• Redação Galileu
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Pesquisadores da RIKEN, no Japão, criaram baratas ciborgues controladas remotamente, equipadas com um pequeno módulo de controle sem fio que é alimentado por uma bateria recarregável conectada a uma célula solar (Foto: Divulgação/ RIKEN)

Pesquisadores da RIKEN, no Japão, criaram baratas ciborgues controladas remotamente, equipadas com um pequeno módulo de controle sem fio que é alimentado por uma bateria recarregável conectada a uma célula solar (Foto: Divulgação/ RIKEN)

Os dias de “ficar como barata tonta” estão contados, agora que pesquisadores de uma empresa japonesa desenvolveram um sistema para criar baratas ciborgues controladas remotamente.

Os insetos foram equipados com um pequeno módulo de controle sem fio, alimentado por bateria conectada a uma célula solar, e espera-se que a conquista torne o uso de insetos ciborgues uma realidade.

Publicado na revista Flexible Electronics nesta segunda-feira (5), o estudo descreve que o objetivo de criar esses animais parte inseto, parte máquina é ajudar a inspecionar áreas perigosas ou monitorar o meio ambiente.

Para integrar esses dispositivos em uma barata, que possui área de superfície limitada, a equipe de pesquisa desenvolveu uma mochila especial com materiais ultrafinos e um sistema de adesão que mantém o maquinário conectado por longos períodos, além de permitir movimentos naturais. 

A equipe usou baratas-de-Madagascar, que têm aproximadamente 6 centímetros de comprimento, para conduzir o experimento. A mochila foi modelada no corpo de uma barata modelo, depois impressa em 3D com um polímero elástico e se acoplou perfeitamente à superfície curva da barata de verdade.

O módulo de células solares orgânicas ultrafinas de 0,004 milímetros de espessura que carregam o dispositivo foi montado no lado dorsal do abdômen do inseto. “O módulo de célula solar orgânica ultrafina montada no corpo atinge uma potência de 17,2 mW [megawatts], que é mais de 50 vezes maior do que a potência dos atuais dispositivos de coleta de energia de última geração em insetos vivos”, informa Kenjiro Fukuda, do Grupo RIKEN para Pesquisa Pioneira, em comunicado.

Uma vez que esses componentes foram integrados às baratas, juntamente com fios que estimulam os segmentos das pernas, os novos ciborgues foram testados. A bateria foi carregada com um pseudo-sol por 30 minutos, e os animais foram direcionados para virar à esquerda e à direita por meio de controle remoto sem fio.

Agora, os pesquisadores precisam garantir que tudo isso funcione por um longo período, sem prejudicar a barata e seus movimentos naturais. Daí, quem sabe, outros insetos poderão receber o aparato também. “Nossa estratégia pode ser adaptada a outros insetos como besouros, ou talvez até insetos voadores como cigarras, no futuro”, diz Fukuda.