Comportamento
 

Por Vanessa Lima


O empresário brasileiro Raffael Lyon e sua esposa mexicana, S.K. Braga decidiram estudar a fundo a parentalidade para mudar a maneira de criar os filhos. Afinal, não era possível que o dia a dia se resumisse a gritos, raiva e estresse. E não é que deu certo? Em novo livro, "The 7 easy steps to anger management for parents with toddlers: how to stop stressing so much and start enjoying parenthood" (“Os 7 passos simples para o gerenciamento da raiva dos pais com crianças pequenas: como parar de se estressar tanto e começar a curtir a parentalidade”, em tradução livre), eles querem inspirar outras famílias a viverem em harmonia. Confira mais sobre a entrevista exclusiva de Raffael à CRESCER sobre o livro e as dicas que podem ajudar a transformar a relação dos pais com a parentalidade:

O empresário brasileiro Raffael Lyon, sua esposa mexicana, S.K. Braga, e os filhos — Foto: Divulgação
O empresário brasileiro Raffael Lyon, sua esposa mexicana, S.K. Braga, e os filhos — Foto: Divulgação

C: Todas as dicas que aparecem no livro vieram da experiência de vocês como pais?
R.L.:
Ser pai ou mãe é muito difícil. No começo, era ainda mais complexo. Quando vimos que não estávamos sendo os melhores pais que poderíamos ser, passamos a estudar sobre educação e desenvolvimento. Mais do que isso: queríamos saber como colocar tudo o que aprendemos em prática. Queríamos melhorar como pais e lidar de um jeito mais inteligente com os desafios. Fazíamos várias experiências. Colocávamos os conhecimentos que adquiríamos nos estudos em prática, para ver se dava certo ou não, e como poderíamos melhorar um ou outro ponto. 

C: E houve alguma teoria que colocaram em prática, mas não deu certo?
R.L.:
Sim! Algumas. O “time out”, por exemplo [como os americanos chamam o famoso “cantinho do pensamento”], não funcionou aqui. Na verdade, dava mais trabalho do que resultado.  As crianças enxergam o mundo em preto e branco e querem que as coisas sejam consistentes. Por isso, é importante garantir que as consequências estejam relacionadas ao mau comportamento. Um exemplo: se a criança não escovar os dentes, não ganha doce. Um ponto está ligado ao outro. “Como me sentar em um canto por um tempo se relaciona ao fato de eu ter batido no meu irmão?” O Hans, nosso filho mais velho, resistia e fazia uma birra maior ainda quando partíamos para isso. Aprendemos que era a maneira de ele protestar. 

“Colocávamos os conhecimentos que adquiríamos em prática para ver se dava certo ou não”
— Raffael Lyon

C: É preciso estudar para ser pai e mãe?
R.L.:
Cada pessoa foi criada de uma maneira diferente, e muita gente baseia a criação dos filhos naquela que os pais deram a eles. Hoje, é tão fácil ter acesso a informações sobre desenvolvimento infantil que acredito que, sim, todo pai e toda mãe deveriam estudar um pouco, discutir, ler e aprender, em vez de apenas seguir padrões. Um jogador de futebol treina para melhorar a cada dia, o profissional busca aprender cada dia mais para crescer. Então, por que não fazer isso em uma área tão importante – se não a mais fundamental – que é a criação dos filhos? 

C: De que forma você e S.K. Braga aprendem sobre parentalidade?
R.L.:
Entender como funciona a cabeça do seu filho é primordial se você está em busca de respostas mais positivas e menos estresse. Tanto eu como minha esposa acreditamos na necessidade de aprender. Chegamos a ler de três a cinco livros por semana. Tentamos passar de duas a três horas por dia lendo. Existe a questão da correria, então, usamos muito os audiobooks também, escutando a caminho de casa ou enquanto fazemos outra tarefa. 

“Todo pai e toda mãe deveriam estudar em vez de apenas seguir padrões”
— Raffael Lyon

C: Você e sua esposa tomaram, em conjunto, a decisão de buscar conhecimento. No entanto, nem todo casal tem essa sintonia. Como fazer isso acontecer?
R.L.:
Muitos casais se juntam baseados apenas no romantismo. Adoro romance, mas casamento não é uma novela; é algo bem sério. Tudo isso foi conversado entre minha esposa e eu, antes de a gente se casar. Fizemos até um contrato, detalhando as responsabilidades de cada um, como marido, como mulher, como pai e mãe que seríamos futuramente. Talvez pareça um pouco louco, mas, na nossa casa, não existe, por exemplo, intriga sobre quem vai tirar o lixo. Então, se você está em uma relação pensando em ter filhos, converse sobre esses detalhes desde já: quantos filhos gostariam de ter, que tipo de educação vão querer seguir, quem tem quais responsabilidades... 

C: E no caso de quem já teve filhos?
R.L.:
Nunca é tarde demais. Sente com o(a) parceiro(a) e, com carinho, converse, dizendo o que é difícil para você, o que gostaria de melhorar, como poderiam fazer isso, de que forma seria possível contar um com o outro… Por mais difícil que pareça, são conversas importantes, não só para a relação do casal, mas para o desenvolvimento dos filhos e para o crescimento de todos. Vale a pena. 

C: Mesmo com tanto estudo a ponto de escrever um livro, ainda tem desafios com as crianças aí na sua casa?
R.L.:
Momentos desafiadores existem todos os dias. Já começa com a privação de sono (risos)! Os dois mais velhos, de 5 e 3 anos, às vezes, ficam frustrados e não têm a maturidade completa, então, se expressam na forma de gritos, jogando brinquedos, comida. Assim, se você não estiver focado naquele momento, não vai conseguir processar a situação. Vai querer gritar de volta, ameaçar... porque é o mais fácil a fazer. Você só quer que aquela situação termine. E é aí que entram as dicas. Por exemplo: feche os olhos, respire, conte até 10, 20, 30… Na maioria das vezes, se conseguir fazer isso antes de responder à criança, logo, aquele momento vai passar e conseguirá abraçar seu filho e conversar com calma.

Livro "The 7 easy steps to anger management for parents with toddlers: how to stop stressing so much and start enjoying parenthood" — Foto: Divulgação
Livro "The 7 easy steps to anger management for parents with toddlers: how to stop stressing so much and start enjoying parenthood" — Foto: Divulgação

C: Ainda que muitos pais saibam o quão valioso é manter a calma, há momentos em que perdem a paciência. Como administrar essas situações?
R.L.:
Perder a paciência nunca é o ideal, mas não precisa ser o fim do mundo, porque nem sempre dá para evitar. Mas é importante que seus filhos saibam que você é humano e erra. Isso faz com que eles tenham certeza de que você os ama, que não é perfeito e que, mesmo com raiva, sabe pedir perdão. Assim, depois de respirar fundo e se acalmar, peça desculpas. Existe também a técnica do “mágico 5x1”, que é ter cinco atitudes positivas para cada atitude negativa. Colocamos em prática com nossos filhos e funciona até no nosso relacionamento, como marido e mulher. 

“Perder a paciência nunca é o ideal, mas não precisa ser o fim do mundo”
— Raffael Lyon

C: Você e sua esposa têm mais de um filho. O conhecimento é aplicado de uma maneira diferente, de uma criança para outra?
R.L.:
Cada criança é única e cada momento também. É possível ver a diferença entre os três desde pequenos. Não tem como usar exatamente tudo do mesmo jeito para todos. O que você deve aplicar são os princípios, que funcionam como eixos, mas eles podem e precisam ser adaptados, de acordo com cada filho e cada situação.  

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