Carro híbrido flex nacional: veja quem já tem e as marcas que vão lançar

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A Toyota foi a primeira (e até agora é a única) a oferecer carros híbridos que podem ser abastecidos com gasolina ou etanol. A tecnologia estreou no país em 2019, com o sedã Corolla, e ganhou o reforço do SUV médio Corolla Cross em 2021. De lá para cá, foram vendidas quase 100 mil unidades eletrificadas flex.

O pioneiro conjunto traz motor 1.8 aspirado flex com um elétrico. Combinados, entregam 122 cv. O consumo com gasolina passa de 18 km/l na cidade, no caso do Corolla.

Além de pioneira, a Toyota já prepara os próximos passos. No início do ano que vem chega o Yaris Cross híbrido flex com um novo motor 1.5 acoplado a um elétrico. Mais adiante, a Toyota também terá um conjunto plug-in, que pode ser abastecido na tomada. Nesse caso, a estreia será em uma inédita picape intermediária que vai concorrer com Fiat Toro e Ram Rampage.

Há dois anos, a Caoa Chery anunciou uma linha de carros híbridos composta por Arrizo 6, Tiggo 5x, Tiggo 7 Pro, Tiggo 8 Pro. Desses, o último é o único que chega ao Brasil importado, ainda que a marca tenha anunciado sua nacionalização, prevista para acontecer ainda este ano. Da lista, ele é o único híbrido plug-in, porém ele é movido apenas a gasolina.

Os demais modelos eletrificados da Caoa Chery utilizam um sistema micro-híbrido, mais simples e rudimentar que as tecnologias paralela (ou em série) e plug-in (que pode ser carregada na tomada). Um pequeno gerador elétrico, que também funciona como alternador, abastece baterias de 48 volts.

No caso da Caoa Chery, o sistema gera um incremento de 10 cv em potência e 4,1 kgfm no torque, totalizando 160 cv e 25,5 kgfm no motor 1.5 turbo flex sem injeção direta. A vantagem dos sistemas micro-híbridos é um custo menor, porém o ganho em consumo também é mais tímido, já que, sozinho, o motor elétrico não é capaz de mover as rodas.

Nos próximos meses, chegará ao país o Tiggo 7 PHEV, também híbrido plug-in, com a mesma mecânica do Tiggo 8 Pro Hybrid. Resta saber se este será flex ou apenas a gasolina.

Ao que tudo indica, a Stellantis será a próxima empresa a lançar um carro híbrido flex no Brasil. Em agosto de 2023, o grupo que controla marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot anunciou a plataforma Bio-Hybrid com diversas tecnologias para veículos eletrificados, incluindo até elétricos, previstos para entrarem em produção no país até 2030.

Voltando aos híbridos, ainda esse ano a empresa deve lançar modelos do tipo. Em Goiana (PE), os Jeep Compass e Commander terão versões híbridas plenas (HEV). O Compass Bio-Hybrid e-DCT deve ser o primeiro da lista, já em 2024. Ele terá o motor Turbo 270 (1.3 turbo flex) auxiliado por um motor elétrico de tração de cerca de 20 cv, com câmbio automatizado de dupla embreagem.

Até o começo de 2025, chegarão as configurações micro-híbridas dos Fiat Pulse e Fastback, usando como base o motor 1.0 turbo e uma pequena bateria de 12 volts alimentada pelo gerador elétrico. Nesse caso, a Stellantis decidiu importar da Polônia uma linha de produção usada para aplicar nos modelos brasileiros.

A presença da Chevrolet nessa lista é curiosa. Até alguns meses atrás, a marca insistia que a transição para os carros elétricos não deveria passar pelos híbridos. Recentemente, porém, executivos da empresa em todo o mundo disseram que a empresa terá veículos híbridos.

O Brasil não ficou de fora. Fabio Rua, vice-presidente da empresa na América do Sul afirmou que o primeiro deles chega “nos próximos meses ou em um ano”. O executivo não disse qual tipo de híbrido a empresa deve lançar no Brasil ou em qual veículo a tecnologia será aplicada. Autoesporte apurou que a Chevrolet estuda todas as possibilidades, desde micro-híbridos até modelos plug-in.

Vale lembrar que a Chevrolet já anunciou um investimento de R$ 7 bilhões no Brasil para renovar toda a linha de modelos até 2028. Por isso, seis lançamentos foram confirmados no país ainda para este ano. As reestilizações de Spin, S10 e Trailblazer já chegaram ao mercado. As próximas novidades são os elétricos Blazer EV e Equinox EV.

Para 2025, são esperadas reestilizações de Onix, Onix Plus e Tracker. Considerando que são carros de maior volume, é possível que eles já recebem algum tipo de eletrificação, especialmente o Tracker.

As duas chinesas correm para iniciar a produção de veículos no Brasil ainda em 2024. A GWM começou antes. Em meados de 2021, comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). Desde então, prepara o local. Porém, com mudanças na estratégia, ainda não anunciou quais produtos serão feitos na unidade. Os SUVs Haval H6 e o inédito H4 são os favoritos.

