Por Memória Globo

Gianne Carvalho/Globo

PRODUÇÃO

A minissérie foi gravada em quatro cidades do Rio Grande do Sul – Cambará do Sul, São José dos Ausentes, Pelotas e Uruguaiana – e nos estúdios da Central Globo de Produção, além de contar com externas no Rio de Janeiro. A viagem da equipe ao sul do país durou 40 dias e mobilizou cerca de 2.500 pessoas.

As duas fazendas usadas como locação, datadas do século XIX, ficavam em Pelotas. A Charqueada São João, de 1810, uma construção em estilo colonial português, serviu de cenário para a Estância da Barra, onde as mulheres viveram durante os dez anos da Revolução Farroupilha. As cenas de banhos de cachoeira e as tomadas de helicóptero sobre os desfiladeiros foram feitas em São José dos Ausentes. Em Uruguaiana, a equipe filmou as sequências de batalha, que envolviam cerca de 150 figurantes por dia.

Para a gravação da cena em que a tropa de Garibaldi se esforça para levar por terra os barcos Seival e Farroupilha, puxados por parelhas formadas por 48 bois, foram contratados oito carros-pipa para simular chuva. Foi preciso criar pesadas rodas de madeira de 1,80 m de altura, às quais foram atrelados os barcos de 12 metros de comprimento, um pouco menores do que os originais. O Seival da minissérie foi construído no Rio de Janeiro e montado em Uruguaiana. Já o Farroupilha era um barco da região que foi adaptado pela produção.

Cena em que a tropa de Garibaldi leva por terra os barcos Seival e Farroupilha, puxados por parelhas de bois.

Cena em que a tropa de Garibaldi leva por terra os barcos Seival e Farroupilha, puxados por parelhas de bois.

CENOGRAFIA E ARTE

A cidade cenográfica, construída na Central Globo de Produção, recriou as ruas de Pelotas, Porto Alegre, Caçapava e Laguna, além das áreas externas das estâncias. Cascas de arroz foram utilizadas de modo que dessem um colorido amarelo à paisagem.

O cenário da estância onde ficavam as sete mulheres reproduzia a arquitetura colonial portuguesa. Com aproximadamente 400 metros quadrados, era composto por cinco quartos, adega, cozinha, biblioteca, capela, pátio, sala de estar com lareira, sala de jantar e banheiro. As paredes tinham detalhes de ornatos e pinturas, como se estivessem desgastadas pelo tempo.

A produção de arte baseou-se nos trabalhos de Nico Fagundes, especialista na Revolução Farroupilha. Todos os objetos e peças de cena foram produzidos especialmente para a minissérie, desde as roupas de cama e mesa a barris, cerâmicas, chaleiras, cuias de chimarrão, espadas, bandeiras, entre outras coisas. Um dos objetos que merece destaque é o diário utilizado pela personagem Manuela, todo ele escrito por um calígrafo.

Bete Mendes, Nívea Maria, Amanda Lee e Eliane Giardini em A Casa das Sete Mulheres, 2003 — Foto: Gianne Carvalho/Globo

FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO

Sem a preocupação de reproduzir com rigor a época retratada pela minissérie, Marília Carneiro criou figurinos seguindo uma estética europeia e o impressionismo de cores e formas. Manuela, por exemplo, usa vestidos com mangas medievais.

Para criar o figurino de Anita, a equipe se baseou em quadros do pintor Toulouse-Lautrec e nas vestimentas dos peões gaúchos, pois a iconografia sobre a personagem é pequena.

Entre os homens, destaca-se a diferença entre as fardas usadas pelos soldados imperiais e farroupilhas. No início, Garibaldi usa capa, boina e roupas de seda, mas, com o passar do tempo, adota a camisa vermelha e o lenço dos farrapos.

Para a caracterização dos personagens, as atrizes e alguns homens do elenco usaram apliques nos cabelos.

Bete Mendes, Nívea Maria, Camila Morgado, Samara Felippo e Daniela Escobar em A Casa das Sete Mulheres, 2003 — Foto: Gianne Carvalho/Globo

O elenco também passou por um intenso trabalho de preparação, iniciado dois meses antes das gravações – que incluiu aulas de montaria, esgrima e noções sobre os costumes gaúchos, expressão corporal e prosódia, além de algumas habilidades específicas de acordo com cada personagem. Também foram realizadas palestras com historiadores e especialistas na Revolução Farroupilha, como o professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul César Guazelli.

Dado Dolabella em A Casa das Sete Mulheres, 2003 — Foto: Gianne Carvalho/Globo

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