Como o setor bancário no Brasil é conhecido por investir fortemente em novas tecnologias, pode-se supor que esteja bem avançado quando se trata do assunto do momento: a inteligência artificial (IA). Na verdade, está avançado em relação a outros setores da economia, mas ainda patina um pouco na adoção desta novidade, segundo dados de um novo estudo divulgado pela IBM durante o Febraban Tech. O evento de tecnologia e inovação do setor financeiro começou nesta terça-feira (25) e vai até quinta-feira (27), em São Paulo.
A pesquisa do IBM Institute for Business Value (IBV) aponta que 86% das organizações bancárias na América Latina estão desenvolvendo ou se preparando para lançar casos de uso de IA generativa.
Porém, dentre os bancos pesquisados, apenas 8% estão adotando a IA generativa de forma sistemática e abrangente nos negócios. “Tem um estágio de empresas que já estão olhando para a inteligência artificial como algo realmente transformacional e de impacto no negócio. Essas empresas estão muitas vezes revendo modelos de negócio e implementando IA em diversas áreas diferentes”, explica Joaquim Campos, vice-presidente de Automação, Dados e IA da IBM América Latina.
A maioria (78%) está implementando taticamente a tecnologia em iniciativas mais pontuais. “Não é uma iniciativa transversal, tão intrínseca e transformacional, mas eles identificam dentro da instituição algumas situações particulares em que a IA pode trazer algum benefício importante para o negócio”, acrescenta o executivo.
Segundo ele, outro dado que chama a atenção é que quase 60% das instituições financeiras continuam travadas na experimentação da IA. “Eu percebo, inclusive, algumas empresas fazendo centenas de MVPs [Mínimo Produto Viável], mas ainda colocando pouca coisa em produção.”
Um dos desafios, segundo o executivo, é conseguir entender como conectar a tecnologia e o negócio. Para auxiliar nesta demanda, conta ele, a IBM recentemente contratou mais de 100 “client engineerings” na América Latina – são analistas de negócios com conhecimento em inteligência artificial para ajudar os clients a repensar de que forma determinadas tarefas podem ser reconstruídas a partir da IA.