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Sentir dor ao amamentar é comum, mas não é normal. A origem desse desconforto deve ser sempre avaliada, com ajuda de um profissional, para evitar o desmame precoce e tornar o momento prazeroso para a mãe e para o bebê, além de garantir uma nutrição eficaz para o pequeno. Vários problemas podem levar à dor na amamentação, como pega incorreta e mastite, entre outros. Mas um deles, menos "famoso", é o fenômeno de Raynaud nas mamas. Você já ouviu falar?

Fenômeno de Raynaud nas mamas pode ser uma das causas de dor ao amamentar — Foto: Getty Images
Fenômeno de Raynaud nas mamas pode ser uma das causas de dor ao amamentar — Foto: Getty Images

De acordo com a mastologista, ginecologista e obstetra Laura Penteado, diretora da clínica Theia (SP), o fenômeno de Raynaud nas mamas é caracterizado por uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos que irrigam os mamilos. “É um espasmo vascular, que resulta em uma diminuição temporária do fluxo de sangue nas mamas. Isso causa uma isquemia breve no mamilo, o que pode causar dor intensa, com sintomas de queimação”, explica ela.

Por conta da interrupção do fluxo sanguíneo, os mamilos mudam até de cor e ficam brancos. Em seguida, vem a dor e, então, a área fica avermelhada. O problema pode ser causado por exposição a temperaturas mais baixas e, por isso, é mais comum no inverno.

Fenômeno de Raynaud e a amamentação

Além do frio, há outros fatores que podem desencadear o fenômeno de Raynaud nas mamas. Uma delas, segundo a mastologista, é o estresse emocional. Outra é o trauma repetitivo. “A amamentação pode levar a esse espamo vascular pelos traumas repetitivos nos mamilos. A sucção do bebê, às vezes, causa microfissuras ou até machucados maiores, o que facilita essa constrição dos vasos”, explica Laura.

Ao amamentar, muitas vezes, a mãe levanta a blusa e expõe a mama. “Se o ambiente estiver frio, a temperatura baixa e, associada aos traumas das fissuras, pode aumentar a chance de ter o fenômeno de Raynaud”, acrescenta.

Mudança de cor nos mamilos é um dos sinais do fenômeno de Raynaud — Foto: Crescer
Mudança de cor nos mamilos é um dos sinais do fenômeno de Raynaud — Foto: Crescer

Quem tem pré-disposição ao fenômeno de Raynaud?

Essa constrição dos vasos não acontece apenas nos mamilos, nem só em mães que amamentam, mas pode afetar qualquer pessoa. O que acontece é que quem já teve ou tem com certa frequência esse problema, em outras partes do corpo, pode ter mais risco de ter nas mamas, ao amamentar, nas condições que favorecem a ocorrência do fenômeno. Segundo a médica, muitas pessoas sofrem com Raynaud em extremidades, como as mãos e os pés. “Nesse caso, no inverno, é importante se manter aquecido, usando luvas e meias, para prevenir”, orienta.

Fenômeno de Raynaud: como é feito o diagnóstico?

O fenômeno de Raynaud, em geral, ocorre com certa frequência, mas não há muitos dados sobre a incidência do problema especificamente durante a amamentação. “Não é muito bem documentado, até porque o diagnóstico é difícil. Porém, é uma condição considerada relativamente rara”, aponta Laura.

O diagnóstico, de acordo como a médica, é feito pela avaliação dos sintomas. “Primeiro, o mamilo fica esbranquiçado e, depois, pode ficar azul ou arroxeado, pela falta de sangue. Então, fica avermelhado e depois volta para a coloração normal”, diz a médica. Tudo isso, com a sensação de dor. “Apesar dessa mudança de cor nítida, às vezes, durante a amamentação, pode haver outras alterações, o que dificulta esse diagnóstico. Às vezes, há fissuras, a mama pode estar inchada… Nem sempre é fácil notar a mudança da coloração”, explica Laura.

A dor, que é uma queimação intensa, bem aguda, na ponta dos mamilos, é o sintoma que mais incmoda - e que, em geral, leva a mulher a buscar ajuda médica. O fenômeno pode causar também uma sensação de formigamento e dormência.

A mastologista explica que com o exame físico e a partir da conversa com a mulher, o especialista avalia se pode ser o fenômeno de Raynaud ou se a dor e os sintomas têm outras causas, como fissuras, candidíase, ingurgitamento mamário, alteração na pega do bebê, entre outros. Em alguns casos, o médico faz testes que envolvem estímulo com gelo e frio para ver se a mudança de coloração ocorre.

Como amenizar o desconforto nas mamas?

O tratamento inicial para o fenômendo de Raynaud é aquecer as mamas. “Assim que o bebê parar de sugar, a mãe pode colocar uma compressa quente no mamilo, o que diminui bastante a chance desse espasmo”, orienta a médica. Além disso, algumas dicas podem ajudar para prevenir, como:

  • Tentar amamentar em ambientes mais aquecidos, principalmente no inverno
  • Usar uma coberta no resto do corpo, ao redor das mamas
  • Garantir que o bebê tenha uma pega correta, para reduzir a chance de traumas nos mamilos e reduzindo as fissuras

Quando o problema não é resolvido com essas medidas iniciais, o médico pode prescrever alguns medicamentos vasodilatadores.

Em alguns casos, o fenômeno de Raynaud se resolve sozinho e desaparece espontaneamente, quando a temperatura melhora ou os ajustes na amamentação são feitos. Laura lembra que, em mulheres que já apresentaram o fenômeno Raynaud, mesmo antes do aleitamento, a resolução espontânea é mais rara. Nesses casos, é importante seguir as medidas de amenização e, se necessário, procurar um especialista, que vai avaliar, caso a caso, a necessidade de outros tratamentos.

Procure ajuda profissional

Embora a ocorrência do fenômeno de Raynaud não ofereça, em geral, riscos de complicações ou de evolução local do quadro, é importante procurar ajuda médica ao sentir dor, sobretudo durante o aleitamento materno, para evitar o desmame precoce. “A dor forte e persistente acaba interferindo na capacidade dessa mulher de amamentar”, explica Laura. “É um fator que causa muito desconforto durante o aleitamento e leva a mãe a querer interromper o aleitamento, por falta de um diagnóstico e de um tratamento adequado”, aponta.

O risco, nesse caso, é para o bebê, que deixa de receber todos os benefícios, amplamente conhecidos, do leite materno, sobretudo nos primeiros meses. “Além do valor nutricional, a amamentação tem um valor imunológico muito importante. Por meio do leite, o bebê recebe anticorpos e o risco de ele desenvolver diversas doenças é reduzido. Por isso, é importante, sim, procurar ajuda o quanto antes”, indica a especialista.

Outra questão levantada pela médica é que ao ocorrer no puerpério, que já é um período em que a mulher pode ter diversas questões, medos e inseguranças, a dor forte pode até aumentar o risco de depressão perinatal. “Um diagnóstico precoce e um manejo adequado aliviam os sintomas e permitem dar continuidade a essa amamentação de maneira confortável e segura”, completa.

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