido a decolar.

Mineradores com jeans Levis (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue
Mineradores com jeans Levis (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue

Ao longo dos anos, melhorias de design foram feitas: Strauss adicionou um arco duplo de costura laranja para reforço adicional e para identificá-los como Levi's; zíperes substituíram os botões em alguns modelos em 1954. Mas quando a patente de Strauss e Davis venceu em 1890, outros fabricantes ficaram livres para reproduzir o estilo. OshKosh B'Gosh entrou no mercado em 1895, Blue Bell (mais tarde Wrangler) em 1904 e Lee Mercantile em 1911. Durante a Primeira Guerra Mundial, os jeans Lee Union-Alls eram o padrão para todos os trabalhadores de guerra.

Hollywood ajudou a romantizar o jeans nas décadas de 1920 e 1930, vestindo as calças em cowboys interpretados por atores como John Wayne e Gary Cooper. Essa nova imagem glamorosa chegou aos consumidores que buscavam roupas casuais e lúdicas para usar nos finais de semana e feriados. Fotos publicitárias de atrizes como Ginger Rogers e Carole Lombard vestindo jeans ajudaram a convencer as mulheres de que o estilo era para elas também. Na década de 1930, a Vogue deu seu selo de aprovação, chamando o jeans de “western chic”. Em 1942, a estilista americana Claire McCardell vendeu mais de 75.000 de seu vestido de denim Popover .

Marlon Brando (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue
Marlon Brando (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue

No entanto, foi somente na década de 1950 que o jeans passou a ser associado à juventude rebelde e anti-establishment. Marlon Brando e James Dean popularizaram a imagem do ídolo adolescente vestido com jeans com enorme apelo sexual; estrelas do rock'n'roll ajudaram a consolidar o estilo como cool; os hippies e os manifestantes anti-guerra usavam jeans nos anos 1960 e no início dos anos 1970 como uma forma de mostrar apoio à classe trabalhadora; enquanto feministas e organizadoras da liberdade feminina escolheram o jeans como forma de demonstrar igualdade de gênero.

Na década de 1960, o jeans passou a simbolizar a contracultura. Algumas escolas de ensino médio proibiram a vestimenta, o que só serviu para aumentar ainda mais seu status.

Diana Ross no Studio 54 (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue
Diana Ross no Studio 54 (Foto: Getty Images) — Foto: Vogue

No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, a moda high-end também começou a se interessar pela peça. Os jeans Buffalo 70 da Fiorucci eram justos, escuros, caros e difíceis de comprar - em outras palavras, o oposto exato da calça boca de sino desbotada preferida do público mais jovem. Eles se tornaram um sucesso entre o jet set e o Studio 54 .

Brooke Shields em campanha da Calvin Klein nos anos 80 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Brooke Shields em campanha da Calvin Klein nos anos 80 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Em 1976, Calvin Klein exibiu jeans na passarela - o primeiro estilista a fazê-lo. Gloria Vanderbilt apresentou seu jeans de sucesso em 1979. Esses jeans de grife não foram apenas um sucesso comercial, mas também foram comercializados com uma imagem mais ousada. Na década de 1980, a provocativa campanha Calvin Klein de Brooke Shields e os anúncios sensuais de Claudia Schiffer para a Guess ajudaram a dar ao jeans um novo tipo de potencial sedutor. Na década de 1990, casas de moda como Versace, Dolce & Gabbana e Dior também entraram no mercado de jeans.

Campanha da Versace de 1992 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Campanha da Versace de 1992 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Ao longo das décadas, os tipos e estilos de jeans tornaram-se estratificados entre grupos e subgrupos: os estilos hip-hop do início da década de 1990 eram caracterizados por jeans oversized; intelectuais e descolados optaram pelo jeans escuro como forma de voltar às raízes do estilo; as estrelas pop preferiam as peças assinadas pela Diesel; os aficionados pagavam preços altos por Levi's vintage e índigo japonês tingido à mão.

Desfile de inverno 2017 da Dior (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Desfile de inverno 2017 da Dior (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Hoje, quase todas as marcas de luxo e designers de alta moda já exibiram jeans nas passarelas; e eles estão disponíveis em ambas as extremidades do espectro de preços, em uma infinidade de estilos: largo, skinny, cintura alta, baixa, claro, escuro ou colorido. “Eu sempre disse que gostaria de ter inventado o jeans”, disse Yves Saint Laurent à New York Magazine em novembro de 1983. “Eles têm expressão, modéstia, apelo sexual, simplicidade - tudo o que espero nas minhas roupas.”

*Matéria originalmente publicada em Vogue encyclopaedia

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