Serviços automotivos

Milhares de motoristas são multados semanalmente em operações que combatem o consumo de álcool. Segundo estudo da Escola Nacional de Seguros, a Lei Seca salvou mais de 40 mil vidas em seus primeiros dez anos de existência.

Em contrapartida, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) diz que mais de 10 mil pessoas perdem a vida em acidentes com motoristas embriagados anualmente. O bafômetro é temido por muitos condutores. Afinal, ao combinar álcool e direção, correm o risco de serem autuados em uma infração gravíssima, com pagamento de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir.

Se o resultado do teste do bafômetro for igual ou superior a 0,34mg/l (miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões), o motorista estará cometendo crime de trânsito e será preso. A reclusão varia entre três meses e seis anos.

Infração de trânsito por consumo de álcool

Até 0,04 mg/L Sem penalidades. Está dentro da margem de erro estabelecida pelo Contran
De 0,05 mg/L a 0,33 mg/L Infração gravíssima de trânsito com multa de R$ 2.934,70
Igual ou superior a 0,34 mg/L Enquadra-se como crime de trânsito, e o condutor responderá criminalmente

Apesar disso, muitas notícias falsas e técnicas sem procedência surgem a todo instante na internet entre aqueles que insistem em beber e dirigir. Autoesporte consultou órgãos competentes para desmistificar as principais fake news relacionadas ao bafômetro.

Ademais, não esqueça: se beber, não dirija — em qualquer hipótese.

1. Poder recusar teste do bafômetro se não tiver sinais de embriaguez

Veja o que diz o Detran sobre a possibilidade de negar o teste sem levar multa — Foto: Reprodução/Detran
Veja o que diz o Detran sobre a possibilidade de negar o teste sem levar multa — Foto: Reprodução/Detran

Há quem defenda que o teste do bafômetro só deve ser aplicado com um motivo concreto, como sinais claros de embriaguez. O Detran-SP diz que a informação não procede: todo motorista pode ser submetido ao bafômetro a qualquer instante, independentemente de demonstrar sinais de alteração ou não.

O motorista tem o direito legal de não realizar o teste do bafômetro para não gerar provas contra si mesmo. Porém, nesse caso, o agente de trânsito está autorizado a suspender a sua CNH, apreender o veículo e aplicar a multa de R$ 2.934,70.

2. Bafômetro tem tolerância para motoristas que beberam pouco

O bafômetro tem uma margem de erro de detecção de 0,06% de álcool no sangue. Muitos motoristas entendem isso como uma tolerância para quem bebe e dirige.

Segundo o Detran, a tolerância para beber e dirigir é zero, conforme a Lei n° 11.705 de 2008. O limite de 0,06% de álcool no sangue deve ser interpretado apenas como uma margem de erro, e não um benefício ao motorista.

Apesar do bafômetro passar por inspeções anuais, ainda é um componente eletrônico que pode apresentar falhas. Por isso, a Lei Seca opera com base em uma margem de erro para não autuar indevidamente.

3. Nutella ajuda a burlar o aparelho

Estratégia de comer chocolate ou creme de avelã não funciona — Foto: Reprodução/Detran-SP
Estratégia de comer chocolate ou creme de avelã não funciona — Foto: Reprodução/Detran-SP

O assunto voltou à tona quando um influenciador fez uma experiência utilizando um bafômetro caseiro no TikTok. Segundo a experiência, é possível reduzir a emissão de álcool ao soprar o bafômetro após comer algumas colheradas de creme de avelã.

De acordo com o Detran, trata-se de mais uma lenda urbana. Cremes de avelã, como o Nutella, ou outros doces, como chocolates, não reduzem a emissão de álcool no teste do bafômetro, tampouco servem para burlar o aparelho dos policiais.

4. Antissépticos bucais podem confundir o bafômetro

Outra estratégia popular para tentar burlar o bafômetro é o uso de antissépticos bucais. Produtos como Listerine e Colgate Plax costumam ter uma pequena quantidade de álcool que pode ser acusada ao soprar o dispositivo.

Por vezes, motoristas que beberam e foram parados pela Lei Seca costumam dizer que o teste deu positivo se deu por conta do antisséptico, e não pela ingestão de bebidas alcoólicas. A prática não funciona.

Se o motorista de fato não ingeriu bebida alcoólica, mas fez sua higiene bucal com o antisséptico, o Detran-SP recomenda que este fato seja informado à autoridade de trânsito no momento da abordagem. Dessa forma, o condutor pode pedir para fazer um novo exame depois de alguns minutos, caso o primeiro dê positivo.

5. Remédio para tratamento de alcoolismo reduz chance de ser pego

O metadoxil é um medicamento composto por vitamina B6 utilizado no tratamento de alcoolismo e de alterações hepáticas. As pílulas, de fato, aceleram a metabolização do álcool no fígado, mas, segundo o Detran, não há qualquer interferência na concentração medida no bafômetro.

Portanto, tomar pílulas de metadoxil após consumir bebida alcoólica não vai livrar um motorista do teste positivo no bafômetro.

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