Amamentação
 
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O leite materno deve ser a única fonte de alimento para o bebê durante os primeiros seis meses de vida, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde, e seguir de forma complementar, após o início da introdução alimentar, por dois anos ou mais. A diretriz é bem conhecida, mas você já parou para pensar em como seu corpo é incrível, por ser capaz de, sozinho, nutrir um ser humano na fase da vida em que ele cresce e se desenvolve mais intensa e rapidamente? É também uma grande responsabilidade e um ato de amor pelo seu bebê, já que, além de alimentar, o leite materno oferece vários outros benefícios, com duração para a vida inteira, como o fortalecimento da imunidade, fatores protetivos contra doenças crônicas, como a obesidade, e até o aumento da inteligência. Mas, para alimentar bem o seu filho, você também precisa estar bem alimentada, tanto para garantir a produção do leite, quanto para se manter saudável e disposta, enquanto passa por essa fase, que pode ser deliciosa, mas não é nada fácil.

O que a mãe que amamenta pode comer ou beber? — Foto: Freepik
O que a mãe que amamenta pode comer ou beber? — Foto: Freepik

“A alimentação da mãe desempenha uma papel importante na produção e qualidade do leite materno”, explica a nutricionista materno-infantil Renata de Castro Adani, da Estima Nutrição (SP). Se a mãe não ingerir os níveis adequados de líquido, por exemplo, a a quantidade do leite produzido pode ser impactada. “‘Além disso a qualidade do leite materno pode ser influenciada pela alimentação da mãe, principalmente para algumas vitaminas e minerais, como por exemplo a vitamina B12. A deficiência desses elementos na alimentação e nas reservas maternas vai reduzir a quantidade desse micronutriente no leite”, afirma. A quantidade e a qualidade das gorduras consumidas pela mulher também afeta a composição do leite. Por isso, é fundamental manter uma dieta equilibrada.

O ideal, segundo a nutricionista materno-infantil Vanessa A. C. Ramos Figueira, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), é que a mãe consuma alimentos de todos os grupos alimentares, conforme recomendação do Guia Alimentar Brasileiro, do Ministério da Saúde. “A dieta materna deve contar leite e derivados, carnes, aves, ovos, peixes, verduras, frutas, pães, cereais, arroz, massas, óleos e açúcares para atingir a quantidade necessária e o equilíbrio de macro e micronutrientes”, aponta.

Mas a quais tipos de alimentos é preciso dar preferência? O que evitar? Feijão dá cólica no bebê? Pode tomar café? Para ajudar você a saber o que colocar ou não no prato, enquanto amamenta, reunimos as principais dúvidas, que foram esclarecidas com ajuda das duas especialistas. Confira:

O aleitamento materno é um período que exige mais energia do corpo da mulher?

Além de pensar na produção do leite é preciso se alimentar bem para manter a sua saúde e a sua energia em dia. Afinal, amamentar é uma atividade que exige energia e disposição. Se você não estiver bem, a tarefa vai ser mais desafiadora. Por isso, a mãe que amamenta tem, sim, uma necessidade ainda maior de nutrientes, para garantir que as reservas do corpo não sejam todas utilizadas em beneficio do leite materno. “A deficiência de nutrientes pode causar sintomas como, queda de cabelo, unhas fracas, pele sensível, além de influenciar no funcionamento intestinal, na cicatrização, dores na amamentação, estresse e no sono”, enumera Renata. Comer bem é importante sempre, mas, neste período, torna-se um ponto importante de atenção.

Uma mãe que amamenta precisa comer mais?

Sim, durante a amamentação, o gasto energético é maior. Em média, nos primeiros seis meses, há um aumento de 540 kcal por dia. Depois disso, nos próximos seis meses, a média fica em 460 kcal extras, por dia. Por isso, o consumo calórico também deve aumentar. Na maioria dos casos, isso acontece naturalmente, porque você vai sentir mais fome. O aumento do aporte calórico deve ficar entre 400 e 500 calorias a mais por dia, mas isso deve ser avaliado individualmente, com a ajuda de um especialista. Ah, e é importante lembrar que esse aumento de calorias deve vir de fontes de alimentos de qualidade - e não de ultraprocessados, por exemplo.

É verdade que alguns alimentos, como o feijão, provocam mais cólica no bebê? Por quê?

