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Por Por Flávia Bezerra; Foto Getty Images


Falar sobre sexo pode ser um tema complicado quando se é adolescente. Nesta fase, cheia de medos e inseguranças, é dever dos pais (ou adulto responsável), introduzir uma conversa sobre o assunto. Assim, é possível prevenir doenças, gestações indesejadas e ainda criar uma relação, entre pais e filhos, aberta ao diálogo.

Para ajudar na missão de educar adolescentes conscientes em relação a sexualidade, falamos com a neuropsicóloga Talita Perboni, do Hospital INC. A especialista responde aqui as principais dúvidas sobre como ter esse papo de forma construtiva e sem tabu. Anote as dicas de coração aberto:

Como falar sobre sexo com adolescentes?  (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Como falar sobre sexo com adolescentes? (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

Glamour: Os pais devem ‘forçar’ essa conversa com os filhos adolescentes ou devem esperar eles perguntarem?
Talita Perboni: Os pais devem ir conversando sobre sexualidade já durante a infância, claro que sempre respeitando a faixa etária dos filhos. Ao chegar na adolescência, devem apenas continuar o comportamento de ir explicando etapa por etapa, conforme o jovem vai se desenvolvendo e tendo capacidade de compreender tudo de forma mais detalhada.

G: E se o pedido de conversa, por parte do adolescente, nunca vir?
T: Dificilmente um adolescente vai puxar a conversa sobre sexo com seus pais, a não ser que eles sempre tenham conversado realmente sobre isso. Se é um assunto que nunca foi falado, é obrigação dos pais iniciar a conversa, criando um ambiente confortável, que solucione dúvidas e se colocando à disposição para o diálogo.

G: Tem alguma idade ideal para o papo acontecer?
T: A idade ideal é a idade de cada um. Indico que essa conversa se inicie com a criança nos primeiros anos de vida, conforme ela tiver capacidade para compreender. Uma conversa séria deve ser feita a partir dos primeiros sinais do início da adolescência, na faixa dos 10 aos 12 anos.

G: Qual é a melhor maneira de começar o papo? É pelas doenças sexualmente transmissíveis? Pela gravidez na adolescência? Pelo sexo por prazer?
T: Comece pelas funções básicas da sexualidade, explique como é o aparelho reprodutor masculino, como é o feminino e quais as diferenças. Fale das consequências do sexo sem proteção, sem os devidos cuidados e sem planejamento. Com essa conversa, consequentemente pode se falar da gravidez na adolescência, do sexo por prazer e das DSTs.

G: Sexo oral ou anal, e orgasmo. Como os pais podem falar sobre esses ‘tabus’ com os filhos? Como identificar os limites do papo?
T: A melhor forma de identificar os limites para essa conversa é perceber o quanto seu filho está confortável ou não com o papo e o quanto você se sente confortável falando sobre o tema. Conforto dos dois lados é essencial. Caso queira entrar nesses detalhes, converse sem criar nenhum tipo de tabu sobre o tema.

G: Quais as dicas para não fazer distinção entre meninos e meninas na hora de falar sobre sexo?
T: A melhor dica é explicar como funciona o sistema dos dois sexos, tanto masculino quanto o feminino. Assim, os filhos vão poder entender e compreender ambos os lados sem distinções.

G: O que os pais devem fazer se flagrarem o filho vendo conteúdo adulto?
T: Essa é uma pergunta extremamente delicada pois depende da religião e da crença dos pais. Geralmente, uma conversa aberta, tentando entender o que o filho buscava com aquilo, se ele tem alguma necessidade diferente, se precisa de algum suporte, e quais dúvidas ele tem,
pode ser a melhor abordagem.

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