Elétricos e Híbridos

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) passa a adotar o termo micro-híbrido para classificar veículos com sistema até então chamado de híbrido leve (também conhecido como MHEV ou mild-hybrid). A nomenclatura já era utilizada oficialmente pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos por proporcionar uma dimensão mais adequada da atuação da tecnologia.

A fim de ter mais clareza na comunicação, Autoesporte anuncia aos leitores que o termo micro-híbrido também será adotado editorialmente. Vale mencionar que o termo híbrido leve não está errado, tanto que ainda é usado por boa parte da indústria automotiva, dentro e fora do Brasil. O nome micro-híbrido, porém, é mais preciso para falar sobre o primeiro nível de eletrificação de um veículo.

Autoesporte explica mais sobre este sistema abaixo:

Veja também:

Como funciona?

Saiba as diferenças do sistema micro-híbrido para outros tipos de eletrificação — Foto: Divulgação
Saiba as diferenças do sistema micro-híbrido para outros tipos de eletrificação — Foto: Divulgação

Enquanto o híbrido convencional (também chamado de híbrido pleno ou HEV) tem motores elétricos capazes de girar as rodas, o micro-híbrido oferece apenas um pequeno gerador elétrico que também serve como alternador. Este componente é responsável por carregar uma bateria auxiliar, que pode ser de 12 volts ou 48 volts.

Este sistema proporciona uma ajuda momentânea, aumentando ligeiramente números de potência e torque em condições específicas, como ultrapassagens e retomadas. Dessa forma, reduz o esforço da unidade a combustão, contribuindo positivamente com o consumo de combustível e as emissões.

Diagrama mostra os componentes de um carro micro-híbrido: motor a combustão, gerador elétrico e bateria auxiliar — Foto: Divulgação
Diagrama mostra os componentes de um carro micro-híbrido: motor a combustão, gerador elétrico e bateria auxiliar — Foto: Divulgação

A bateria de um micro-híbrido também serve para dar a partida no motor a combustão, manter velocidades de cruzeiro e acionar sistemas elétricos secundários. Até por essa função menos crucial, a bateria é menor, praticamente não impactando no peso do veículo..

Bateria do sistema micro-híbrido dos carros da Kia — Foto: Divulgação
Bateria do sistema micro-híbrido dos carros da Kia — Foto: Divulgação

Como comparação, os chamados híbridos plenos usam baterias pequenas, mas que permitem os carros rodarem alguns poucos quilômetros apenas usando a energia elétrica armazenada. Isso não é possível em um micro -híbrido, já que o conjunto elétrico nunca atua sozinho ao tracionar as rodas.

Já os mais complexos, do tipo híbridos plug-in (PHEV), têm kits de armazenamento bem maiores, como 34 kWh. Dessa forma, alguns carros podem rodar até 170 km na eletricidade antes de acionarem o o motor a combustão, como o GWM Haval H6 PHEV. Evidentemente, estes veículos são bem mais caros em comparação com os micro-híbridos.

Qual é o consumo de um micro-híbrido?

Por conta da tecnologia simplificada, alguns carros micro-híbridos nem chegam a se destacar pelo consumo de combustível. O Kia Sportage, por exemplo, pode marcar 11,5 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada com gasolina, de acordo com o Inmetro. É fácil encontrar veículos mais eficientes sem qualquer nível de eletrificação, principalmente entre os turbinados.

Para se ter noção da diferença dos micro-híbridos em relação aos híbridos plenos, o Toyota Corolla Cross pode marcar 17,7 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada.

Audi A3 Sportback recebeu sistema micro-híbrido na atual geração — Foto: Renato Durães
Audi A3 Sportback recebeu sistema micro-híbrido na atual geração — Foto: Renato Durães

De forma geral, a grande vantagem dos carros micro-híbridos é conseguir reduzir o consumo de combustível e as emissões sem exigir grandes investimentos. Assim, as fabricantes conseguem vender um modelo mais econômico sem elevar tanto o preço de venda. Este é o caso da Stellantis, que terá carros nacionais com essa tecnologia ainda em 2024.

Com leis de consumo e emissões cada vez mais rígidas, os micro-híbridos devem ganhar as ruas do Brasil nos próximos anos. Você está disposto a ter um na garagem?

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