Saúde
 

Por Crescer Online


Com apenas uma picadinha no calcanhar do recém-nascido e algumas gotinhas de sangue, é possível identificar precocemente várias doenças congênitas que podem afetar o desenvolvimento da criança. Esse é o exame de triagem neonatal, mais conhecido como Teste do Pezinho, que é feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. É tão importante que ganhou até uma data comemorativa: 6 de junho, Dia Nacional do Teste de Pezinho, instituída pelo Ministério da Saúde.

Teste do Pezinho — Foto: ThinkStock
Teste do Pezinho — Foto: ThinkStock

Atualmente, existem três versões do exame:

  • Básica - contempla seis tipos de patologias, é obrigatória e gratuita em todo o território nacional, ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS);
  • Ampliada - detecta, ao todo, 10 doenças (as oferecidas pelo SUS e mais quatro enfermidades);
  • Expandida (ou super) - identifica 48 patologias (além das opções disponíveis nos testes básico e ampliado, inclui outros 38 diagnósticos de aminoacidopatias, defeitos do metabolismo dos ácidos graxos e das acidemias orgânicas). Vale ressaltar que essas duas últimas versões estão disponíveis apenas na rede particular.

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Em maio de 2021, foi sancionada a Lei nº 14.154/2021, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), do Ministério da Saúde, democratizando o acesso ao diagnóstico de doenças raras. Com essa mudança, a quantidade de doenças detectadas pelo teste disponível pelo SUS aumentará para cerca de 50. Embora a lei esteja em vigor desde 2022, ainda vai levar algum tempo até que todos esses testes cheguem para os bebês, de fato. Isso porque o processo de ampliação está sendo feito de forma escalonada, em cinco etapas (descritas abaixo).

Para se ter ideia, em junho do ano passado, o Ministério da Saúde concluiu a primeira etapa, incluindo a toxoplasmose congênita no rol de doenças que deveriam ser diagosticadas pelo exame básico. Infelizmente, isso ainda não é realidade para todos. "A incorporação é muito irregular no país. Então, quando você fala do básico, ainda são essas seis [doenças detectadas]. Alguns estados já progrediram muito mais e estão indo para 10, 12 e até 20 [patologias identificadas]. Em alguns locais, a toxoplasmose já está na rotina — em outros, não. Então, não é universal no país", explica Renato Kfouri, pediatra e infectologista, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e colunista da CRESCER. "O que é o mínimo, obrigatório, são as seis", ressalta o especialista.

Em maio, uma portaria do Diário Oficial da União divulgou que o SUS deverá incorporar mais uma doença ao PNTN: a triagem neonatal por espectometria de massas em tandem para detecção da homocistinúria clássica (HCU), enfermidade rara que provoca o comprometimento dos sistemas ocular, esquelético e vascular, além de atraso ou deficiência intelectual nas crianças. De acordo com o MS, o procedimento deve passar a ser oferecido na rede pública em até 180 dias.

Entenda as próximas etapas de ampliação do Teste do Pezinho no SUS:

Etapa 1 (concluída, mas ainda não é universal no país):

  • fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
  • hipotireoidismo congênito;
  • doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
  • fibrose cística;
  • hiperplasia adrenal congênita;
  • deficiência de biotinidase;
  • toxoplasmose congênita.

Etapa 2:

  • galactosemias;
  • aminoacidopatias (erros inatos do metabolismo ou transporte dos aminoácidos, encefalopatia progressiva, convulsões, distúrbios do comportamento e outros sintomas);
  • distúrbios do ciclo da ureia (alterações no estado mental, função motora anormal e convulsões, sintomas gastrointestinais, dificuldade de alimentação/sucção, respiração rápida e letargia);
  • distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos (falta ou deficiência das enzimas necessárias para decompor gorduras, o que causa deficiência do desenvolvimento mental e físico).

Etapa 3:

  • doenças lisossômicas (grupo de doenças que pode causar limitação da movimentação articular, dor articular, disostose óssea, baixa estatura, visceromegalias, infiltração valvar e face grosseira).

Etapa 4:

  • imunodeficiências primárias (conjunto de aproximadamente 300 doenças de origem genética que têm como apresentação clínica infecções de repetição. As mais frequentes são respiratórias, como pneumonia e sinusite, mas podem acometer vários órgãos).

Etapa 5:

Saiba mais sobre as doenças detectadas em cada versão do Teste do Pezinho:

Básico

1. Fenilcetonúria
Causada pela deficiência no metabolismo do aminoácido fenilalanina. O acúmulo no organismo pode causar deficiência mental.

2. Hipotireoidismo congênito
Causada pela insuficiência do hormônio da tireoide. A falta de tiroxina pode causar deficiência intelectual e comprometimento do desenvolvimento físico.

3. Fibrose cística
Doença genética que afeta o funcionamento das glândulas responsáveis pela produção de suor, saliva, suco digestivo e muco, propiciando infecções respiratórias e gastrointestinais. Ataca pulmões e pâncreas. É incurável.

4. Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias
Alteração da hemoglobina que dificulta a circulação, podendo afetar quase todos os órgãos. Pode, ainda, causar anemia, atraso no crescimento e dores e infecções generalizadas. É incurável.

5. Hiperplasia adrenal congênita (HAC)
É uma doença genética, em que as duas glândulas suprarrenais, localizadas em cima dos rins, não funcionam corretamente, prejudicando a produção de hormônios essenciais para o corpo, como o cortisol e a aldosterona.

6. Deficiência de biotinidase
É também uma doença genética, em que o organismo não é capaz de obter a enzima biotinidase, impedindo que os alimentos sejam processados ou metabolizados pelo organismo.

Ampliado
Na rede privada, a maioria das maternidades oferece o teste ampliado, que pode custar, em média, R$ 390:

1. Deficiência de G-6-PD
Condição que provoca o rompimento dos glóbulos vermelhos em resposta a certos medicamentos, infecções ou outros fatores de estresse. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), no Brasil, está relacionada à mortalidade neonatal e morbidade infantil, quando evolui com as sequelas da hiperbilirrubinemia. Esse aumento de bilirrubina pode desencadear lesões graves no sistema nervoso central.

2. Galactosemia
É causada pela falta de uma das enzimas necessárias para metabolizar o açúcar do leite. Os sintomas incluem vômitos, icterícia, diarreia e crescimento anormal.

3. Leucinose
É uma desordem hereditária que afeta o metabolismo de aminoácidos. Como consequência desse acúmulo acentuado, há interferência nas funções cerebrais do recém-nascido, que poderá se tornar irreversível.

4. Toxoplasmose congênita
Doença causada pela infecção do organismo por um protozoário esporozoário parasita. A maioria dos recém-nascidos com a enfermidade não apresenta sintomas evidentes ao nascimento. Mas, no exame clínico, podem apresentar alterações, como restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e neurológicas.

Expandido ou Super
Atualmente, este teste está disponível apenas na rede particular, podendo custar de R$ 600 a R$ 1000, e detecta 48 doenças, distribuídas em:

  • Aminoacidopatias e distúrbios do ciclo da ureia
  • Distúrbios dos ácidos orgânicos - doenças metabólicas hereditárias envolvendo tipicamente vias metabólicas envolvidas na degradação dos aminoácidos, carboidratos, e ácidos graxos. podem incluir recusa alimentar e vômitos, letargia, hipotonia, convulsões e coma.
  • Distúrbios dos ácidos graxos
  • Disfunção do metabolismo da purina - causa manifestações neurológicas, principalmente deficiência intelectual com epilepsia.

Fontes: Instituto Jô Clemente e Ministério da Saúde

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