Após o forte “inverno” vivido pelo mercado de criptoativos no ano passado, 2023 marcou o florescer da “primavera” no ecossistema, marcada por algumas poucas tempestades que, segundo especialistas, devem favorecer o tão aguardado “verão”, podendo ser marcado por novas máximas de preços.
A recuperação do bitcoin ocorreu entre o susto provocado pela crise dos bancos do Vale do Silício, no já longínquo mês de março, e a contagem regressiva para a aprovação do ETF (fundo negociado em bolsa) com exposição direta a bitcoin no mercado norte-americano.
Nesse ínterim, o bitcoin (BTC), maior e principal cripto do mercado, registra uma valorização de 160%, até 29 de dezembro, saindo de mínimas em torno de US$ 16.500, em janeiro, e saltando a quase US$ 45 mil, neste último mês do ano.
Essa valorização, no entanto, não se deve aos tradicionais saltos que caracterizavam o mercado cripto “do passado”. Mas sim de um novo contexto de adoção institucional do ativo digital e da tecnologia blockchain, tanto por parte de investidores quanto de governos e países.
Aguardado ansiosamente por investidores institucionais, só a expectativa pela aprovação dos ETFs de bitcoin à vista provocou a corrida pela criptomoeda, que soma US$ 830 bilhões em valor de mercado.
Ao todo, até o momento, são 13 pedidos de ETF de bitcoin à vista em avaliação pela Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA), incluindo os das gigantes BlackRock, Fidelity e Invesco, com o prazo final para decisão em janeiro próximo.
Há quem diga que o ok final do regulador americano deva sair já na primeira semana de 2024. A conferir os rumores brevemente.
O acordo firmado entre a Binance, a maior plataforma de negociação de criptos do mundo, e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e reguladores do país, de US$ 4 bilhões, após a empresa reconhecer que se omitiu deliberadamente de cumprir políticas contra lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo e falhado ao implementar controles preventivos, foi considerada por diversos analistas como a última ação de “faxina” que trará maior segurando aos investidores americanos.
Nesse contexto, segundo um estudo da Coinbase, maior plataforma de negociação de criptos e seus produtos derivados nos EUA, o número de usuários aumentou para 420 milhões, no mundo.
Outras (mas não menos importantes) altas de preços
Por osmose ou eventos específicos, algumas altcoins (todas as demais criptos que não o bitcoin) acompanharam a recuperação de níveis de preço, chegando a marcar saltos só observados em tempos iniciais desse mercado, caracterizado pela sua intensa volatilidade.
A Solana (SOL), token da rede blockchain homônima, voou nada menos que 980%, confirmando as perspectivas para a altcoin como uma das promessas para o ano. A rede Solana tem ganhado mais relevância como alternativa à rede Ethereum, alcançando maior escalabilidade e suporte a contratos inteligentes.
Outra aposta do mercado, o token MATIC, da rede Polygon, entregou “modesta” alta de 42%, resultado do desenvolvimento de interoperabilidade (troca de informações entre sistemas diferentes) e a escalabilidade são aspectos fundamentais para o crescimento das Finanças Descentralizadas (DeFi).
Ainda que tenham ficado de fora das maiores indicações para este ano, Avalanche (AVAX) subiu quase 300%, Cardano (ADA) avançou 150% e XRP, da Ripple, ganhou 85%, de acordo com a plataforma de dados consolidados CoinMarketCap.