Design

Por Lili Tedde*


16 galerias de design e ateliês para conhecer na Barra Funda — Foto: Ruy Teixeira
16 galerias de design e ateliês para conhecer na Barra Funda — Foto: Ruy Teixeira

De tempos em tempos, grandes centros urbanos costumam assistir a movimentos de transformação acelerada de algumas de suas zonas abandonadas, por vias ligadas a cenas culturais: Williamsburg e outras partes do Brooklyn, em Nova York; Shoreditch, em Londres; Kreuzberg, em Berlim, e por aí vai. Algo similar acontece agora na Barra Funda, em São Paulo, por meio da arte e, principalmente, do design.

Surgido por volta de 1850, onde ficava a Chácara do Carvalho, o bairro foi loteado e passou a ser povoado, majoritariamente, por imigrantes italianos. Por estar na várzea do Rio Tietê, seu nome decorre do fato de que, no passado, a barra do rio era funda naquela altura da cidade. Às suas margens, foram construídas estradas de ferro para escoar a produção do café do interior paulista e, posteriormente, indústrias que se aproveitaram das condições locais. Daí o lugar ter se tornado um bairro operário no início do séc. 20. Mesmo com o declínio industrial a partir de meados do século, o distrito nunca deixou de se transformar. Sua mais nova encarnação exibe bares e restaurantes descolados, importantes galerias de arte e ateliês de jovens designers que têm se instalado por ali nos últimos anos. Em comum entre eles, uma paixão legítima pelo que fazem e uma compreensão mais coletivista e sustentável de sua área de atuação.

Ao visitarmos a Barra Funda e falarmos com os protagonistas do movimento, nós, do estúdio Edelkoort South, bureau de tendências criado pela trend forecaster, ativista e educadora Lidewij Edelkoort, deparamos com uma feliz coincidência: as conversas invariavelmente nos transportaram para alguns de nossos últimos livros de tendências, em especial o Animism. A obra elenca uma série de características mais ou menos presentes no trabalho dos criativos do bairro: peças com vida e alma próprias, duráveis, colecionáveis, orgânicas, feitas à mão, respeitosas em relação às matérias-primas naturais, repletas de referências ancestrais ou mesmo de histórias pregressas, recuperadas por meio de reaproveitamentos e intervenções contemporâneas. Não à toa, uma versão mais ampla deste levantamento publicado aqui em primeira mão pela Casa Vogue estará no próximo livro do estúdio, o Proud South Arts & Crafts, que pretende abordar a atual efervescência do design, da arte contemporânea, da arte popular e do artesanato dos países do hemisfério sul. A seguir, antecipamos alguns dos ateliês, marcenarias e galerias que colocam a Barra Funda no mapa do design global.

1. Amarello

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Originalmente uma revista impressa e digital voltada às artes e ao design, a Amarello primeiro materializou-se em um espaço físico em Pinheiros, onde apresentou suas coleções próprias de mesa e cadeiras, além de collabs com designers de diferentes áreas. Logo abraçou a ideia da renovação da Barra Funda e por ali se fixou. Aos poucos, os fundadores entenderam que deveriam pendurar suas peças nas paredes, a fim de “deixar a área central aberta para pintar e bordar, como uma tela em branco”, como conta Tomas Biagi Carvalho. E assim fazem, reunindo arte, cultura, gastronomia e objetos genuinamente brasileiros em um ambiente instigante e acolhedor. Enquanto repensam a ideia de um armazém paulistano do séc. 19, convidam os visitantes a olharem para dentro de si mesmos e para o país.
@amarelloloja | Rua Vitorino Carmilo, 928

