A ferramenta de inteligência artificial (IA) ChatGPT, da empresa estadunidense OpenAI, tem movimentado o mundo da tecnologia. O chatbot de redação automatizada, muito semelhante à escrita humana, alertou educadores e animou profissionais que trabalham com inovação tecnológica.
Em reportagem publicada na última quarta-feira (1º), o portal Vice, dos EUA, relata que há quem já esteja estudando usar o ChatGPT para viabilizar conversas com pessoas mortas. A possibilidade veio à tona por meio de uma entrevista com Artur Sychov, fundador da empresa de metaverso Somnium Space.
Segundo Sychov, um usuário começou a integrar o chatbot da OpenAI em seu metaverso, possibilitando acelerar o desenvolvimento do modo “Live Forever” da Somnium Space. O projeto visa permitir que as pessoas armazenem a maneira como falam, se movem e soam até depois de morrer. Assim, poderiam se comunicar com seus parentes e amigos por meio de avatares.
De acordo com a Vice, Sychov se inspirou a desenvolver o “Live Forever” após a morte de seu pai. Na época, ele achou que levaria cinco anos para criar o sistema, mas com os recentes avanços em IA, como o ChatGPT, pode ser possível fazer isso em menos tempo. “A IA está progredindo extremamente rápido. Honestamente, está progredindo mais rápido do que esperávamos”, disse ao portal especializado em tecnologia e inovação.
O usuário da Somnium Space que aplicou o ChatGPT ao metaverso atende pelo nome de Artific. Como contou a Vice, ele é um profissional de data science que sempre foi cético quanto à inteligência artificial, mas ficou maravilhado com as possibilidades do chatbot da OpenAI.
Quando Artific perguntou ao ChatGPT como ele poderia integrar o sistema ao Somnium Space, o robô virtual forneceu um plano de ataque que surpreendeu o usuário. Após alguns ajustes, funcionou.
Os robôs de IA ainda estão em desenvolvimento, mas já são capazes de aprender por meio de conversas e reter informações, o que significa que têm alguma versão de “memória de curto prazo”, de acordo com os entrevistados da Vice. “Se você deixar este mundo e voltar, ela ainda se lembrará do que você falou”, disse Artific. “Claro, há muito progresso que ainda precisa ser feito. Mas já funciona assim.”
Para Sychov, o próximo passo será descobrir como armazenar adequadamente todas as gravações de dados, algo necessário para que os robôs virtuais de IA tenham uma conversa em uma velocidade que pareça natural aos humanos.