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Empres�rio alvo do TSE teria recebido propina ligada a campanha de Haddad

Marlene Bergamo/Folhapress
PODER - SAO PAULO - SP - Gr�fica contratada pela campanha de Dilma, sob investiga��o no TSE, com ind�cios de que n�o tem capacidade de produzir aquilo que foi declarado (R$ 1,7 milh�o)..17/01//2016- Foto - Marlene Bergamo/ Folhapress - 0717.
Gr�fica contratada pela campanha de Dilma que est� sob investiga��o no TSE

Dono de uma gr�fica investigada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ex-deputado estadual petista Francisco Carlos de Souza recebeu, segundo tr�s delatores da Lava Jato, R$ 2,6 milh�es em propina da Petrobras para pagar d�vidas da campanha de 2012 do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad (PT).

Souza, conhecido como "Chic�o" ou "Chico Gordo", � propriet�rio da gr�fica Souza & Souza, alvo de a��o na Justi�a Eleitoral movida pelo PSDB em processo que investiga a campanha presidencial da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014. A suspeita � de que a gr�fica seja uma empresa de fachada, sem capacidade de produ��o de material para campanha e emissora de notas frias.

Na Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, o acionista da construtora UTC Ricardo Pessoa e o ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro apontaram um homem apelidado de "Chic�o" como destinat�rio de transa��es para quitar despesas de campanha de Haddad, mas n�o indicaram o nome completo dessa pessoa.

Em depoimento � for�a-tarefa da opera��o, em julho de 2015, Youssef afirmou que realizou os repasses para "Chic�o" a pedido de Ricardo Pessoa. O delator disse n�o se lembrar do nome completo dele, mas deixou um n�mero de celular que bate com o de Souza, conforme apura��o da Folha.

Posteriormente, Pessoa tamb�m fechou acordo de colabora��o e confirmou as transfer�ncias. O valor, segundo ele, seria descontado da "conta corrente" de propinas devidas ao PT, abastecida com desvios da Petrobras.

Pessoa disse que "Chic�o" foi indicado como destinat�rio dos valores pelo ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto.

Segundo o ex-diretor financeiro da UTC Walmir Pinheiro, a d�vida da campanha de Haddad foi negociada diretamente com "Chic�o".

Pinheiro relatou ainda que, em reuni�o, Vaccari "afirmou que teria uma d�vida da campanha de Haddad de R$ 3 milh�es com uma gr�fica" e "perguntou se poderiam pagar essa d�vida e abater o valor na conta corrente que mantinham, decorrente das obras da Petrobras".

Ante a concord�ncia de Pessoa, Pinheiro negociou o pagamento e conseguiu reduzi-lo para R$ 2,6 milh�es.

No celular de Pinheiro, o nome de "Chic�o" estava registrado como "Chicao jvn" –em refer�ncia �s iniciais do ex-tesoureiro Vaccari.

Youssef complementou o relato, dizendo que o total do suborno foi repassado de forma parcelada em 2013, em dinheiro vivo ou transfer�ncias banc�rias feitas por uma das empresas de fachada do doleiro, a Empreiteira Rigidez.

Quebra de sigilo banc�rio mostra que em 10 de junho de 2013 a Empreiteira Rigidez transferiu R$ 160 mil para outra gr�fica ligada a Souza, a LWC Artes Gr�ficas, que pertencia a sua ex-mulher e a um irm�o dele � �poca dos repasses. De acordo com o doleiro, essa era parte da quita��o em favor de "Chic�o".

V�RIAS GR�FICAS

Nos anos 70, Souza foi metal�rgico. Na d�cada seguinte, foi fundador do PT e elegeu-se deputado estadual pelo partido. Est� no ramo gr�fico desde os anos 90, �poca em que foi dono de uma terceira gr�fica, a King Graf.

Na presta��o de contas de Haddad em 2012 est�o registradas despesas no valor de R$ 354 mil com a LWC.

Naquele ano, a LWC declarou ter prestado servi�os para comit�s de seis partidos no Estado. Foram R$ 960 mil em despesas oficiais, conforme registro no TSE. Desse total, R$ 866 mil vieram do PT.

OUTRO LADO

A assessoria de imprensa do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad (PT), a defesa do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto e a assessoria do PT negaram envolvimento em um suposto repasse de propina para quitar d�vidas de campanha do chefe do Executivo paulistano.

A assessoria do prefeito apontou que a �nica despesa da campanha de Haddad de 2012 relacionada a Souza referiu-se � gr�fica LWC, no valor de R$ 354 mil, que foi paga ainda no per�odo eleitoral.

"Os servi�os prestados pela LWC Editora Gr�fica � campanha de Fernando Haddad, em 2012, foram todos quitados durante a campanha eleitoral, como atesta a presta��o de contas registrada e aprovada no TRE [Tribunal Regional Eleitoral]", afirmou a assessoria.

Segundo o diret�rio nacional do PT, "todas as opera��es financeiras do PT foram realizadas estritamente dentro dos par�metros legais e posteriormente declaradas � Justi�a Eleitoral".

O criminalista Luiz Fl�vio Borges D'Urso, advogado do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, disse que n�o h� provas de que seu cliente tenha participado de um acerto para pagar d�vidas de campanha de Haddad com recursos il�citos, e isso ocorre porque Vaccari n�o cometeu os crimes apontados pelos delatores da Opera��o Lava Jato.

Procurado pela Folha desde segunda (26) por e-mail, telefone e por interm�dio de seu antigo advogado, Lu�s Carlos, o empres�rio Francisco Carlos de Souza n�o quis se manifestar.

Em janeiro, a respeito da apura��o do TSE sobre supostas irregularidades na campanha da chapa Dima-Temer em 2014, Souza disse que sua gr�fica prestou os servi�os pelos quais foi paga.

Para isso, segundo o empres�rio, sua gr�fica terceirizou parte dos servi�os.

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