Cultura

Nesta edição da Bienal de Veneza, que abre as portas para o público no dia 20 deste mês, o Brasil definitivamente é o assunto da vez. A começar pela curadoria, assinada pela primeira vez por um curador brasileiro (e de todo o Hemisfério Sul) – Adriano Pedrosa, também diretor artístico do Masp e responsável por selecionar os 332 artistas que participarão da Exposição Internacional de Arte, em cartaz até 24 de novembro, sob o tema Foreigners Everywhere (“Estrangeiros em Todos os Lugares”, em tradução livre), destacando os outsiders do universo da arte.

Glicéria Tupinambá integra essa lista e promete ser o centro das atenções do pavilhão brasileiro desta edição do evento. “Essa participação não é só minha, é coletiva”, comenta Glicéria em entrevista à Vogue. “Venho representando mais de 120 famílias, levando e fortalecendo o nome do meu povo”, completa a artista, ativista e pesquisadora.

Vencedora do Prêmio PIPA no ano passado, Glicéria traz para o centro da discussão – e do pavilhão brasileiro em Veneza – um manto tupinambá de sua autoria, como ponto central da mostra intitulada Ka’a Pûera: Nós Somos Pássaros Que Andam, assinada pelos curadores Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana.

“Este pavilhão fala sobre a história da resistência indígena no Brasil, a força do corpo presente nas retomadas de território e as adaptações frente às urgências climáticas”, explicam os curadores que, inclusive, renomearam o espaço do Brasil para Pavilhão Hãhãwpuá – o nome Hãhãwpuá é utilizado pelos pataxós para se referir ao território que, depois da colonização, ficou conhecido como Brasil.

Original da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, Glicéria atualmente é a única capaz de dominar a técnica de realização dos mantos tupinambás, símbolo sagrado de poder utilizado em rituais por pajés, majés e caciques do povo, que dominava a costa brasileira antes da chegada dos portugueses – os tupinambás foram os primeiros a ter contato com os colonizadores.

A confecção dessas peças foi interrompida com o avançar do domínio colonial lusitano e estima-se que existam apenas 11 exemplares preservados no mundo todo – nenhum deles em nosso país. Dentre eles, a peça integrante do acervo do Nationalmuseet, em Copenhague, levado à Dinamarca em 1689 e que finalmente será devolvido ao Brasil este ano.

“A vestimenta atravessa os tempos e atualiza as problemáticas da colonização”, defendem os curadores. O primeiro manto que Glicéria fez, “depois de receber, em sonho, um chamado dos Encantados para resgatar um manto do meu povo”, foi em 2006. A artista doou a peça para o Museu Nacional (para onde o manto sob posse da Dinamarca será repatriado) e fez mais outro para uma exposição em torno da veste na Funarte em 2021. Esse, que Glicéria leva agora para Veneza, é seu terceiro. “Levou quatro meses para fazer”, detalha.

São de 3.500 a 5.000 penas de guará, do Maranhão, levadas pelo vento com a revoada dos pássaros, e costuradas com fio em uma malha de pesca, com nós que nos ligam do passado aos dias de hoje”, conta Glicéria. “Os mantos têm uma função social de encantamento, de ocupação, de visibilidade. São feitos para provocar, para lembrar a existência – e o valor – da cultura tupinambá.” @labienalle

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