Na hora de investir, as mulheres de alta renda no Brasil dão preferência a ativos com retorno de mais longo prazo e menores riscos, como imóveis, seguros e previdência privada, segundo um levantamento sobre decisões de investimentos e planejamento financeiro. Para escolher onde fazer a alocação de recursos, 55% das entrevistadas consideram muito importante uma consultoria personalizada. Mas, na prática, muitas ainda recorrem a quem está mais próximo, muitas vezes, na mesma casa para tomar a decisão.
Na faixa de 18 a 34 anos, 82% dos homens e das mulheres declaram ter o mesmo nível de conhecimento financeiro (“intermediário ou superior”). Mas nessa faixa etária, 30% das mulheres afirmam tomar as decisões financeiras junto com seus parceiros. Entre as mulheres com mais de 50 anos, esse percentual sobe para 38%.
A pesquisa foi encomendada pelo Itaú Personnalité e realizada em parceria com o Instituto Locomotiva no último trimestre de 2023.
Segundo o IBGE - PNAD 2022, a mulher brasileira de alta renda tem idade média de 49 anos e alta escolaridade (81% contam superior completo). Do total das entrevistadas, 93% declaram possuir imóvel próprio. Elas têm renda pessoal de mais de R$ 10 mil por mês (88%) e movimentam anualmente cerca de R$ 290 bilhões em renda própria.
Entre as entrevistadas, 43% manifestam um altíssimo interesse em aprender mais sobre finanças e investimentos, ante 34% dos homens. Pelo menos sete em cada 10 sinalizam ter algum nível de medo de perder dinheiro na internet ou em crises econômicas. Entre elas, o uso da poupança é maior (41% contra 39% dos homens).
A maioria (63%) estabelece metas de longo prazo e se esforçam para alcançá-las; entre os homens esse percentual é de apenas 51%.
Adriana dos Santos, diretora do Itaú Personnalité, avalia que as mulheres demonstram disciplina financeira, bom repertório sobre investimentos e abertura para aprender mais, mas precisam de apoio e mais acesso a conhecimento para ganhar confiança e autonomia em suas tomadas de decisão.