Amamentação
 
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A aplicação de Botox é o procedimento estético não cirúrgico mais realizado no Brasil. E não é só por aqui. No mundo, de 2018 a 2022, houve um aumento de mais de 50% no número de aplicações da substância, para fins estéticos, de acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Será que as mães de bebês em aleitamento materno podem entrar nessa estatística? Afinal, quem amamenta pode fazer botox? “Do ponto de vista dos riscos para o bebê, o uso de botox é liberado, pois há estudos que mostram que a toxina botulínica [substância química que é comercializada pela marca Botox, como ficou amplamente conhecida] aplicada na mãe não passa para o leite materno”, afirma a pediatra e neonatologista Márcia Zani (SP).

A mãe que amamenta pode fazer botox? — Foto: Unsplash
A mãe que amamenta pode fazer botox? — Foto: Unsplash

Ela explica que, ainda que passasse para o leite, em pequena quantidade, os efeitos seriam nulos porque o leite materno tem propriedades que inativam a toxina botulínica, que também não interfere na produção do leite.

Apesar disso, a enfermeira neonatal intensivista Cristiane Griffin, que é especialista em amamentação, do Hospital e Maternidade Sepaco (SP), enxerga o procedimento com cautela e recomenda que as mães aguardem o término do período do aleitamento. “Embora não haja evidências conclusivas de que a toxina botulínica passe para o leite materno ou cause danos ao bebê, a falta de estudos extensivos faz com que muitos profissionais orientem evitar o uso durante a amamentação, por precaução”, defende.

Como age o botox?

A toxina botulínica é injetada na pele e causa uma paralisação da musculatura em que é aplicada. “O efeito é temporário e dura, em média, entre 4 e 6 meses”, aponta a dermatologista Patrícia Trigo, do Hospital Sepaco (SP). Como os músculos da face são paralisados, em pontos estratégicos, a pele para de criar vincos, o que minimiza a aparência das rugas e expressões.

Embora seja uma técnica muito divulgada, a aplicação da toxina botulínica é um tratamento médico, que precisa ser aplicado corretamente para atingir bons resultados. “O médico deve ter conhecimento abrangente da anatomia facial, incluindo não somente os músculos a serem tratados, mas também a inervação e a circulação. Precisa, ainda, ser capaz de identificar possíveis patologias subclínicas que possam ser contraindicações formais ao tratamento”, informa a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que alerta sobre os perigos da realização de procedimentos invasivos por não médicos, sejam esses procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou estéticos.

Quais outros procedimentos estéticos podem ser feitos no período da amamentação?

O período da amamentação gera muitas dúvidas. Várias mulheres relatam baixa na autoestima no pós-parto, que é desafiador, traz diversas mudanças, privação de sono, o corpo não é mais ou mesmo, os hormônios também não... Isso tudo sem falar na preocupação com o bebê, um ser que, no início, idealmente, só se alimenta com o leite da mãe e depende dela para quase tudo.

Diante desse contexto, não é difícil imaginar o apelo que têm os tratamentos estéticos, com a promessa de melhorar a aparência e ajudar as mães a se sentirem bem consigo mesmas. Embora não seja uma regra, é um sentimento comum para muitas delas. Por outro lado, ficam as dúvidas e inseguranças: o que pode e o que não pode fazer durante a amamentação? O que prejudica o bebê? O que prejudica a produção de leite materno?

Veja aqui o que as especialistas dizem sobre alguns dos procedimentos e tratamentos mais comuns, durante o período de lactação:

Preenchimentos

Cada substância utilizada precisa ser consultada, já que algumas podem passar pelo leite e ter efeitos no bebê. O ácido hialurônico, que é um dos mais usados, não tem contraindicação.

Tratamentos com laser

O laser, sem associação com outras substâncias, pode ser utilizado durante a amamentação já que não há absorção que passe pelo leite e afete o bebê. Também não há evidências de que o leite interfira na produção de leite, assim como a luz pulsada, laser fotona, depilação a laser, tratamentos de cicatrização a laser, criofrequência e criolipólise.

Maquiagem definitiva e tatuagens

As maquiagens definitivas ou tatuagens oferecem um risco relativo de transmissão de doenças, como hepatite B e HIV, caso não sejam observados os devidos cuidados com agulhas e tintas, passíveis de contaminação. As tintas também precisam ser livres de metais pesados como chumbo ou alumínio. Pode haver risco de contaminação, reações alérgicas ou infecções que afetam a qualidade e a segurança do leite materno.

Peeling

Os peelings mais superficiais e de efeito físico abrasivo, como o de cristal e diamante, sem utilização de ácidos, podem ser feitos. No entanto, se forem utilizadas outras substâncias é preciso que consultá-la separadamente, já que algumas podem ser absorvidas e passadas para o bebê, pelo leite. O ideal, nesses casos, é evitar porque muitas substâncias não foram avaliadas o suficiente para garantir a segurança. Peelings profundos, como o de fenol ou de ácido hialurônico, não são recomendados, porque há grande absorção das substâncias, o que pode causar arritmias e outros efeitos indesejáveis.

Química no cabelo

A mãe que amamenta pode descolorir os fios, já que a amônia não oferece riscos. Também pode usar tonalizantes, desde que não contenham metais pesados na fórmula. É possível, ainda, fazer alguns tipos de alisamentos com substâncias que não sejam voláteis e não permaneçam liberando cheiro depois.

Limpeza de pele e drenagem

Higienização e limpeza de pele são tratamentos superficiais seguros, que não afetam a amamentação. Hidratação e tratamentos tópicos suaves também, desde que sejam realizados com produtos hidratantes e não invasivos, como máscaras faciais de ingredientes naturais. As massagens faciais e corporais também são liberadas, desde que não envolvam produtos químicos potentes.

🆘 ALERTA! O importante é que a mãe busque profissionais de confiança para fazer qualquer tratamento. Isso deve acontecer sempre, mas deve ser observado ainda mais de perto em períodos como a gestação e amamentação. É fundamental que esse profissional informe tudo o que ela pode esperar dos procedimentos e se há efeitos colaterais.

Antes de se submeter a qualquer procedimento durante a amamentação, você precisa saber...

O paciente deve ser informado do que pode esperar dos procedimentos, dos efeitos colaterais. “O diálogo deve ser franco e aberto, com alinhamento de expectativas sobre o que é possível”, diz a enfermeira Cristiane. “É essencial também se preparar para possíveis complicações. Isso porque, se houver a necessidade de usar alguma medicação para tratá-las, é preciso saber se é compatível com o aleitamento. Para os casos de tratamentos invasivos, a mulher deve esperar, no mínimo, três meses após o fim da amamentação ou seis meses depois do parto (nos casos de mães que não amamentaram)”, acrescenta.

A dermatologista Patrícia lembra que é fundamental que as mães consultem seus médicos antes de se submeter a qualquer procedimento estético durante o aleitamento. “Cada caso é único e o profissional de saúde pode oferecer orientações personalizadas, baseadas na situação específica da mãe e do bebê”, completa.

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