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Por Redação Glamour


Thaynara OG tem muito o que celebrar. Além de completar sete anos de carreira, a influenciadora, atriz apresentadora e embaixadora do UNICEF realiza em breve o tão aguardo São João da Thay, evento junino que celebra a cultura maranhense.

Thaynara OG — Foto: Higor Bastos
Thaynara OG — Foto: Higor Bastos

Esse ano, a festa ganhará status de festival (o novo local comporta até 20 mil pessoas) e terá show de Ivete Sangalo, que há 11 anos não se apresentava em São Luís. "Reafirmar que o Maranhão é uma região com pontos positivos é um dos mais importantes. Algo que sempre me incomodou foi o nosso estado ser reconhecido apenas por tragédia e notícia ruim, sendo que temos uma cultura forte, paisagens lindas e muita coisa boa para mostrar. Até hoje tentam tirar a nossa diversidade e isso é algo que me fere muito. Resumir o Nordeste a um estado, cultura e sotaque só. Somos nove estados e cada canto tem suas características. Por isso essa é também uma das minhas lutas", fala, em entrevista exclusiva à Glamour.

Com quase 6 milhões de seguidores, Thaynara avalia sua caminhada e revela ter tido crises com a Internet. "Quando você surge nas redes sociais e ganha essa notoriedade expondo a sua vida, uma hora você acaba se encaminhando para um burnout e se esgota. Quando você começa a virar refém do algoritmo no sentido de ‘preciso aparecer todos os dias nas redes sociais para que o algoritmo entenda que estou produzindo diariamente e entregue o meu conteúdo’, quando você entra nessa noia, vira um hamster correndo em uma espécie de esteira sem fim. Hoje eu consigo lidar de uma maneira muito mais tranquila, faço terapia, converso bastante sobre e separo momentos de descanso fora das redes", entrega.

A atriz também avalia o outro lado da moeda e admite sofrer com padrões estéticos. "Ao mesmo tempo que você é um criador de conteúdo posicionado como influenciador, você, por outro lado, também é influenciado o tempo todo e impactado por várias informações. Então é além disso, da pressão estética que eu sinto em alguns momentos, eu também tenho fomo, o sentimento de rolar e feed e sentir culpa por não estar em certos momentos. As informações impactam da mesma forma. E o que eu posso fazer em relação a isso é filtrar melhor aquilo que consumo", afirma.

Em 2020, Thaynara passou por uma lipoaspiração que quase a levou à morte. A influenciadora ficou uma semana na UTI após o médico perfurar um vaso sanguíneo durante o procedimento. O pós-operatório também foi delicado e estendeu por oito meses. "O que aprendi com esse episódio junto com a terapia foi a me ouvir mais, respeitar o meu corpo e não deixar que as opiniões dos outros tenham tanto impacto sobre mim."

Acompanhe a entrevista!

A Festa Junina que você promove anualmente é um evento muito aguardado. O que vamos ter de novidade?

A grande novidade neste ano é o espaço e estrutura. Estamos realizando o sonho de ir para um novo local, o São Luís Shopping, que comporta até 20 mil pessoas. Então toda a produção, palco e cenário estão a nível de festival mesmo. É também o retorno de Ivete Sangalo após 11 anos sem fazer show em São Luís. Estou muito orgulhosa por poder trazer uma artista desse nível de volta à nossa cidade dentro do São João da Thay.

Quais são os elementos mais importantes que você busca transmitir por meio do São João, tanto para os maranhenses quanto para aqueles que vêm de outras regiões para prestigiá-la?

Reafirmar que o Maranhão é uma região com pontos positivos é um dos mais importantes. Algo que sempre me incomodou foi o nosso estado ser reconhecido apenas por tragédia e notícia ruim, sendo que temos uma cultura forte, paisagens lindas e muita coisa boa para mostrar. Outro elemento importante é destacar a pluralidade do Nordeste. Até hoje tentam tirar a nossa diversidade e isso é algo que me fere muito. Resumir o Nordeste a um estado, cultura e sotaque só. Somos nove estados e cada canto tem suas características. Por isso essa é também uma das minhas lutas. Hoje o São João da Thay festeja todo o Nordeste!

Thaynara OG — Foto: Higor Bastos
Thaynara OG — Foto: Higor Bastos

Como você enxerga o impacto da sua festa junina na cultura local do Maranhão? Acredita que ela tem contribuído para a valorização e preservação das tradições juninas?

