Em um dia negativo para os ativos de risco, com a divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos que podem jogar água nas expectativas de afrouxamento da política monetária americana, os papéis das maiores varejistas de comércio eletrônico brasileiras sofrem além da conta.
A ação do Magazine Luiza (MGLU3) despencou 7,56%, cotada a R$ 11,74. A da Lojas Americanas (AMER3) derreteu 8,11%, a R$ 0,34, e a do Grupo Casas Bahia (BHIA3) teve queda de 1,5%, a R$ 6,58.
Além do impacto direto de uma política de juro alto gera no varejo, ontem, uma nova concorrente chinesa aportou no Brasil.
A Temu, um marketplace do grupo chinês Pinduoduo, iniciou sua operação no país, oferecendo produtos baratos, entre R$ 5 e R$ 10, com frete grátis. Ontem, dia da inauguração, houve aplicação de descontos de até 90%.
A concorrente da Shopee e Aliexpress crescer rapidamente no mercado brasileiro, ganhando mercado em cima de pequenas varejistas e plataformas on-line rivais por conta da sua agressiva política de preços e descontos, avalia o Goldman Sachs, em relatório.
O banco aponta que a Temu se tornou a maior plataforma em usuários mensais ativos do México em seis meses após sua chegada, algo que pode ser até mais rápido no Brasil. Por outro lado, não deve afetar varejistas maiores, como Mercado Livre, que têm escala e investimentos maiores para conseguir proteger suas participações no mercado brasileiro.
No pregão de ontem, os papéis do setor de varejo tiveram desempenho positivo, diante da aprovação da taxação de 20% sobre as compras abaixo de US$ 50, nas compras internacionais, além do corte de juros na Zona do Euro, que alimentou as esperanças pelo início do ciclo de redução em todas as economias.