2. Rodrigo Silveira

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Formado na FAAP há quase 20 anos, aluno de Carlos Motta, Rodrigo sempre se interessou pelo uso racional da matéria-prima – no caso, a madeira, sua grande paixão –, com a preocupação de buscar o melhor aproveitamento e gerar o mínimo de resíduo. Estudioso, começou por desenvolver incessantemente a técnica. Quando entendeu que tinha total domínio dela e que poderia construir tudo o que quisesse, deu-se conta da necessidade de se aprofundar em algo ainda mais importante para o universo: a origem da madeira, o manejo e tudo o que está por trás dessa realidade tão complexa. Compreendeu que precisava entrar na floresta. Foi então que, há dez anos, começou a pesquisar a origem dos materiais que usa junto a populações ribeirinhas e indígenas. E, assim, passou a viajar constantemente para a Amazônia, colocando a mão na massa não somente na escolha da madeira como também na construção de palafitas e ocas, num trabalho com nativos que lhe permitiu absorver parte de sua cultura. No processo, aprendeu a respeitar os ciclos da natureza e a forma como ela se comporta nas diversas etapas desse manejo sustentável comunitário.
@rodrigoquefez | Rua do Bosque, 892

3. Verniz

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

De um reencontro em Paris no fim dos anos 1990 entre três amigos de longa data, Fabio Matheiski, Paulo Bega e Luciano Tartália, nasceu a vontade de montarem juntos uma loja com uma curadoria cuidadosa. A Verniz surgiu de uma ideia ousada para aquele momento: possibilitar que o design clássico brasileiro tivesse uma nova vida, pela mistura com objetos industriais ou rústicos, muitas vezes inusitados. Seguiu-se um trabalho de dedicação total para garimpar peças, de demolições ou de caçambas, transformá-las e dar-lhes uma segunda encarnação, como itens em séries limitadas e desejadas. A produção evidencia um olhar apurado, uma sintonia fina, muita sensibilidade e ousadia. Vale tudo na mistura de informações e estilos, às vezes mais despojados, mas sempre acolhedores, seja em móveis modernistas, artigos das décadas de 1970 e 80, rústicos ou coloniais – sempre brasileiros.
@vernizsp | Rua Lopes Chaves, 243

4. Marcenaria Caravelas

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Primos-irmãos inseparáveis desde a infância, Daniel Guimarães e Ricardo Bulcão sempre quiseram trabalhar juntos. Se aproveitaram de uma paixão em comum pela madeira maciça para se unirem na Marcenaria Caravelas em 2016. Ambos têm orgulho de dizer que se veem como marceneiros dotados de agilidade, fluidez e leveza ao trabalhar. Se utilizam da técnica cem por cento tradicional, em que o encaixe dita a norma – e ao mesmo tempo a criação é totalmente autoral. O trabalho manual é, para os dois, um meio de comunicação: Daniel é formado em arquitetura e Ricardo em psicologia, e ambos usam e abusam da emoção em artigos genuínos. Suas peças de formas orgânicas, às vezes unidas a linhas retas, com texturas e imperfeições perfeitas, despertam prazer, desejo e aconchego. Realizam desenhos sob medida que muitas vezes terminam como produtos de linha, brincam com madeiras diversas em uma mesma peça, lançando mão de um pouco de gentileza e brutalismo de uma só vez.
@_caravelas | Rua Camaragibe, 85

5. Atelier Atlas

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Thiago Mendes, formado em arquitetura pela Escola da Cidade, trabalhou muitos anos em grandes obras públicas, mas sempre gostou de design e de mobiliário. Quando, em 2018, os desenhos de pequenas peças foram tomando mais espaço em sua vida, criou o Atelier Atlas, onde passou a desenvolver móveis, luminárias e utilitários. Sua matéria-prima principal é a madeira, da qual busca o melhor aproveitamento, e gosta de dizer que faz objetos para durarem. Defende as linhas retas e racionais, cuidando para que uma prancha tenha o mínimo de perda, mas brinca com o equilíbrio unindo outros elementos também vindos da natureza – na qual se inspira –, como a pedra bruta e orgânica. Esta serve de base e dá a força necessária para sustentação em itens como a luminária da foto abaixo. Segundo explica Thiago, estabelecendo uma analogia botânica, a pedra é a raiz da árvore, que faz com que ela fique em pé, fincada no solo.
@atelier.atlas | Rua Lopes Chaves, 242

