Um Só Planeta
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Por Marcela Rodrigues (@anaturalissima )


Neste 22 de março celebramos o Dia da Água. Pensando nisso, quero trazer um questionamento: como a nossa rotina de beleza tem impactado nossos mares e rios? Quando toco neste assunto, não quero nem abordar o macro da coisa, que envolve, entre muitas outras questões, todo o processo da indústria.

O meu ponto aqui são as atitudes diárias que fazem parte da nossa rotina de beleza e que, quando somadas a longo prazo e reunidas em um contexto coletivo, impactam negativamente o nosso planeta. Te conto mais abaixo:

Como a sua rotina de beleza impacta as nossas águas? (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Como a sua rotina de beleza impacta as nossas águas? (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

Para além do impacto do banho


Talvez, neste momento, você já deve ter tentado fazer uma conta mental do tempo que passa no chuveiro ou mesmo ou com a torneira aberta enquanto lava o rosto e escova os dentes. De fato, é uma auto-análise relevante. Um exemplo: se cada pessoa de São Paulo reduzisse em cinco minutos o tempo de banho diário, daria para economizar 26,8 bilhões de litros de água por mês.

Então, sim, quem toma banhos longos, pelo simples prazer, está ancorando o bem-estar em uma atitude bem desrespeitosa com o planeta. Mas podemos -- e precisamos -- ir além e lançar luz sobre inimigos invisíveis que moram no nosso nécessaire e impactam diretamente nas águas. São:

Poluidores invisíveis dentro dos cosméticos


Estou falando de algumas substâncias comuns nos cosméticos que tem potencial poluente cada vez mais analisados pela ciência -- é o caso dos derivados de petróleo (muito comuns em produtos hidratantes de todos os tipos), silicones (presente em produtos de pele a cabelos) e dos sultafos (muito encontrados nos shampoos e sabonetes.

Agora pense: cerca de 50% da população brasileira não tem acesso a tratamento de esgoto. Ainda assim, o tratamento de esgoto não é o suficiente para tratar muitas destas substâncias -- caso das microesferas de plastico (polietileno, polipropileno…), que podem estar nas pastas de dentes, na maquiagem e até nos esfoliantes sintéticos.

O nosso sistema de esgoto não consegue filtrá-las, portanto, elas vão parar nos oceanos, desequilibrando a vinha marinha e, muitas vezes, voltam até nós na água poluída. Em suma: ao comprar qualquer produto pela sua higiene e cuidado estético, pense o que vai escorrer pelo ralo e qual será o impacto disso.

Impacto no pré-consumo


Embalagens de plástico ainda são maioria por toda a indústria que agora, começa a olhar para os plásticos de origem vegetal. Podemos enviar nossas embalagens para a reciclagem, aumentar o máximo a vida útil delas -- inclusive, reutilizando. Mas ainda não é o bastante.

Ao escolher um cosmético de maneira consciente devemos nos atentar a mais coisas do que apenas sua performance. Devemos nos perguntar: Qual o histórico desta empresa? Ela testa em animais? Como suas operações impactam no meio ambiente? A indústria da beleza é bastante poluente de forma geral -- e, na maioria das vezes o impacto negativo começa muito antes de um produto chegar à casa de uma pessoa. Portanto, na missão de reduzir o impacto da nossa vaidade, vale ativar o olhar crítico: qual o impacto do que vai escorrer pelo ralo?

Sobre Marcela Rodrigues (@anaturalissima)
Jornalista e facilitadora especializada em consumo consciente e bem-estar, há mais de oito anos pesquisa de forma independente as vertentes do movimento beleza natural\limpa. Nos últimos anos vem se dedicando a estudar práticas de autocuidado e saúde planetária, tendo certificação como instrutora de Hatha Yoga, Designer para Sustentabilidade, entre outras. É autora da plataforma de conteúdo aNaturalíssima.Também é palestrante, facilitadora e consultora do consumo consciente.

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