Não dá para negar que 2019 foi cheio de altos e baixos. E entre os bons motivos para guardá-lo na memória estão as mulheres, que cada vez mais têm conquistado espaço na política, esporte, gastronomia, entretenimento e ciência. Quer provas? Sabia que foi em 2019 que rolou a primeira caminhada espacial 100% feminina? E que no mesmo ano uma atleta de 34 anos bateu o recorde de Usain Bolt? Aqui, listamos quem são as protagonistas dessas conquistas que marcaram a história. Seguimos juntx em 2020!
A sueca de 16 anos é uma das principais ativistas da atualidade na missão de salvar o planeta. No fim de 2018, ela começou a faltar nas aulas às sextas-feiras para protestar contra a crise climática, dando um pontapé ao "Fridays for Future". Desde então, se tornou inspiradora de um movimento que ganhou ainda mais força em 2019, atraindo estudantes para a greve global pelo clima. Greta já levou suas ideias e discursou em eventos como a COP24, a Conferência do Clima da ONU, e o Fórum Econômico Mundial.
Demorou, mas 2019 foi, sem dúvida, o ano que marcou um novo passo para o futebol feminino. O Brasil não levou a Copa do Mundo, mas Marta fez questão de lutar pela igualdade de gênero dentro e fora do campo. A camisa 10 usou chuteiras personalizadas pedindo equidade salarial nas partidas e deixou a disputa com um desabafo: “Não vai ter uma Marta para sempre, uma Cristiane, uma Formiga. E o futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Chore no começo para sorrir no fim". Que baita mulher!
Alexandria Ocasio Cortez
Aos 30 anos, ela é a mulher mais nova a ocupar uma cadeira de deputada no Congresso dos Estados Unidos. Descendente de porto-riquenhos, socialista e democrata, Alexandria sabe usar as redes sociais a seu favor e ganhou grande popularidade ao defender o aumento da tributação dos super-ricos, que ganham US$ 10 milhões ou mais por ano.
Allyson Felix
Já imaginou bater um recorde de Usain Bolt? Foi exatamente o que Allyson fez. A corredora norte-americana de 34 anos participou do revezamento 4X400 de gênero misto no Campeonato Mundial de Atletismo e ganhou sua 12ª medalha de ouro - uma a mais que Bolt. Tudo aconteceu em outubro de 2019, 10 meses após o parto de seu bebê prematuro. #GirlPower
Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacynda se tornou exemplo de liderança aos 39 anos. Após os ataques nas mesquistas de Christchurch, que aconteceram em março e mataram mais de 50 pessoas, ela teve uma reação rápida e anunciou a proibição de armas automáticas e semiautomáticas em todo o país, não deu visibilidade ao autor do atentado, visitou as famílias das vítimas muçulmanas usando um lenço em respeito e criticou o discurso de ódio instaurado nas redes sociais. Sua política chamou atenção no mundo todo e foi pauta de matéria do jornal New York Times, com o título "A América merece um líder tão bom quanto Jacinda Ardern". É para assinar embaixo, né?
Telma Shiraishi
Um dos nosso desejos para 2020 é que cada vez mais mulheres ocupem grandes cargos. Por isso é tão importante a história de Telma. A chef de 49 anos que está à frente do restaurante Aizomê, em São Paulo, foi a primeira mulher no Brasil e a terceira no mundo a conquistar o título de embaixadora da culinária nipônica pelo Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão. Palmas!
Megan Rapinoe
O título da Copa do Mundo Feminina de 2019 foi dos Estados Unidos. O talento de Megan Rapinoe durante as partidas é inquestionável, mas a artilheira e ativista de 34 anos marcou alguns golaços também fora de campo. Ela se mostrou contra às políticas de Trump e levantou a bandeira a favor da igualdade salarial entre homens e mulheres no futebol. A jogadora ainda fez questão de mandar um recado para o presidente: "Sua mensagem está excluindo as pessoas. Você está me excluindo. Você está excluindo pessoas como eu. Você está excluindo negros. Você está excluindo americanos que talvez o apoiem".
Desde que estreou, em 1969, o Jornal Nacional foi apresentado apenas por homens por mais de 20 anos. Só em 1992, o programa teve sua primeira âncora, a jornalista Valéria Monteiro. Em 2019 (sim, muito tempo depois!), Maju Coutinho fez história e se tornou a primeira mulher negra a estar na bancada do JN. "Espero o dia em que o 'mulher negra' não esteja na manchete", disse em entrevista para a Glamour na época. No mesmo ano, ela se tornou apresentadora do Jornal Hoje.