6. Humberto Da Mata

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Arquiteto de Brasília, Humberto atuava em projetos grandes e burocráticos quando decidiu ir para a França participar de um workshop com os Irmãos Campana, no célebre centro de pesquisa de Boisbuchet. Desde então, não para de deixar fluir sua criatividade. Após trabalhar com Humberto e Fernando, decidiu ficar por São Paulo. Um apaixonado pela pesquisa de materiais, seus primeiros produtos foram uma banqueta e outras peças trançadas, produzidas em série. Dono de aguçada curiosidade, se interessou pela cerâmica e desenvolveu artigos únicos, em que o resultado orgânico e lúdico vem à tona. Na pandemia, ingressou no universo do papel machê, que ofereceu ainda mais liberdade a suas formas fantasiosas, capazes de imprimir graça aos objetos mais banais, sem limites para magia, tamanho e funcionalidade. A obra de Humberto da Mata transporta para um alegre mundo imaginário, onde todo sonho é permitido.
@humbertodamata | Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 424

7. Studio Reyes

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira
 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira
 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira
 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

De origem boliviana, as irmãs Manu, arquiteta, e Moira Reyes, da área de marketing e inovação, são recém-chegadas ao bairro: levaram seu Studio Reyes para a Barra Funda no ano passado. Ele existe, porém, desde 2013. Outra egressa do workshop com os Irmãos Campana em Boisbuchet, Manu passou por diversas empresas e países até fazer cursos de especialização em madeira com Rodrigo Silveira, Ateliê da Madeira, Lab74 e Cose di Legno. O Studio Reyes tem como objetivo abrir espaço para collabs com profissionais de diversas áreas e trazê-los para perto em busca de experiências mais coletivas e melhores entendimentos do design. Em outubro passado, seis mulheres de trajetórias distintas assinaram intervenções na cadeira GEO, lançamento de Manu: Luiza Dias (joalheria), Noemi Saga (design), Bruna Sperling (arte), Srta. Galante (têxtil) e Carol Piccin + Flavia Amadeu (pesquisa de novos materiais). Essa experimentação em cima de uma cadeira permite compreender como uma simples cor, por exemplo, pode mudar a visão que se tem de um item de mobiliário.
@studioreyesdesign | Rua Marta, 46

8. Fiel Design

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

O resgate de memórias familiares e referências de vida foi o mote para que João Frugiuele montasse a Fiel Design, em 2022. Vindo de uma família proprietária de uma fábrica de móveis de aço, ele se sentia confortável no universo da indústria. Suas lembranças afetivas ligadas a esse passado o ajudam a criar mobiliários minimalistas, simples, com referências aos anos 1950, que brincam com as cores para preencher ambientes com graça, energia e personalidade. Por meio de suas paletas, João transporta o observador para um passado contemporâneo, numa deliciosa nostalgia. A partir de uma visão extremamente funcional, a Fiel procura estabelecer um novo padrão de elegância aos móveis residenciais, combinando a durabilidade do aço e o calor da madeira.
@fiel_____design | Rua Doutor Sérgio Meira, 70

9. Leilão Design

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Oriundos de famílias de antiquários e colecionadores, Bernardo Carvalho e Pedro Fonseca cresceram entre obras de arte e mobiliário assinado. Dali foi um passo para entenderem que trabalhar com o comércio de peças de design – por meio de leilões – era algo que dominariam com facilidade, ainda mais em um momento de crescente interesse mundial pelo móvel moderno brasileiro. Para além da atuação comercial, a dupla enxergou ainda a necessidade de uma abordagem educacional, com direito a pesquisa histórica, para que o valor das peças que vendem seja compreendido e reconhecido. Com esse fim, organizaram, por exemplo, uma exposição de itens pertencentes à massa falida da TV Manchete no Edifício Copan.
@leilaodesign | Rua Sousa Lima, 64