Inicialmente, eles devem ter um conjunto híbrido com motor a combustão movido apenas a gasolina. Em um segundo momento, já no ano que vem, a preparação para receber também o etanol brasileiro deve ficar pronta e ser disponibilizada ao público.

A BYD segue o mesmo ritmo. Após finalmente assumir a fábrica da Ford em Camaçari (BA), os chineses correm para inaugurar as linhas de produção ainda em 2024. Em entrevista recente, a CEO da empresa, Stella Li afirmou que vai anunciar ainda esse ano qual será o primeiro híbrido flex da empresa.

Nossa aposta é no SUV médio Song Plus, o híbrido mais vendido do Brasil. Viria acompanhado do irmão Song Pro e do sedã médio King, que serão lançados no Brasil nos próximos meses. A partir do ano que vem, é provável que os três possam ser abastecidos com o combustível derivado da cana-de-açúcar.

A Volkswagen, primeira marca a lançar um carro flex, 21 anos atrás, está um pouco mais atrás na corrida pelo híbrido movido a etanol. Para isso, vai usar parte do investimento de R$ 9 bilhões para desenvolver a tecnologia. Porém, isso só deve acontecer em 2027, ou seja, oito anos após a Toyota colocar o Corolla híbrido nas lojas. Porém, os alemães querem compensar o tempo perdido com mais de um tipo de eletrificação.

A base será o novo motor 1.5 turbo da família Evo2, outra novidade desse ciclo de investimentos. São esperadas quatro variantes eletrificadas usando esse propulsor como base. São elas:

• Híbrido leve (MHEV), 150 cv. Auxiliado por um conjunto com bateria, superalternador e sistema de 48V;
• Híbrido pleno (HEV), entre 170 e 180 cv (estimados). Auxiliado por conjunto com bateria com cerca de 1 kWh de capacidade, motor elétrico gerador e motor elétrico de tração;
• Híbrido plug-in (PHEV), 204 cv. Auxiliado por conjunto com bateria entre 10,6 e 19,7 kWh de capacidade, motor elétrico gerador e motor elétrico de tração;
• Híbrido plug-in (PHEV), 272 cv. Auxiliado por conjunto com bateria entre 10,6 e 19,7 kWh de capacidade, motor elétrico gerador e dois motores elétricos de tração, formando um sistema de tração integral (AWD).

O anúncio de que o primeiro híbrido flex da Honda só chegaria em 2028 (antecipado por Autoesporte) nos pegou de surpresa. Imaginávamos que o novo WR-V, com lançamento programado para o segundo semestre do ano que vem, estreasse a tecnologia e:HEV flex.

Porém, a marca japonesa quer lançar seu híbrido flex já com fornecedores locais e preparada para aplicar em mais de um produto. Assim, não apenas o WR-V, como também versões atualizadas de HR-V e até City podem receber o conjunto formado por uma versão modificada do eficiente motor 1.5 aspirado com injeção direta e dois motores elétricos, sendo um gerador e outro de tração.

Essa combinação já existe no City indiano. Por lá, a potência total é de 131 cv, sendo 98 cv gerados pelo motor térmico e 109 cv pelo elétrico, e 25,8 kgfm de torque máximo, este vindo do motor elétrico. Como o brasileiro usará etanol, esses números podem ficar maiores.

Outras duas fabricantes que anunciaram veículos híbridos para o Brasil são Renault e Hyundai. Porém, ainda há pouca clareza sobre os produtos que vão ser lançados e quando eles chegam.

Os franceses anunciaram uma nova plataforma, inicialmente batizada de CMF-B, mas depois renomeada para RGMP. Com ela, podem ser feitos veículos de 4 a 5 metros com entre-eixos entre 2,60 metros e 3 m. Essas medidas contemplam desde o recém-lançado Kardian até a próxima geração da picape Oroch, antecipada pelo conceito Niagara.

Essa base também contempla a eletrificação, segundo a Renault. Com isso, podemos esperar que os motores turbinados 1.0 e 1.3 turbo e até o 1.6 SCe aspirado recebam algum tipo de ajuda elétrica. Na Europa, a Renault oferece os três tipos de eletrificação híbrida.

A situação da Hyundai é ainda mais incerta. Os R$ 5,5 bilhões anunciados em fevereiro pela marca sul-coreana até contemplam híbridos e elétricos. Mas não há qualquer outra informação além disso.

Sabemos, por exemplo, que o Hyundai Creta passará por uma reestilização no ano que vem, mas vai manter o motor 1.0 turbo nas opções de entrada. Já o atual 2.0 aspirado será substituído por um 1.6 turbo. O motor é o mesmo já usado pelo Kia Sportage, um micro-híbrido. Mas não há definição de que o SUV compacto produzido em Piracicaba (SP) já receber algum nível de eletrificação.

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