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Por Gerselli Angeli e Turíbio Barros — Miami, EUA

Quando estudamos os fatores determinantes do desempenho físico, o conhecimento científico atual oferece a possibilidade de mensurar inúmeros indicadores da nossa aptidão. Dependendo da natureza da modalidade praticada, a ciência proporciona a possibilidade de submeter o indivíduo a testes de aptidão que não só proporcionam a chance de individualizar o treinamento, como também de fazer um prognóstico de seu desempenho em uma competição.

Entretanto, existe uma variável fisiológica que muitas vezes derruba a previsão, como também se torna responsável por um desempenho físico muito abaixo do esperado. E o maior problema é que esta é uma variável de difícil acesso e mensuração. Trata-se do fenômeno fisiológico da fadiga, variável de manifestação muitas vezes absolutamente subjetiva, mas decorrente de mecanismos fisiológicos nem sempre bem conhecidos.

A fadiga é uma variável de caráter multifatorial — Foto: Getty Images

Os cientistas do esporte costumam denominar esta variável de diferentes formas, porém aquela que parece ser a melhor denominação é sua caracterização como índice de fadiga. A partir de sua denominação, a fadiga costuma ser definida como central e periférica. A fadiga periférica acomete os músculos esqueléticos devido à produção de metabólitos, esgotamento das reservas energéticas, etc. A fadiga central depende de mecanismos relacionados aos efeitos dos neurotransmissores no sistema nervoso central.

O problema está na dificuldade de mensuração dessas variáveis, pois a sensação de fadiga se torna uma manifestação multifatorial. Estes fatores explicam até uma chamada “fadiga psicológica”, que a psicologia esportiva tenta estudar. Este caráter multifatorial explica a utilização concomitante ou não de diversas estratégias visando retardar ou atenuar a fadiga, como: manipulação da dieta, uso de suplementos nutricionais, roupas compressivas e/ou com incorporação de biocerâmica nos fios, redução da intensidade, volume de treinamento e até mesmo repouso absoluto em determinados períodos da temporada e pré-competição.

O fato é que este chamado índice de fadiga é ainda uma grande incógnita a ser melhor estudada para explicar se é possível prevenir certos desempenhos esportivos abaixo do esperado para o potencial de aptidão previamente conhecido.

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Mestre e Doutor em Fisiologia do Exercício pela EPM. Membro do conselho científico da Midway Labs, professor e coordenador do Curso de Especialização em Medicina Esportiva da Unifesp e fisiologista do São Paulo FC e coordenador do Departamento de Fisiologia do E.C. Pinheiros. Membro do American College of Sports Medicine. www.drturibio.com — Foto: EuAtleta

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