Ciência

Por Redação Galileu

Paleontólogos da Rede do Museu de Queensland, na Austrália, anunciaram a descoberta da cabeça e do corpo de um réptil marinho de pescoço longo de 100 milhões de anos. O achado foi descrito como a "Pedra de Roseta" da paleontologia de répteis marinhos, em referência ao granito descoberto em 1799 e que foi a chave para a leitura dos hieróglifos egípcios.

O fóssil raro foi achado inicialmente por Cassandra, dona de uma propriedade em Queensland Ocidental, e suas duas amigas Sally e Cynthia. Juntas, elas formam o trio de caçadoras de fósseis amadoras "Rock Chicks".

O amontoado de ossos foi identificado pelo museu como um elasmossauro, gênero de réptil pré-histórico da ordem Plesiosauria que viveu no início do período do Cretáceo, entre 145,5 milhões e 65,5 milhões de anos atrás.

No momento em que encontrou a ossada, Cassandra entrou em contato com o paleontólogo Espen Knutsen, cientista sênior do Museu de Queensland. "Ficamos extremamente entusiasmados quando vimos este fóssil — é como a Pedra de Roseta da paleontologia marinha, pois pode conter a chave para desvendar a diversidade e evolução dos plesiossauros de pescoço longo na Austrália Cretácea", comenta Knutsen, em nota.

Durante o início do período Cretáceo, grande parte de Queensland era coberta por um mar vasto e raso (o mar de Eromanga). Daí porque restos fósseis de antigos habitantes do oceano, incluindo répteis marinhos, como plesiossauros e ictiossauros, são comumente encontrados nesse estado australiano.

Mas, segundo Knutsen, um achado como o elasmossauro é surpreendente. Isso porque o pescoço desses animais representava dois terços do corpo, de modo que não era raro a cabeça ser separada do resto após a morte. "O que torna muito difícil encontrar um fóssil preservando os dois juntos, então estamos usando a tomografia computadorizada para nos dar uma visão desses animais magníficos", compartilha o cientista.

Representação feita com computação gráfica de um elasmossauro — Foto: Wikimedia Commons
Representação feita com computação gráfica de um elasmossauro — Foto: Wikimedia Commons

Ao jornal britânico The Guardian, o pesquisador sênior disse que provavelmente o elasmossauro foi “mordido ao meio” pelo maior predador da sua época, o Kronosauro, que atingia de 10 a 11 toneladas. Uma perfuração teria feito com que o cadáver afundasse instantaneamente no fundo do mar, que chegava a 50 metros de profundidade.

Embora mais estudos sejam necessários, o achado está sendo celebrado. "Agora temos a única cabeça e corpo de um elasmosauro australiano no mundo, e essa descoberta significativa contribuirá muito para a pesquisa vital sobre o passado cretáceo de Queensland", declarou Jim Thompson, CEO do museu.

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