10. Oficina Umauma

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

O nome vem dos primórdios, quando as peças eram feitas uma a uma, à mão. Mesmo que o caminho tenha se tornado um pouco diferente, agora com a produção de itens em série, a sonoridade, o carinho e o respeito permanecem iguais. Fernanda Barretto, a designer por trás da marca, se declara uma apaixonada por todas as oficinas – de cerâmica, serralheria, madeira. Ao terminar a faculdade de desenho industrial, iniciou com uma marcenaria em casa, mas logo percebeu que teria de dar um passo maior. Aficionada por trabalho manual, sentia necessidade de entender o design dentro de uma perspectiva mais humana. Decidiu então se aperfeiçoar com mestres e universos distintos, como Morito Ebine, Body-Mind Centering, cabala, microfenomenologia e Coexiste. Seus produtos sensoriais chamam a atenção pelo toque, pelas texturas e experiências que propiciam, além de se destacarem pelas proporções pouco óbvias, como ocorre na cadeira de balanço bem próxima ao chão (à dir.).
@oficinaumauma | Rua Camaragibe, 85

11. Estúdio Rain

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Curiosos por natureza, a designer Mariana Ramos e o arquiteto Ricardo Innecco, ambos de Brasília, se esmeram em investigar novos materiais e buscar a melhor funcionalidade para seus projetos escultóricos. Ainda que, no fundo, mantenham como fonte de inspiração a grandiosidade modernista da capital do país, desenvolveram uma linguagem própria, utilizando técnicas ora manuais e rudimentares, ora tradicionais, ou ainda digitais, sempre encontrando soluções inovadoras no caminho. Foi a partir de um workshop na França, com o holandês Maarten Baas, que tomaram coragem para criar o estúdio, pensando no design sob um viés mais conceitual. Para que o negócio fosse adiante, fizeram concessões rumo a um equilíbrio entre uma produção mais industrial e as pesquisas experimentais. Nestas, Mariana e Ricardo se aprofundaram em processos de uso de madeira, metal, resina, pedra. Delas nasceram, por exemplo, “velas” aromáticas de breu-branco ou luminárias feitas à base de resina do óleo de mamona, ambas exibidas em Milão nos últimos anos.
@estudiorain | Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 424

12. Oficina São João

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

A Oficina São João é o meio, a solução e o sonho de muitos artistas, arquitetos e designers que procuram realizar um projeto e necessitam de olhares apurados, com expertises distintas e, acima de tudo, curiosos por descobrirem materiais e recursos inovadores. Ali, uma equipe afiada de especialistas em marcenaria, serralheria, eletrônica, 3D, resina, metais, entre outros, se dedica a executar projetos únicos que recebem das mais variadas origens. Pela Oficina já foram concretizados mais de 300 deles, de pequenas escalas a itens monumentais, expostos em museus e casas de clientes para lá de exclusivos. Gostam de deixar claro que não criam... Será? Para a última edição do Circuito Barra Funda de Design, em outubro passado, utilizaram resíduos de aço corten para dar forma ao pé de uma mesa com circunferências de diferentes tamanhos empilhadas de maneira irregular. O efeito é alucinante.
@oficinasaojoao | Rua Doutor Albuquerque Lins, 184

