O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (25), durante live da Warren Investimentos, que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) não querem fazer “qualquer tipo” de compromisso sobre o rumo dos juros mais à frente.
“A palavra usada no comunicado foi ‘interrupção’ [no ciclo de cortes nos juros] porque vamos ver como as coisas vão se desdobrar”, afirmou.
Além de uma economia mais resiliente, disse Galípolo, o mercado de trabalho também tem demonstrado força em diversas métricas. “Podemos inferir que, com o mercado de trabalho mais consolidado, vamos ver um processo de desinflação mais lento”, acrescentou.
Sob essa perspectiva, cabe ao BC, portanto, colocar a taxa de juro no patamar restritivo o suficiente para atingir a meta de inflação.
O diretor de política monetária do BC também ponderou que a mudança nas expectativas para a trajetória dos juros nos Estados Unidos desencadeou em uma elevação de prêmio de risco da taxa de juros terminal para este ano.
“A gente viu a elevação da taxa de juros real e, ao mesmo tempo, a continuação do processo de desancoragem das expectativas”, pontuou Galípolo. Ele destacou, ainda, que existe um descompasso entre o comportamento da inflação corrente e as projeções de economistas do mercado.