Reprodução assistida
 


As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas causaram não só alagamentos em diversas cidades, como também afetaram importantes serviços de saúde. Em quase todas as clínicas de reprodução assistida do estado, novos ciclos de tratamento tiveram de ser temporariamente adiados por questões de logística e de infraestrutura.

Reprodução assistida; fertilização in vitro (fiv) — Foto: Freepik
Reprodução assistida; fertilização in vitro (fiv) — Foto: Freepik

"Do dia 1 ao dia 10 de maio, as pacientes não tinham nem como se deslocar e sair de suas cidades, para chegar até a clínica. Temos muitas pacientes da região da Serra Gaúcha e da região metropolitana de Porto Alegre. Todas aquelas que não tinham começado o tratamento estão entrando em contato e pedindo para passar para o próximo mês", conta a ginecologista Eleonora Pasqualotto, do Centro de Reprodução Humana Conception, da cidade de Caxias do Sul.

Desde que as chuvas e as enchentes começaram, as clínicas de reprodução assistida tiveram de se adaptar ao novo cenário. "Por sorte, as clínicas aqui no Rio Grande do Sul ficam em regiões mais altas ou em prédios. Não entrou água em nenhuma das que eu mantive contato nesse tempo. Mas, ainda assim, algumas não começaram novos ciclos pela incerteza se teriam ou não suprimentos", explica Karina Steiger, idealizadora do "Nós tentantes, Projeto de Vida", rede de apoio para mulheres que estão tentando engravidar.

Ainda que as clínicas de fertilidade não tenham sido diretamente atingidas pelas águas, todas procuradas para reportagem dizem ter enfrentado dificuldades logísticas: seja para atender pessoalmente ou para receber e repor os suprimentos necessários para os tratamentos. Desde então, estão tomando medidas para minimizar o impacto da situação para as pacientes.

Algumas unidades estavam oferecendo a opção de remarcar os procedimentos para datas posteriores ou reencaminhado para outras localidades, enquanto outras buscaram alternativas para manter os atendimentos mesmo que à distância, quando possível. Na Generar, em Porto Alegre, por exemplo, os médicos continuaram atendendo normalmente, mas ofereceram a opção de teleconsulta para os pacientes que estavam com dificuldade de deslocamento para chegar. No Instituto de Fertilidade Nilo Frantz, também em POA, os atendimentos passaram a acontecer em horário reduzido.

Além da dificuldade em manter os atendimentos e os procedimentos presenciais, outro grande desafio num primeiro momento foi manter o estoque de suprimentos em dia. Meios para cultivo embrionário, cateteres para coleta de óvulos, tanques de nitrogênio líquido, agulhas, antibióticos, analgésicos, luvas, máscaras, toucas...

"A preocupação era como fazer chegar, já que a situação das estradas não estava normalizada. Mas aí começamos a ver um movimento de clínicas se unindo para dividir transportadora e trazer os suprimentos via Florianópolis ou Caxias do Sul, principalmente os insumos que são de difícil chegada. Os perecíveis estavam vindo via aérea e os não perecíveis via terrestre", afirma Karina, do "Nós tentantes, Projeto de Vida".

Preocupação com materiais armazenados

Por mais que não tenham sido invadidas pelas enchentes, várias clínicas foram impactadas pelas enchentes de outras formas. Muitas estão localizadas em regiões que ficaram dias sem acesso a eletricidade e água, por exemplo. E como manter uma clínica de reprodução humana em funcionamento sem água e nem luz? Como preservar e armazenar embriões e gametas em meio a uma situação de calamidade?

"Podem ficar tranquilos porque esse material fica armazenado em nitrogênio líquido. Nós não precisamos de luz elétrica ou água para manutenção deles. A manutenção de todo esse material está garantida" disse Ricardo Azmbuja, diretor da clínica Fertilitat, em Porto Alegre (RS), em um vídeo publicado nas redes sociais.

Assim como Ricardo, outros profissionais também foram à internet para tranquilizar os pacientes que tinham embriões ou gametas armazenados nas clínicas. "Possuímos geradores e fazemos controle eletrônico de monitoramento dos tanques de criopreservação, garantindo as condições para que todo material fique estável e seguro", divulgou a Fertilitat. "Nossos estoques de gases e nitrogênio estão completos, mantendo todos os gametas e embriões armazenados, seguros", pontuou também o Instituto de Fertilidade Nilo Frantz.

Voltando ao que era antes

Ainda deve levar meses (ou até anos) até que o estado do Rio Grande do Sul se recupere dos estragos causados pelas enchentes. Enquanto isso, o serviço de reprodução humana, aos poucos, está voltando ao ritmo de antes. Os especialistas ouvidos pela reportagem garantem que o cenário já não é mais o mesmo do começo do mês.

"Do ponto de vista de logística e de manutenção dos insumos, está tudo bem", garante a ginecologista Ângela D’avila, clínica Embrios, da cidade de Bento Gonçalves. Segundo a especialista, passados os 15 primeiros dias mais críticos, agora a situação das clínicas já está "normalizada".

"As pacientes continuam procurando? Poucas, mas, por outro lado, também eu vejo uma necessidade de as pessoas continuarem as suas vidas. Até semana passada, a gente recebeu muito contato de paciente dizendo 'Menstruei, mas não me sinto à vontade para começar'. Nesta semana, está mudando. As pacientes ligando e a gente pergunta para elas: 'Você se sente à vontade?'. E elas falando 'Sim, quero prosseguir'", finaliza.

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