Uma mãe de Lincolnshire, na Inglaterra, compartilhou um alerta a outros pais sobre os riscos em torno do uso de pisos feitos de ardósia - um tipo de rocha - em pisos de cozinha, após seu filho de 1 ano e 4 meses queimar a sola do pé no chão quente.
A avó do pequeno Romain estava trocando sua fralda quando o garoto "escapou" e saiu em direção à cozinha, correndo para o jardim. Entretanto, ele não conseguiu sair do cômodo, já que a porta para o lado de fora da casa estava fechada. Isso levou Romain a ficar de pé, por alguns segundos, sob uma área em que incidia luz do sol no piso - já foi o suficiente para que soltasse um grito de dor que ecoasse por toda a casa, fazendo com que sua avó corresse para socorrê-lo.
De início, a avó pensou que o neto tivesse pisado em algum objeto e foi observar o pé direito do menino para descobrir a causa da dor. Nesse momento, já estava formada uma grande bolha na sola do pé, que se estendia até um de seus dedos. Depois de passar água fria no local, ela o levou ao hospital e ligou para Melanie Kay, a mãe de Romain, para comunicar o ocorrido.
Após uma avaliação, os médicos optaram por estourar e raspar a longa bolha na sola do pequeno, antes de aplicar um antisséptico e fazer um curativo adequado. "Minha sogra estava cuidando dele aquele dia, ela ficou completamente devastada", contou Melanie. "Nunca teria pensado sobre riscos com o tipo de azulejo dentro de casa. É tão assustador, não previ isso", confessa.
"Estava muito, muito quente. Crianças e animais não possuem reflexo para pular se o chão está muito quente. No sol, o piso pode chegar a 80°C. Minha sogra tirou ele na hora e a bolha foi instantânea, na sola e no dedo", conta.
Agora, Melanie busca alertar outros pais para que estejam conscientes dos potenciais riscos desse tipo de piso. "Muitas pessoas ficaram em choque também, disseram que nunca pensariam que algo dentro da própria casa pudesse representar um risco tão grande. Minha mensagem aos pais é apenas para tomarem muito cuidado com os danos que as altas temperaturas em dias quentes podem causar não só nos pisos externos, mas internos também, e adotarem algumas medidas como cobrir as janelas com cortinas ou persianas."
O que fazer em caso de queimaduras?
A postura adotada pela avó de Romain é a mais adequada nos momentos logo após uma queimadura em crianças. Caso aconteça em casa, coloque a área afetada sob a torneira com água fria (evite a gelada) por cinco minutos para resfriar a área, cessar a queimadura e amenizar a dor. Esse “banho” limpa o local e evita o inchaço. Não faça compressas longas, pois podem causar hipotermia (temperatura abaixo de 36ºC) quando o ferimento for muito grave. Dar muita água e sucos para hidratar também é uma atitude recomendada.
Abafar o ferimento pode representar um problema, principalmente porque o tecido ou o material usado para isso pode grudar no local e atrapalhar os processos de cura e de limpeza. Os especialistas orientam que os pais levem o filho ao hospital em caso de queimaduras maiores (acima do tamanho da palma da mão da criança), mesmo se forem de primeiro grau, e graves, bem como acidentes que afetem regiões sensíveis, como rosto, couro cabeludo, articulações ou genitais. Outro fator que pede uma avaliação médica é o aspecto do ferimento, que pode estar inchado, com pus ou manchas roxas. Lembre-se, no entanto, de que é sempre bom conversar com o pediatra da criança, mesmo em quadros que pareçam mais leves.
Como evitar que a criança estoure bolhas ou tire a casquinha da ferida?
Em ambas as situações, há risco de infecções. Por isso, no caso dos mais velhos, nada melhor do que uma conversa franca para explicar o perigo de retirar a proteção da pele. No entanto, com os pequenos, o entendimento não é o mesmo. O melhor é redobrar a atenção para evitar que eles cutuquem o machucado.
Fontes: Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura; Marislaine Lumena de Mendonça, especialista em segurança infantil