Poder segurar o bebê no colo e amamentá-lo logo após o nascimento é uma das grandes expectativas das gestantes. Mas quando ocorre um parto prematuro, nem sempre isso é possível. Na UTI neonatal, normalmente os bebês muito pequenos recebem a alimentação via oral por sonda. Dependendo do quadro clínico, é possível que demorem a aprender a sugar e a mamar. O começo não é fácil, mas é fundamental seguir em frente e insistir.
O leite materno ajuda a fortalecer a imunidade, a desenvolver o sistema neurológico e a reforçar o vínculo com a mãe, ainda mais no caso de um recém-nascido pré-termo. Um estudo publicado no jornal acadêmico JAMA Network provou, inclusive, que o leite da mãe pode melhorar a função cardíaca dos prematuros. “Se para os bebês nascidos a termo o leite materno é saúde, para os prematuros ele é vida”, diz o pediatra Moises Chencinski, membro afiliado da WABA, coordenador do livro "Aleitamento Materno na Era Moderna. Vencendo Desafios", da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e colunista da CRESCER.
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Mesmo que o pequeno não tenha condições de mamar, é muito importante que a mulher retire o leite pelo menos oito vezes ao longo do dia para que seja oferecido ao bebê por outras vias, como sonda, seringa ou copinho. Se a mulher estiver bem, o ideal é que esse estímulo comece já na sala de parto, quando a equipe médica faz uma massagem na mama, para facilitar a retirada do colostro. Essa é, inclusive, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“Nem sempre o bebê vai chorar quando estiver com fome, por isso, é bom aprender a identificar outros sinais, como ficar com a boquinha aberta”, explica a enfermeira neonatal Elyana Reducino (SP). O prematuro também costuma se cansar mais rápido e, às vezes, acaba “se esquecendo” de respirar. Por isso, a orientação é sempre fazer pequenas pausas entre as mamadas e observar como ele se comporta, para evitar engasgos.
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