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Por Por Flávia Bezerra; Stefani Sousa; Fotos Divulgação


A paulistana Olga Rodrigues se destaca no universo dos games e inspira muitas mulheres que sonham com uma carreira de player. Oculpar este espaço é resultado de um caminho de autoconhecimento e dedicação. Primeira jogadora transexual, profissional, de CS: GO (Counter-Strike: Global Offensive) no Brasil, ela sempre precisou lidar com o preconceito da sociedade e com os desafios de atuar em um espaço majoritariamente masculino.

Olga, a primeira jogadora trans de CS:GO (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Olga, a primeira jogadora trans de CS:GO (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Quadrigêmea, games sempre fizeram parte da infância de Olga e de seus 3 irmãos. Na adolescência, motivada pelos primos, que a apresentaram ao CS, passou a frequentar uma lan house para jogar online.

Em 2016, teve seu ano da virada. Na época, aos 21 anos, compreendeu melhor seus sentimentos quanto a gênero e começou a jogar profissionalmente. "Quando criança, você é orientada a seguir um estereótipo. Nascemos sem gênero e isso é criado na gente. Fui educada como menino, mas me redescobri", conta em entrevista à Glamour.

Foi aí, então, que decidiu sair de casa e experimentar morar com uma amiga. Vendeu seu computador e, com o dinheiro, pagou os primeiros aluguéis. No mesmo ano, antes de fazer a transição, participou de uma competição importante de gamers, a Brasil Game Show (BGS), como coach da equipe vencedora. Dali, passou a treinar uma equipe feminina de CS. Como não recebia salário, precisou fazer malabares nos semáfaros para se sustentar. "Raramente conseguia trabalhar em festas, mas precisada do dinheiro. A gente investe e dá a vida para dar certo", explica. E deu!

Olga, a primeira jogadora trans de CS:GO (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Olga, a primeira jogadora trans de CS:GO (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Em 2018, Olga foi contratada como jogadora no Black Dragons, um dos maiores times brasileiros de games. Agora, mora com outras 5 meninas em uma game house com tudo pago para que elas treinem bastante. No tempo livre, cursa faculdade de Desenvolvimento de Sistemas.

O processo até aqui foi de altos e baixos. "Já fui julgada por ter participado de campeonatos masculinos e fiquei chateada, mas também recebi muito apoio. O que mais me incomodou foram pessoas conhecidas no cenário, que depois da transição foram demitidas pela organização", lamenta.

Sua dica, para outras mulheres que querem seguir nos jogos digitais é ter uma rede de apoio. "Fique mais focada nas pessoas que querem seu bem e sempre fale com elas quando precisar. Aprenda também como denunciar casos de assédio", aconselha. "Seguir um sonho depende do ambiente. Muitos morrem pelo caminho. Eu dei vários tempos, mas eles foram importantes para não se sentir a pior pessoa do mundo", completa.

Sucesso, garota <3

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