Tumores malignos que chegam por meio de uma metástases ou se originaram no pulmão estão entre os maiores desafios da oncologia moderna, devido à sua resistência aos tratamentos convencionais com quimioterapia.
O órgão é o mais atacado por metástases, com ocorrência de 20% a 54% dos pacientes diagnosticados com tumores malignos apresentando sintomas. Pensando nisso, pesquisadores do Zhang Research Group, da Universidade da Califórnia, desenvolveram um tratamento inovador: microrrobôs feitos de algas e materiais sintéticos, capazes de otimizar a quimioterapia, colocando o medicamento diretamente no pulmão.
A pesquisa de biotecnologia vem sendo desenvolvida nos últimos cinco anos e foi recentemente publicada na Science.
Os microrrobôs são bio-híbridos --- feitos parcialmente de materiais sintéticos e tecido biológico de algas verdes. Segundo testes feitos em ratos, as chances de sobrevivência aumentaram em 40%, na comparação com o tratamento convencional.
Enquanto microrrobôs sintéticos são feitos de materiais rígidos que não conseguem acessar todos os órgãos e tecidos, além de serem potencialmente tóxicos para humanos, os feitos de microalgas podem ser inseridos utilizando uma cânula muito semelhante a um fio de cabelo.
Segundo o pesquisador Zhengxing Li, esse modelo é menos tóxico, mais fácil de produzir e pode atingir mais facilmente os pulmões.
As algas verdes microscópicas presentes no algae-NP(DOX)-robot são do tipo Chlamydomonas reinhardtii, e já são comumentemente utilizadas na indústria farmacêutica. Além de facilitar a aplicação da quimioterapia, a inovação consegue escapar das células do sistema imunológico e distribuir lentamente o remédio.
O estudo aponta que os novos microrrobôs podem carregar concentrações maiores de remédio e ficar armazenados por mais tempo nos pulmões. Após o uso, as células de defesa são capazes de destruir o material em componentes não-tóxicos.