![O Mausoléu do Exército de Terracota foi descoberto em 1974 por moradores da cidade rural chinesa onde ele se encontra — Foto: Lucas Schifres/Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-epocanegocios.glbimg.com/6hpHaxotX_IDZ0cG_qsiG5_U8RE=/0x0:1024x701/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e536e40f1baf4c1a8bf1ed12d20577fd/internal_photos/bs/2024/c/B/mnBofqTXO2YfPVId75SQ/epoca-soldados-terracota-proximos.jpg)
A Netflix lançou, neste mês, o documentário “Mistérios dos Guerreiros de Terracota��, sobre o primeiro imperador da China, Qin Shi Huang. Ele está enterrado em uma tumba no Mausoléu dos Guerreiros de Terracota, considerado um patrimônio da humanidade pela Unesco desde 1987.
Alguns dos feitos deste imperador incluem a unificação do Império Chinês e a construção da Grande Muralha da China.
Embora o mausoléu com 8 mil estátuas de guerreiros tenha sido descoberto em 1974 por sete moradores da cidade de Xi’an, no distrito chinês de Lintong, e escavado desde então, a tumba do imperador e outra tumba descoberta em 2011 nunca foram abertas. Mas fortes chuvas recentes na região aumentaram o desejo dos pesquisadores de levar o mausoléu para um local mais seguro e reviveram a discussão, segundo o portal Daily Mail.
O que os pesquisadores temiam?
Os principais temores de se abrir a tumba do imperador estão relacionados aos altos níveis de mercúrio e ao potencial de danos à estrutura e ao que há dentro dela. Pesquisadores acreditam que mercúrio tenha sido usado para simular os rios do império chinês, e altos níveis da substância já foram detectados ao redor do mausoléu, de acordo com um estudo publicado na revista Nature em 2020.
![Mesmo com as estátuas dos Guerreiros de Terracota já escavadas, o mausoléu continua no mesmo local onde foi construído — Foto: Lucas Schifres/Getty Images](https://cdn.statically.io/img/s2-epocanegocios.glbimg.com/daMURjL7AsKarEsvUnWCbHdj2rw=/0x0:1024x680/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e536e40f1baf4c1a8bf1ed12d20577fd/internal_photos/bs/2024/2/9/GY7x9BSEuzKq6oLONXEA/epoca-aberto-soldados-terracota.jpg)
“Toda vez que escavamos algo há muita avaliação de risco”, disse Ming Tak Ted Hui, professor da Universidade de Oxford, ao Daily Mail. Mas ele avalia que os pesquisadores cada vez mais perto de conseguir fazer isso, especialmente com as novas tecnologias sendo desenvolvidas para analisar melhor o que há dentro das tumbas.
Uma tecnologia inovadora de raio-x, que usa raios cósmicos para penetrar as estruturas das tumbas e reconstruir o que há dentro delas, foi implementada para os pesquisadores entenderem melhor o que há no seu interior.
E isso é importante porque, segundo o especialista de Oxford, as tumbas podem conter defesas para afastar quem tentar acessá-las. O primeiro registro dessas armadilhas foi feito por Sima Qian, historiador oficial da dinastia chinesa de Han.
Ele escreveu que a tumba do imperador era cheia de raros artefatos e que, para proteger esses artigos, “artesãos foram ordenados a construir arcos e flechas apontados para quem tentasse entrar na tumba”.
Ainda há rumores de que maldições possam ser jogadas contra aqueles que tentarem escavar e abrir as tumbas. Os fazendeiros ainda vivos que descobriram o mausoléu em 1974 e seus vizinhos contaram ao documentário “A Maldição dos Guerreiros de Terracota”, lançado em 2018 pelo cineasta Peter Gilbert, suas histórias de vida e acontecimentos trágicos que ocorreram após terem achado o local.