Além de enviar satélites para a Lua e acompanhar a movimentação de detritos espaciais na órbita da Terra, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) dedica esforços também a uma outra missão: a produção de repolhos.
O projeto em questão nasceu como uma parceria da JAXA e uma empresa de marketing privada, a Dentsu, e é uma tentativa de ampliar o uso da tecnologia no setor agrícola do Japão. O monitoramento via satélite visa garantir projeções sobre a quantidade de alimentos a serem colhidos -- favorecendo, assim, a sua venda.
Usando tecnologias espaciais, o projeto tem avaliado, com sucesso, o crescimento das plantações de repolho desde 2022. Para tanto, a JAXA mobiliza dados de satélites ópticos e SAR (radar de abertura sintética).
A partir dessas informações, a agência Dentsu utiliza as análises provenientes dos satélites para planejar a venda dos vegetais. Acompanhar de forma privilegiada as colheitas, torna possível, por exemplo, definir as datas para o envio dos produtos e estimar os seus preços de venda.
Em comunicado publicado na última quinta-feira (13), a JAXA confirmou que, a partir deste ano, a Associação Cooperativa Agrícola da Vila Tsumagoi vai entrar como outra parceira do projeto. A entidade será responsável por trazer informações mais detalhadas sobre os locais das plantações, como as condições climáticas, o período de plantio e até a hora mais indicada para a colheita.
Segundo a agência espacial, os novos dados ajudarão a incrementar ainda mais a precisão do projeto. Espera-se que, já para esta temporada agrícola, seja possível prever melhor o volume de remessas e preços de mercado, gerando informes mais certeiros sobre quando e onde promover os anúncios dos produtos. Além da publicidade dos vegetais em si, a iniciativa também aposta em produtos relacionados, como temperos que acompanham esses alimentos em receitas tradicionais do país.
“Temos trabalhado com alguns distribuidores, como varejistas, para implementar promoções de vendas que aumentem a demanda no ponto de venda quando a oferta de repolho aumenta”, afirma o comunicado. “Em 2024, planejamos fortalecer e expandir ainda mais essas relações, visando um desenvolvimento multifacetado que ligue mais estreitamente as lojas e o marketing”.
Como descrito pela agência espacial, a longo prazo, o projeto pretende se expandir para outras culturas agrícolas (que não apenas o repolho) e regiões do país. Além disso, a nota da agência destaca que o seu objetivo se estende também para a ordem social, promovendo a solução de problemas como a estabilização dos preços com base nas necessidades dos locais de produção e a redução da perda de resíduos da produção de alimentos.