News
Publicidade

Por LUANDA VIEIRA


"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour
"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour

Quando o assunto é moda consciente, você pensa na importância do trabalho de garimpo e curadoria feitos por brechós? Dificilmente, por que, além de torcer o nariz para as peças usadas, nós tendemos a relacionar a questão suspentável apenas às roupas e os seus processos de produção. É, precisamos mesmo continuar falando sobre o assunto.

O upcycling é parte fundamental da roda que faz a sustentabilidade girar. Afinal, o que fazer com as toneladas de roupas que já existem no mundo se não reaproveitá-las? Com a prática, a t-shirt vintage ganha valor emocional, a calça jeans vira bermuda e aquele brinco vintage dos sonhos se torna realidade.

"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour
"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour

"Esse 'mercado alternativo' é uma forma de entender que aquelas peças já geraram impactos socioambientais. Isso quer dizer que dar uma nova chance para roupas com história, de segunda mão e optando pelo vintage, estamos prolongando a existência desse item e ressignificando todo um sistema. A moda precisa dessa consciência", diz Silvia Luz, sócia e fundadora do Brechó Luz da Villa.

Aliás, o espaço localizado na Vila Mariana, em São Paulo, é bem didático. "Nós comunicamos os nossos princípios começando pela arquitetura. Tudo foi reaproveitado: portas viraram base de araras, TV antiga virou cabeça de manequim e por aí vai. Tudo para explicar que as coisas não são lixos se pensarmos fora da caixinha", conta. Ah, todo sábado tem brunch por lá. Passeio completo!

"A roupa de brechó não tem energia pesada"(Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour
"A roupa de brechó não tem energia pesada"(Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour

Nós conversamos com Silvia Luz para entender sobre consumo consciente e as iniciativas do Brechó Luz da Villa. Antes, ela indicou um circuito de brechós além do seu: "Vó Judith, Volta ao Mundo, Gato Bravo, Frou Frou Vintage e Minha Vó Tinha".

Confira:

Qual é a diferença entre brechó e bazar?

Ao entrar nos dois ambientes, já podemos ver o motivo daquelas peças estarem ali. Em bazares, normalmente, as pessoas desovam roupas, deixam o que não querem mais no guarda-roupa, ou seja, tem de tudo: peças novas, velhas, com defeitos, de inverno, verão... tudo misturado. Já nos brechós, as pessoas desapegam de roupas que já representaram algo para elas, são peças que elas amam, fizeram parte de sua história e darão a oportunidade de outra pessoa usar. Além de existir uma curadoria do que é apresentado, podendo ter roupas icônicas ou não, vintage ou não, que na maioria das vezes são verdadeiros "achados".

"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour
"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour

Como o Brechó Luz da Villase diferencia dos outros?

A grande maioria dos brechós (pelo menos os mais engajados com a ideia de consumo consciente) têm seus diferenciais e sua importância nesse momento. O Luz da Villa comunica muito bem seus princípios, começando pela arquitetura e decoração da casa, onde tudo foi reaproveitado. Portas são base de araras, TV antiga agora é cabeça de manequim, skate antigo virou balanço no jardim e por aí vai. Isso passa a ideia de que as coisas não são lixos se pensarmos fora da caixinha. Traduzimos esse mesmo diferencial para as nossas mídias sociais e no atendimento ao cliente. A casa é cheia de referências de moda, cultura e arte e nós temos o compromisso de explicar, informar e fazer as pessoas entenderem nosso modelo de negócio. Também cumprimos o papel de esclarecer a razão daquela roupa usada custar o mesmo que uma nova na fast-fashion; ou que a peça não tem energia ruim.

Como funciona a curadoria de vocês?

Temos um time de peso que avalia criteriosamente cada item. "É uma peça bem cuidada? Tem valor afetivo? É versátil, atemporal, estilosa?", são alguns fatores que pontuamos na decisão de ficar ou não com a roupa. Não basta ser "modinha" e atender apenas a galera que entende das tendências. Não é sobre "estilo brechozeira está na moda, vamos aderir." Não queremos sair de moda amanhã. Queremos que nosso acervo conte uma nova história, mais criativa, divertida e diversa.

"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour
"A roupa de brechó não tem energia pesada" (Foto: Fred Othero/Arquivo Vogue) — Foto: Glamour

Como surgiu a ideia do "Armário Cápsula em Brechó"?
O conceito de armário sem excessos, com menos e melhores peças se mantém firme nos dias de hoje, mas graças a esse momento em que sustentabilidade é um tema caro para a moda, a cápsula está inserida num contexto ainda mais enxuto. Pensando nisso, idealizamos a experiência "Armário Cápsula em Brechó" com a Natalia Peric, professora e consultora de moda, em parceria com o site AirBnB. Recebemos pessoas de diversas cidades e estados do país para uma vivência prática e aprofundada. Natalia estimula os alunos a entenderem a importância de comprar consciente pensando em peças-chave, dia a dia, personalidade e estilo próprio - tudo isso usando roupas de brechó. A experiência custa R$100,00 por pessoa.

Luz da Villa
Rua Aurea, 422 - Vila Mariana
Seg à sex das 10h às 20h
Contato: 011 5904-3056
www.luzdavilla.com.br
Facebook e Instagram: @luzdavilla

Curte o conteúdo da Glamour? Ele também está no Globo Mais, o app que é muito mais do que uma banca. Nele você tem acesso a um conteúdo exclusivo em tempo real e às edições das melhores publicações do Brasil. Cadastre-se agora e experimente 30 dias grátis.

Mais recente Próxima Mala de praia: como montar looks fáceis e estilosos no verão 2019
Mais de Glamour