Com certeza. Até mesmo porque uma das preocupações que tenho enquanto cidadã maranhense é que à medida que as gerações se passam, algumas tradições vão se perdendo. Então é muito legal ver no São João da Thay um público tão jovem também curtindo as nossas manifestações populares da cultura popular maranhense. Isso tudo contribui para resgatar aquele orgulho de ser maranhense e resgatar nossa cultura. E é muito importante também para reforçar a multipluralidade do Nordeste. É muito legal ter esse espaço para mostrar como a cultura maranhense já é diversa. Imagine junto com os outros estados do Nordeste para celebrar isso! Fora esse impacto cultural, tem o impacto econômico na economia criativa que movimenta a cidade. A gente observa e recebe feedbacks nesse sentido. Hotéis lotados, galera que faz corrida por aplicativo, aeroportos, agências de turismo. Salões de beleza, também o artesanato local fica movimentado porque muita gente tem aquela preocupação de fazer uma roupa legal para celebrar o momento do São João maranhense. Então tudo isso causa também um impacto econômico e dá um gás danado para continuarmos com o projeto mesmo com todos os desafios.

Quantos empregos gera na época do São João? E quanto movimenta?

São mais de 300 empregos diretos e 2 mil indiretos. Sobre o valor da movimentação financeira do evento, diretamente injetamos na economia local cerca de 5 milhões, quando somamos todos os fornecedores que são contratados para rodar todo o projeto nos seus 5 dias de atividades. Porém, como eu citei, sabemos que a movimentação na cidade, nos restaurantes, hotéis, artesanato, venda informal, app de locomoção, registram números relevantes, que já até foi reconhecido com uma premiação pelo governo do estado.

Com o sucesso e reconhecimento que a sua festa junina tem conquistado, você já pensou em expandi-la para outras regiões do Brasil? Quais seriam os desafios e possibilidades dessa expansão?

A gente tem muito a preocupação de realmente conseguir transmitir como a cultura maranhense é de fato. Então, por exemplo, um grupo de bumba meu boi tem centenas de brigantes. Para eu conseguir alinhar toda uma logística em deslocar cinco grupos é algo bem grande. E o meu maior receio é ter que reduzir tanto, a ponto de possivelmente perder a essência do que realmente é. Trabalhar essa logística, que possa suportar todos esses brigantes seria o maior desafio. Fizemos um esquenta do São João em São Paulo e conseguimos levar um grupo que interpreta várias manifestações populares maranhenses. Mas se precisássemos levar outros, não conseguiríamos.

Qual é a importância de eventos culturais como a sua festa junina para a promoção do turismo e desenvolvimento econômico da região do Maranhão?

Com o nosso trabalho de formiguinha, conseguimos inserir o São João da Thay, não só no calendário maranhense, mas também no do Brasil. Recebemos várias pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo também. Sei que pessoas do Japão já vieram ao São João. Assim como outros festivais que mobilizam e trazem um fluxo de pessoas para cidades e outros lugares do Brasil, o São João da Thay está entrando nesse calendário, se consolidando e fazendo essa movimentação que é extremamente importante para a economia. Conseguimos ver o quanto isso reflete na quantidade de passagens emitidas, no retorno financeiro dos hotéis que ficam lotados, carros de corrida de aplicativo trabalhando muito nas regiões, agências de turismo e até o pessoal que trabalha com o artesanato maranhense se movimenta.

Thaynara OG — Foto: Higor Bastos
Thaynara OG — Foto: Higor Bastos

Quando começa o planejamento da festa junina? Um ano antes? Você realmente se envolve com tudo, vê cada detalhe?

Começamos todo o planejamento com muita antecedência. Estamos na reta final para o início da 5a edição, mas já estou planejando a próxima. Temos coisas organizadas também e já entramos em contato com alguns artistas. Precisamos usar a antecedência ao nosso favor para viabilizarmos as agendas dos artistas, escolher o melhor local e a melhor data para o público. Então, tudo requer muita antecedência e hoje tenho uma equipe grande e cada líder de cada setor se comunica comigo e fico por dentro de tudo. Mas nem sempre tudo é repassado para mim. Eles me preservam de alguns detalhes já para não ficar muito pensativa com o assunto, evitando a perda do brilho nos olhos do trabalho bem feito e conseguir apresentar o São João com muita alegria e animação. No fim, sempre estou a par de tudo, mas algumas eles já preservam pela minha saúde. Tenho uma equipe que confio muito e sei que vão resolver da melhor forma. Mas eu sempre preciso tomar a frente, porque tem coisas que só dependem de mim mesma e não tenho como delegar isso a alguém.

Tem alguma curiosidade, algo marcante do São João que ninguém saiba? Conta pra gente!