Toda mãe que amamenta ouve, em algum momento, algum palpiteiro dizendo que ela não pode comer feijão, brócolis, tomar leite ou sugerindo que ela risque uma série de alimentos do cardápio, para o bebê não ter cólica. No entanto, não há evidências científicas que comprovem a necessidade de restringir qualquer alimento no aleitamento materno para prevenir desconfortos gásticos no bebê. Muito pelo contrário: a retirada de alimentos, pode prejudicar a qualidade e variedade da alimentação da mãe. Alimentos fermentativos, como grão de bico, ervilha, feijão, brócolis, repolho e batata doce, não devem ser excluídos, mas podem ser consumidos com moderação. Na verdade, as cólicas do recém-nascido acontecem pela imaturidade fisiológica do intestino, geralmente nos primeiros três meses de vida. Se você perceber a relação entre algo que você come e um comportamento diferente no bebê em seguida, como choro excessivo, o ideal é buscar uma avaliação de um profissional de saúde, em vez de restringir a dieta por conta própria.

O bebê pode ter alergia a alimentos que a mãe come?

Sim e é por isso que é importante buscar orientação médica, ao perceber que o bebê chora muito depois que você ingere algum alimento específico. Alguns itens podem causar reações alérgicas ou sensibilidade em algumas crianças, como leite de vaca, ovos, nozes, soja e trigo. Essas reações podem variar entre diarreia, cólicas, dermatite e irritabilidade, entre outros. Mas, mais uma vez, é importante ressalta que nenhum alimento deve ser retirado da alimentação materna de forma preventiva. Converse com o seu médico.

Os alimentos que a mãe ingere podem alterar o sabor do leite materno?

Sim, os alimentos que a mãe ingere, tanto na gestação, quanto na amamentação podem interferir no sabor do leite. Procure manter uma dieta variada porque isso pode trazer benefícios mais adiante, no período da introdução alimentar, favorecendo a aceitação de novos sabores.

A mãe que amamenta pode tomar café?

Pode, mas com moderação. O ideal é consumir, no máximo, 300 mg de cafeína por dia, porque a substância pode causar irritabilidade e até alterar o sono do bebê. É importante lembrar que a cafeína não está presente somente no café, mas também em outros alimentos como chocolate, chá preto e refrigerantes.

Pode consumir bebida alcoólica durante a amamentação?

O consumo de álcool não é recomendado pela mãe que amamenta, porque a substância é transferida para o leite entre 30 e 60 minutos depois da ingestão. Extrair o leite e descartar, depois de ingerir bebidas alcoólicas, não tem efeito, porque a substância será metabolizada pelo corpo de forma natural. Se, em alguma ocasião, a mãe consumir uma dose de bebida alcoólica, o ideal é que aguarde pelo menos 2 horas até a próxima mamada.

Uma mulher que amamenta pode comer queijos, de todos os tipos, incluindo aqueles como gorgonzola ou roquefort?

As recomendações são controversas. Alguns especialistas não recomendam a ingestão de queijos com fungos, como gorgonzola e roquefort, além dos queijos com casca branca, entre outros, que não passam pelo processo de pasteurização. Isso por conta do risco de contrair listeriose, doença causada por uma bactéria que pode ser encontrada nestes tipos de alimentos. Outros até liberam, desde que você saiba a procedência dos queijos. Na dúvida, conversa com o seu médico.

Sucos, como o de laranja e o de limão, podem trazer benefícios para a amamentação?

Os sucos de laranja e de limão são ricos em vitamina C e podem ser consumidos com segurança durante o período de amamentação. Porém, o mais recomendado, é dar preferência a comer a fruta, em vez de tomar o suco, por conta da presença das fibras e da menor quantidade de frutose, um tipo de açúcar.

Mães vegetarianas ou veganas podem amamentar normalmente?

Sim, as mães vegetarianas e veganas podem e devem amamentar normalmente. A alimentação só precisa ser equilibrada e saudável. Durante o período de aleitamento, é importante fazer acompanhamento com um especialista para saber se há a deficiência de algum nutriente. Nesse caso, o profissional de saúde pode prescrever suplementos vitamínicos específicos.

Mães que amamentam precisam de suplementação vitamínica? Por quê?

Sim. A mãe que amamenta tem maior necessidade de micronutrientes para garantir que as reservas não sejam utilizadas em benefício do leite materno. O médico ou o nutricionista pode recomendar a suplementação de polivitamínicos adequados, depois de uma avaliação individual.

A mãe que amamenta pode fazer restrição alimentar, como dieta ou retirar mesmo grupos de alimento do cardápio?

Não. O período do aleitamento materno não é o momento ideal para fazer dietas restritivas ou para tirar grupos de alimentos do cardápio. Isso pode impactar a saúde materna, além da quantidade e da qualidade do leite materno produzido.

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