Monumento funerário do Neolítico é escavado na "rocha dos amantes" na Espanha

Segundo o site Heritage Daily, a montanha é reconhecida por sua influência, junto dos picos de El Torcal, no desenvolvimento de sítios do Neolítico Final e da Idade do Cobre. Entre estes, estão Menga, Viera e El Romeral, datados do 3º e 4º milênios a.C..

Os resultados da escavação indicaram que o monumento funerário recém-descoberto é parte natural e parte construído. Ele também é parte hipogeu (construção no subterrâneo) e parte megálito (um grande bloco de pedra exposto).

Os arqueólogos descrevem na pesquisa que a tumba “é constituída por uma cavidade pseudo-retangular, com 4,5m de comprimento e 1,45m de largura, que foi escavada no leito rochoso através da remoção da rocha calcarenítica local e depois delimitada, a nascente e a poente, por uma série de lajes de média dimensão”.

Segundo os investigadores, os antigos construtores do monumento usaram de propósito a geologia naturalmente dobrada da região para criar uma estrutura integrada à paisagem. Apesar da presença de lajes quebradas encontradas na parte superior do preenchimento da tumba, não há evidências de um telhado.

O preenchimento da tumba incluía ossos humanos e de animais, além de cerâmicas. Havia também 988 kg de pedras, usadas para criar características e espaços específicos dentro da câmara funerária.

“Os vestígios humanos assumem especial importância, dada a total ausência de ossatura humana pré-histórica nos três principais monumentos megalíticos do sítio de Antequera”, escreveram os pesquisadores. “Em geral, o osso recuperado é mal preservado e altamente fragmentado, mostrando um nível de completude de 0 a 25%.”

Apesar do péssimo estado dos ossos, os pesquisadores encontraram um objeto notável na soleira da entrada da tumba: uma pequena pedra triangular de calcário, com no máximo 17,5 centímetros, que havia sido cuidadosamente inserida entre as lajes do local.

A base da pedra parecia ter sido achatada por abrasão, para poder ficar na vertical, mas uma análise com técnicas digitais de alta resolução não identificou nenhuma outra modificação humana na superfície do objeto.

Visto de lado mais estreito, o artefato tinha aparência que lembra a cabeça ou rosto de um pássaro, ou de um ser humano. Acredita-se que sua função era apotropaica, ou seja, os humanos antigos acreditavam que o objeto poderia protegê-los do mal.

Embora admitam que o estudo do monumento funerário esteja em estágio inicial, os autores concluíram que “as formações e elementos naturais, especialmente os afloramentos rochosos, mas também a água e a luz, desempenharam um papel importante na forma como as sociedades neolíticas criaram a paisagem monumental de Antequera”.