13. Palma

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Cleo Döbberthin e Lorenzo Lo Schiavo se conheceram na faculdade, mas se reencontraram para valer em 2020, quando bastou um projeto realizado em parceria para perceberem o desejo de somar os conhecimentos artísticos de Cleo aos de arquitetura de Lorenzo. A troca de informações totalmente distintas significou um grande experimento para ambos, e dela emergiu a possibilidade de exercer uma ampla liberdade criativa. A dupla se diz multidisciplinar, num ateliê e estúdio onde se concebe de tipografia a cenografia, não importando a escala. Pesquisam e elaboram materiais, propõem artigos de mobiliário que poderíamos chamar de brutalistas e fantasiosos. Não se intimidam com supostos erros nem em criar algo extremamente lúdico ou inusitado, brincando com padronagens, estampas e texturas. Estiveram na Semana de Design de Milão em abril.
@palma_palma_palma_ | Rua Barra Funda, 288

14. Rafael Triboli

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Se, como dizemos no estúdio Edelkoort, amador é aquele que se dedica a uma arte ou ofício por gosto ou curiosidade, não por profissão, e ama o que faz, a definição se aplica perfeitamente a Rafael Triboli, artista e designer autodidata de Porto Alegre, radicado em São Paulo há seis anos. A partir das técnicas de trabalho com madeira, ele transforma o material por meio de interferências com desenhos e grafismos que preenche com cera de carnaúba ou bronze, emprestando um aspecto espiritualizado, quase religioso, às suas criações. Suas obras artesanais e esculturais miram em qualidades poéticas, resultando em cadeiras ou biombos românticos, capazes de render homenagens às próprias matérias-primas de que são feitas.
@rafaeltriboli | Rua Sousa Lima, 209

15. Andreas Anwander

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

Austríaco de nascimento, Andreas passou por diversas experiências profissionais em Londres, Milão e em seu país de origem até aterrissar no Brasil. Aos 30 anos, decidiu enveredar pelo design e, embora goste de trabalhar com diversos materiais, foi na madeira que encontrou sua paixão, se especializando em marcenaria. “Toda prancha tem um caráter, o importante é ser atemporal. Presto atenção na qualidade, nos detalhes, mesmo que sejam pequenos e que talvez as pessoas não notem, mas é importante para mim”, explica. Seu trabalho demonstra humor quando, por exemplo, empilha banquinhos transformando-os em uma grande escultura – o Cardume da foto acima, assim nomeado já que cada um dos bancos leva um peixe encaixado em um dos pés. A peça foi um dos destaques incontestáveis da feira Made do ano passado, onde o austríaco fez a sua estreia.
@andreas.anwander | Rua Lopes Chaves, 240

16. Eric Ennser

 — Foto: Ruy Teixeira
— Foto: Ruy Teixeira

As técnicas de tricô, crochê, joalheria, entre outras aprendidas na Escola Waldorf, movem o paulistano Eric Ennser. O designer e arquiteto leva dentro de si os métodos lúdicos e inclusivos, colocando-os em prática na recuperação e transformação de cada objeto em que intervém. Formado em arquitetura pela FAU-USP, trabalhou em projetos públicos como o Metrô de São Paulo e a Filarmônica de Minas Gerais, mas em silêncio já fazia móveis a seu bel-prazer. Acreditando na importância da economia circular, ele ressuscita artigos “doentes”, restaurando madeiras nobres do passado quando requisitado pelos seus clientes. Busca para esse restauro materiais de desmonte e faz as recuperações de maneira a fugir do óbvio, observando o material com carinho e dando-lhe não só sobrevida mas também dignidade. Por isso, suas produções são de tiragem muito baixa. Não à toa, participou da recuperação do Museu da Língua Portuguesa após o incêndio que deixou marcas indeléveis ao patrimônio histórico.
@ennser | Rua Sousa Lima, 107

Um roteiro pelos ateliês e galerias de design da Barra Funda — Foto: Thais Araújo Figueiredo
Um roteiro pelos ateliês e galerias de design da Barra Funda — Foto: Thais Araújo Figueiredo

*Matéria originalmente publicada no Yearbook 2024 da Casa Vogue (CV459), disponível em versão impressa, na nossa loja virtual, e para assinantes no app Globo Mais .

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