O São João junta vários objetivos para quem participa. Enaltecemos não só a cultura do Maranhão, mas também a pluralidade do povo nordestino. Temos o viés social em conjunto com o UNICEF. E também é um bom lugar para networking, cruzar caminhos. Conheço várias pessoas que começaram histórias no São João da Thay e acabaram desenvolvendo projetos em sociedade. É muito legal ver que seu evento celebra esses encontros.

Você completou recentemente sete anos de carreira, como avalia sua trajetória? Imaginava que fosse ser “abraçada” por todo o Brasil?

Uma trajetória bastante positiva em que vivo coisas além do que já imaginei. Eu sempre tive o pé no chão e na minha cabeça que o sucesso da internet é passageiro. Então quando eu comecei a trabalhar com as redes sociais lá atrás, os meus planos eram aproveitar essa onda o máximo possível pois sabia que um dia ela iria passar. Queria guardar dinheiro, tinha planos de montar um açaí. Até que as coisas foram acontecendo. Hoje eu sou muito realizada por esse caminho que decidi trilhar junto com a minha equipe. Muita coisa boa segue acontecendo e vejo isso como um sinal de que estamos caminhando certo. Nesta semana mesmo comecei a gravar um novo projeto como atriz para streaming. Algo muito importante para a minha carreira. Estou bastante ansiosa para mostrar ao público!

Thaynara OG — Foto: Higor Bastos
Thaynara OG — Foto: Higor Bastos

E durante todo esse tempo, teve crises com as redes? Como foi?

Isso é muito natural. Quando você surge nas redes sociais e ganha essa notoriedade expondo a sua vida, uma hora você acaba se encaminhando para um burnout e se esgota. Quando você começa a virar refém do algoritmo no sentido de ‘preciso aparecer todos os dias nas redes sociais para que o algoritmo entenda que estou produzindo diariamente e entregue o meu conteúdo’. Quando você entra nessa noia, vira um hamster correndo em uma espécie de esteira sem fim. Hoje eu consigo lidar de uma maneira muito mais tranquila, faço terapia, converso bastante sobre e separo momentos de descanso fora das redes. Somos seres humanos e não é todos os dias que estamos bem, que queremos viver a vida online e não offline. Esse é um dos meus maiores desafios. Imagina: eu tenho sete anos de trajetória, então desde o ano um ter que postar todos dias, isso vai mexendo com a cabeça, sim.

As redes podem ser muito tóxicas, você já se sentiu mal quando rolou o feed, por exemplo? Se comparou com outras mulheres? Como faz pra que essas coisas não te afetem?

Ao mesmo tempo que você é um criador de conteúdo posicionado como influenciador, você, por outro lado, também é influenciado o tempo todo e impactado por várias informações. Então é além disso, da pressão estética que eu sinto em alguns momentos, eu também tenho fomo, o sentimento de rolar e feed e sentir culpa por não estar em certos momentos. Então as informações impactam da mesma forma. E o que eu posso fazer em relação a isso é filtrar melhor aquilo que consumo. Por exemplo, não adianta eu me comparar com uma pessoa que não tem nada a ver comigo e surgir uma demanda estética a partir dessa comparação. Então hoje eu tento consumir pessoas que são parecidas comigo, me trazer como a minha própria referência de imagem, de beleza. E terapia em dia. Por que sempre tem essa cobrança tanto dos seguidores, que muitos ainda não aprenderam sobre como comentar algo em relação a aparência do outro. E também, de tanto você consumir vários tipos diferentes de conteúdo, acaba se pressionando e se comparando. Isso é normal, mas o que vai mudando é sua relação com isso, a forma como você recebe essas informações, como elas te impactam e como você lida com tudo isso. Levo tudo para a terapia e com certeza a minha relação comigo mesma evoluiu bastante.

Em 2020, você fez uma lipo que quase te levou à morte e disse ter se arrependido. Nunca mais voltaria para uma mesa de cirurgia? Qual a lição que te deixou esse episódio?

Eu não digo nunca, até porque eu não sou contra procedimentos estéticos. O que eu digo é nunca fazer um se essa demanda não partiu de você, mas sim por um desejo, opinião ou crítica vinda de outras pessoas. O que aprendi com esse episódio junto com a terapia foi a me ouvir mais, respeitar o meu corpo e não deixar que as opiniões dos outros tenham tanto impacto sobre mim.

O que diria para as pessoas que sonham em fazer uma lipo ou algum outro procedimento?

Que se escutem primeiro e tenham a certeza de que esse desejo está partindo de dentro de você e não dos outros. E realizar cada etapa com muito cuidado e profissional responsabilidade.

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