Ivete Sangalo conta como equilibra rotina de mãe e cantora: "O trabalho não pode interferir na minha vida pessoal"

A cantora, que é também apresentadora de televisão, traz no currículo trabalhos como modelo, atriz e dubladora. É preciso fazer malabarismo para adequar a agenda ao relógio. Ivete não abre mão do papel de ser mãe, o que a obrigou a interromper a entrevista algumas vezes para dar atenção, por exemplo, às filhas gêmeas, uma delas resfriada, precisando de um “sprayzinho no nariz”. Dentro do possível, ela leva e busca as crianças na escola, na ginástica, no boxe, na terapia, nas festinhas dos amigos, no médico, em qualquer lugar.

“Meu trabalho não pode interferir na minha vida pessoal pois meus filhos, hoje, são minha prioridade. Então, eu tenho um convívio intenso com eles, participo da vida deles, sou eu que cuido. Sou completamente presente, mas sou uma mãe cantora, e eles compreendem minhas ausências temporárias, que são, por incrível que pareça, esporádicas. Sou uma mãe que trabalha uma semana intensa e passa 15 dias dentro de casa, assumindo todas as rotinas. Hoje eu sou um Uber para eles. Trabalho como Uber também”, diz aos risos.

O tempo que sobra para Ivete se cuidar é o da escola das crianças. É quando ela reserva algumas horas para o corpo, já abençoado pela boa alimentação, opção apresentada pelas perdas que teve na vida: o pai teve um infarto fulminante aos 58 anos, a mãe morreu com 67, vítima de um AVC, e um dos irmãos, Jesus, faleceu aos 54, após complicações de uma cirurgia bariátrica.

“Se eu não malhar todos os dias, não aguento esse rojão. Eu me sinto uma mulher saudável, preparada, sou dinâmica, muito inteira. Sempre fui adepta da alimentação saudável porque minha saúde é imprescindível para mim. Desde criança, tenho uma relação com isso porque perdi pessoas da minha família em virtude de doenças. Então, vivi em um ambiente onde isso era latente. Cresci com a consciência do medo e do sofrimento. Mas não sou radical. Sou uma pessoa dos prazeres, adoro um doce, adoro sorvete, adoro comida boa.”

Adora também a simplicidade de uma roupa, se a sofisticação causar desconforto e ameaçar gerar perrengues. Na adolescência, uma calça jeans durava, surrada, três anos no armário de Ivete, não por pobreza, mas pela consciência de que a vida era dura para uma família de seis filhos. Hoje, a baiana gosta de opinar no figurino dos shows, e engana-se quem aposta no luxo ou no alto padrão de exigência como condição principal.

“Cheguei a um nível da minha vida profissional em que eu já escolho mesmo. Não é por uma questão de saber mais do que alguém, mas de ter experiência sobre mim. Já tenho uma cartilha do que já funcionou, do que não funciona, do que me incomoda, do que me ajuda, do que me atrapalha. Então, é quase uma determinação. E sou muito objetiva. Se a roupa der errado, eu entro de camiseta e shorts e faço um show maravilhoso. Não tenho essa de não entrar porque quebrou ou deu errado. Vamos fazer, sim, porque não é isso que vai determinar a qualidade do negócio. Detesto quem dificulta o trabalho”, encerra a cantora, pronta para novos palcos. *