Barata é encontrada com esperma fossilizado em âmbar de 30 milhões de anos

Inseto com 7 milímetros de comprimento que pertence a uma nova espécie permaneceu todo esse tempo conservado em resina na República Dominicana

Por Redação Galileu


Barata Supella dominicana descoberta em âmbar com espermatozoides Oregon State University

O cientista George Poinar Jr., professor emérito da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, identificou em âmbar de 30 milhões de anos uma nova espécie de barata conservada junto de esperma. O achado foi registrado em 1º de dezembro na revista Biologia.

O inseto foi encontrado na República Dominicana, por isso Poinar batizou a nova espécie de Supella dominicana. O inseto do sexo masculino é o primeiro fóssil de barata a ser encontrado com espermatozoides.

“Está bem preservado com uma barra transversal amarela nas asas e uma faixa central amarela vertical que parece dividir o corpo em duas partes”, descreve o cientista, em comunicado. “Tem espinhos longos, usados ​​para defesa, nas patas, principalmente nas traseiras.”

Considerando o esperma fossilizado algo bastante raro, o professor destaca a presença de um feixe de esperma contendo espermatozoides com acrossomos, estruturas que cobrem a cabeça da célula sexual.

O espécime de 7 milímetros de comprimento é a única barata de sua variedade, ectobiid, embora não tenha descendentes vivos na República Dominicana ou em qualquer lugar das ilhas do Caribe. Como é o caso de outra barata Supella descrita anteriormente em âmbar mexicano, os parentes vivos mais próximos de S. dominicana estão na África e na Ásia.

Barata do sexo masculino ficou preservada em âmbar de 30 milhões de anos — Foto: Oregon State University

De acordo com Poinar, as baratas são tão resistentes que podem viver por uma semana após serem decapitadas. Esses insetos podem aguentar temperaturas bem abaixo de zero e suportar pressões de até 900 vezes seu peso corporal. Isso significa que um pisão só provavelmente não basta para matá-los. “Então, o que causou a extinção dessas baratas [S. dominicana] quando é tão difícil se livrar delas hoje?”, questiona o professor, que destaca a importância dos insetos para o estudo de doenças.

“Elas são consideradas insetos medicamente importantes, pois são portadoras de patógenos humanos, incluindo bactérias que causam salmonela, estafilococos e estreptococos”, disse Poinar. Além disso, as baratas abrigam vírus, podendo espalhar patógenos e causar reações alérgicas.

Esses insetos não se incomodam em caminhar pelo esgoto ou matéria em decomposição, podendo contaminar superfícies ao procurarem alimento em residências, incluindo migalhas, itens de despensa e até encadernações de livros e papelão.

Existem mais de 4 mil espécies dessas criaturas rastejando em vários habitats em toda a Terra, mas apenas cerca de 30 tipos de baratas compartilham o habitat com humanos. Elas são reprodutoras prodigiosas, capazes de se espremer em pequenos esconderijos e ainda têm enzimas que as protegem de substâncias tóxicas.

Segundo o cientista, as baratas não são facilmente expulsas quando aparecem em algum lugar e há evidências crescentes de que essas invasoras estejam desenvolvendo resistência a muitos inseticidas. “A dificuldade em eliminá-las de casa depois que se estabelecem pode causar muito estresse”, afirma Poinar. “Muitos podem dizer que o melhor lugar para uma barata é sepultada em âmbar”.

Mais recente Próxima Cobras também têm clitóris, concluem cientistas da Austrália; veja

Leia mais