Um passeio histórico por meio do audiovisual para conhecer mais os avanços e ações dos movimentos feministas e democráticos da década de 1970, que influenciou os pensamentos e revoluções até os dias de hoje. É o que entra em cartaz, a partir desta quarta-feira, 26.07, a mostra de filmes Arquivos, vídeos e feminismos: o acervo do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir, no Cinema do IMS Paulista.
Esta é a maior retrospectiva já realizada no Brasil do acervo francês, fundado em 1982, que apresenta 23 filmes entre os meses de julho e agosto, e tem curadoria de Barbara Alves Rangel. A mostra fica em cartaz até o fim do ano e inclui atividades a cada mês e ainda conta com documentários contemporâneos que reconstituem as trajetórias da atriz Delphine Seyrig e a cineasta Carole Roussopoulos, registrando o encontro entre as duas, suas relações com o entorno e as batalhas conduzidas com as câmeras nas mãos.
A seguir, conheça quatro filmes imperdíveis para assistir na programação do Mostra Arquivos, vídeos e feminismos: o acervo do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir.
A conferência sobre a mulher – Nairóbi 85 (1985), de Françoise Dasques
Depois do México, em 1975, e de Copenhague, em 1980, as Nações Unidas escolhem o continente africano para sediar a terceira Conferência Mundial sobre a Mulher. Em paralelo à Conferência Oficial dos Estados, ocorre o Fórum das Organizações Não Governamentais (ONGs), do qual participam 14.000 mulheres. Ao longo de dez dias, no campus da universidade, elas se reúnem para debater questões de política geral e feminista, como paz, desenvolvimento, apartheid, islã, lesbianismo, violências e mutilações sexuais e o conflito entre Israel e Palestina.
A FHAR – Frente Homossexual de Ação Revolucionária (1971), de Carole Roussopoulos
Documento sobre a primeira manifestação de rua gay e lésbica da França, em Paris. A manifestação da Frente Homossexual de Ação Revolucionária (FHAR) ocorre no âmbito da tradicional manifestação sindical de Primeiro de Maio e denuncia o racismo sexual. Pela primeira vez se inserem nessa manifestação homens e mulheres que desfilam com alegria e orgulho, sem serviço de segurança, segurando simples bandeiras de tecido branco com a sigla FHAR. As vozes clamam: “Os gays estão na rua.”
Delphine e Carole, insubmusas (2018), de Callisto McNulty
Dirigido por Callisto McNulty, neta de Carole Roussopoulos, revisita o “feminismo encantado” dos anos 1970, a partir do encontro entre a atriz Delphine Seyrig e a cineasta Carole. Por trás de suas batalhas radicais, conduzidas com a câmera na mão, surge um tom impregnado de humor, insolência e intransigência.
Seja bela e cale a boca! (1976), de Delphine Seyrig
Delphine Seyrig entrevista 23 atrizes de várias nacionalidades sobre suas experiências profissionais enquanto mulheres, seus papéis dramáticos e relacionamentos com diretores e equipes técnicas. Um relatório coletivo bastante negativo em 1976 sobre uma profissão que permitia apenas personagens estereotipadas e alienadas. Entre as entrevistadas estão Jane Fonda, Shirley MacLaine, Marie Dubois, Maria Schneider, Juliet Berto, Patti D'Arbanville, Anne Wiazemsky e Ellen Burstyn.