Vogue Repórter

Por Lais Campelo S. F. Lima em depoimento a Kellen Rodrigues

"Nasci em Salvador, onde cresci e estudei até o início da adolescência. Adoro ser baiana. Quando eu tinha 12 anos, em 2007, minha mãe conseguiu uma bolsa para fazer PHD na Nova Zelândia. Fomos ela, meu irmão e eu. Foi um choque de cultura, uma língua e uma escola diferente, uma mudança completamente radical. Quatro anos depois, ela foi trabalhar como professora em uma universidade no País de Gales, no Reino Unido. Assim, nos mudamos. Terminei meus estudos lá e mais tarde me formei em Física na Universidade de Manchester.

Eu já tinha um interesse em automobilismo desde pequena, mas não diria que fosse uma grande paixão. Comecei a assistir Fórmula 1 com a minha avó todo domingo, durante o café da manhã ou almoço. Seja qual fosse o horário da corrida, a gente estava lá assistindo. Mas quando fui trabalhar na Jaguar, no time da Drag Race, realmente senti uma emoção muito mais forte ao realmente fazer parte de um time. Me senti muito mais envolvida e interessada no que estava acontecendo.

Trabalho na nova sede da Jaguar em Oxfordshire. Lá no escritório temos a última geração de estimulador, nosso driver-in-the-loop, onde os pilotos vêm para fazer testes e se prepararem para as corridas. Meu trabalho é desenvolver aplicativos, ferramentas de software que ajudam os engenheiros a visualizar e analisar os dados, para que a gente consiga melhorar nossa performance, ajudar nossos pilotos, desenvolver e melhorar o carro e fazer ajustes para a próxima corrida para que a gente tenha uma chance melhor de ganhar.

Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação
Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação

O automobilismo sempre foi uma área predominantemente masculina. Mas acho que estamos vendo uma mudança com on Girls on Track (programa da Federação Internacional de Automobilismo que incentiva a capacitação e acesso de meninas ao automobilismo). Claro que ainda tem machismo, ele existe em tudo quanto é lugar, mas hoje temos um entendimento maior sobre isso. E mais mulheres estão não só fazendo parte desses times, mas vocalizando quando o machismo acontece para que a situação melhore para a próxima engenheira que vier trabalhar nesses lugares.

Sempre fui uma das únicas meninas fazendo aula de ciência e na universidade tinham muito menos mulheres do que homens, isso sem falar em outras minorias. Mas isso nunca me parou ou me tirou a motivação. Na verdade, sempre achei que isso bota muito mais pressão em mim para provar que eu mereço estar aqui, como se eu precisasse sempre provar que eu sou a mulher certa.

Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação
Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação

Certamente vários homens gostariam de ter meu emprego. Sinto que tem uma pressão de que eu preciso ser bem-sucedida porque, de certa forma, estou representando todas as outras mulheres. Preciso mostrar que nós conseguimos. Mas uso essa pressão como motivação para aprender, desenvolver e melhorar minha performance também, além do time.

Meu sentimento é de muita gratidão a todo o suporte que recebo. Da última vez que fui a São Paulo, várias pessoas vieram conversar comigo, já sabiam o meu nome, foi foi incrível o apoio que recebi lá. E mais incrível ainda foi conseguir apoiar o programa Girls One Track - foram vários grupos de meninas de escola falar com vários times, fazer atividades... Foi muito especial ver elas me perguntando sobre engenharia, sobre o carro, corrida... Me senti muito inspirada pela paixão dessas meninas. Vejo que vale muito a pena continuar enfrentando essa batalha.

Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação
Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação

Inspiração

Daqui para frente minha meta é continuar ajudando o time, quero muito que a gente tenha um bom resultado. Vejo os meus colegas trabalhando muito e acho que realmente vamos ter um bom desempenho. Minha meta é essa: continuar entregando, trabalhando. E quero continuar me divertindo no trabalho e também nessa missão de inspirar. A gente tem um programa chamado Race to Inspire, que é justamente para inspirar meninas de escola a se envolverem mais com ciência, engenharia, matemática, tecnologia e computação.

Meu propósito de vida é realmente gostar do que estou fazendo, de onde estou, no que estou trabalhando, e me divertir, gostar da minha vida. Sou competitiva, qualquer coisa que eu faça gosto que seja feita bem. Isso que eu tento aplicar não só para o trabalho, mas vários outros aspectos do dia a dia."

Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação
Lais Lima: baiana é engenheira líder de software da Jaguar — Foto: Divulgação
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