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Por Tabata Amaral


Tabata Amaral (Foto: Thomas Tebet / Arquivo Glamour) — Foto: Glamour
Tabata Amaral (Foto: Thomas Tebet / Arquivo Glamour) — Foto: Glamour

Para quem não me conhece, uma breve apresentação. Meu nome é Tabata Amaral, tenho 24 anos e venho da periferia de São Paulo, sendo uma moradora orgulhosa da Vila Missionária. Descobri o tamanho da desigualdade do nosso país quando, com 13 anos, recebi uma bolsa de estudos em uma escola privada no centro da cidade. No entanto, essa oportunidade me mostrou também que havia um caminho para a igualdade de oportunidades e que esse caminho era o da educação. E então começou o meu trabalho. Hoje sou formada em Governo e Astrofísica pela Universidade de Harvard e sou co-fundadora do Projeto VOA!, do Mapa Educação e do Movimento Acredito. Além do meu trabalho com os movimentos, sou comentarista da Rádio CBN e, hoje, estou muito feliz em ser a mais nova colunista da Glamour!

Agora que vocês já me conhecem, vamos ao tema da nossa conversa: a primeira vez a gente nunca esquece. Quase todo mundo lembra da sua primeira vez. Uns relembram com grande alegria e gostam de narrar cada detalhe, outros preferem nem falar do assunto, pois o dito acontecimento não foi lá grandes coisas. E lembramos da primeira vez de quase tudo: primeira melhor amiga, primeiro beijo, primeiro emprego, primeira viagem sozinha...

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Mas tem uma coisa da qual a gente quase nunca lembra e, quando lembra, é com um certo desgosto. E para que lembrar se é quase um tabu falar sobre isso? Afinal de contas, "política, religião e futebol não se discutem", não é mesmo? Então por que falar do primeiro voto? O primeiro voto é visto como algo tão pouco importante que apenas um em cada cinco jovens de 16 e 17 anos já tirou seu título de eleitor. São milhões de jovens que, para votar nas eleições de 2018, precisam correr e tirar o título até o dia 9 de maio.

Quando eu fiquei sabendo disso, comecei a criar um monte de explicações na minha cabeça. Talvez o jovem esteja desacreditado da política e ache que um voto não faz diferença, pensei eu. Mas, quando eu comecei a conversar com os jovens da minha comunidade, vi que o buraco era mais embaixo. Além de não estarem muito a fim de ficar um bom bocado de tempo parado em uma fila, o pessoal não se sentia preparado para votar. Já que não discutimos política na escola ou com os amigos - a gente pode até discutir política partidária nas redes sociais, mas a Política com P maiúsculo fica de fora – a gente acaba não aprendendo o que faz um vereador, como funcionam as regras eleitorais, etc.

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Eu confesso que as explicações que eu tinha criado eram mais fáceis de engolir do que escutar os meus amigos dizendo que não se sentiam preparados para algo tão importante. Mas foram constatações como essas que levaram nós do Movimento Acredito a criarmos o projeto Meu Primeiro Voto. Nacional e suprapartidário, o Meu Primeiro Voto é bem simples: quem ainda não tem o título de eleitor ou já tem mas quer juntar uma galera para tirar o seu, deve se inscrever no site. Nós agrupamos os inscritos e informamos uma data e um local no qual os jovens devem se encontrar para tirar o título na sua região. A ideia é fazer com que a experiência de tirar o título de eleitor, que pode ser chata e maçante, se torne uma atividade divertida e feita junto com os amigos.

E aqui vem a parte mais bacana: todas as pessoas inscritas no site do Meu Primeiro Voto receberão uma formação política oferecida pelo time da Fast Food da Política. Além disso, quem estiver na foto mais criativa com as #MeuPrimeiroVoto e #MovimentoAcredito receberá uma camiseta oficial do Movimento Acredito!

O primeiro voto é algo tão bonito porque é quando a sociedade te diz: “ei, você já está preparado para tomar uma decisão pelo coletivo”. E, como disse o Presidente Obama, “A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a mudança que procuramos.”

Até a próxima!

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