Se você não cantou ou ouviu "Shallow" em 2019, provavelmente passou os últimos meses em algum outro planeta que não a Terra. Cantora, atriz, compositora e a amiga que a gente gostaria de ter, Lady Gaga se tornou a primeira mulher a vencer, no mesmo ano, cinco das mais importantes premiações da indústria do entretenimento. Ela saiu com troféus no Oscar, Grammy, Bafta, Globo de Ouro e Critc's Choice.
Christina Koch e Jessica Meir
A primeira caminha espacial 100% feminina rolou em outubro e foi protagonizada pela dupla Christina Koch (40 anos) e Jessica Meir (42 anos). Elas trabalham juntas do lado de fora da Estação Espacial Internacional (ISS) durante sete horas e 17 minutos, para realizar algumas atividades de manutenção. "Não queremos pegar muito crédito, porque já houve muitas mulheres caminhantes espaciais antes. É apenas a primeira vez que temos uma caminhada só de mulheres", disse Jessica. Podem ir se acostumando. Aqui vocês vão ganhar crédito, sim!
Lívia Eberlin
Já imaginou se existisse uma caneta capaz de detectar câncer? Graças a cientista brasileira formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), isso já é realidade. Lívia, de 33 anos, é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e desenvolveu o dispositivo capaz de detectar tecidos afetados pela doença em apenas 10 segundos durante uma cirurgia. Não à toa, ela faz parte da nossa lista.
Phoebe Waller Bridge
Se alguém fez história no Emmy 2019, essa pessoa com certeza é a britânica Phoebe Waller Bridge, de 34 anos. A atriz, roteirista e criadora de Fleabag levou os prêmios de melhor roteiro, direção, atriz principal e série de comédia. Em seguida, fechou um contrato milionário para criar conteúdos para a Amazon. Que a indústria do entretenimento tenha cada vez mais mulheres como Phoebe.
Petra Costa
Diretora de Democracia em Vertigem, Petra Costra foi aclamada pelo documentário lançado em 2019 na Netflix. O filme que narra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff por meio da visão da documentarista foi a única produção brasileira a receber uma indicação ao Critics' Choice Documentary Awards 2019. Além disso, também concorre a três categorias (Melhor Documentário, Direção e Roteiro) no IDA Documentary Awards, prêmio da associação de documentaristas, que é um dos termômetros para o Oscar.
Motivos não faltam para Fernandona, como é chamada pelos mais íntimos, fazer parte da lista de mulheres marcantes. Em 2019, a atriz completou 90 anos e reuniu suas histórias de vida no livro Prólogo, Ato, Epílogo: Memórias, que conta sua trajetória pessoal e os mais de 60 anos de carreira.
Depois de lançar a autobiografia Minha História, que ultrapassou 10 milhões de cópias vendidas em 2018, Michelle Obama foi eleita a mulher mais admirada do mundo em 2019, pelo instituto de pesquisas online YouGov, seguida de Oprah Winfrey e Angelina Jolie. Não tem como não amar.
A filósofa de 39 anos é um dos nomes mais populares quando se fala de ativismo negro no Brasil. Em 2019, ela lançou o livro Pequeno Manual Antirracista e apareceu na lista de cem mulheres mais influentes do mundo, pela BBC. Além disso, também foi uma das escolhidas pelo governo francês para o programa ‘Personalidade do Amanhã’, iniciativa que escolhe uma pessoa por país da América Latina e Caribe pelo seu impacto no futuro.
Claudia López
Ela é a primeira prefeita eleita na história de Bogotá, na Colômbia. Além de ocupar o cargo que até então teve apenas homens como representantes, Claudia é gay e protagonizou um beijo na sua esposa em cima do palanque ao comemorar a vitória - o que virou notícia no mundo todo. “Bogotá votou para derrotar o machismo e a homofobia. Não duvide: mudança e igualdade são imparáveis”, disse.
Ro’Otsitsina Xavante
Porta-voz do movimento das mulheres indígenas, Ro’Otsitsina Xavante incentivou e liderou a primeira marcha para discutir machismo e dar visibilidade às questões de genêro entre os povos indígenas. Ela e várias outras mulheres se juntaram durante a Marcha das Margaridas, manifestação que anualmente em Brasília, liderada por trabalhadoras rurais, discute o assunto. “Nós, mulheres, não somos parte do povo, nós somos o povo”, disse. “Então, violando uma menina, violando uma mulher, você está violando o povo.”
E para você, quem é a mulher mais marcante do ano?