Disputa entre Crivella e Globo pode afetar parcerias no Rio
| Ricardo Borges/Folhapress | ||
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| O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), comemora vit�ria |
O conflito entre o prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e o Grupo Globo poder� ter impacto sobre as parcerias hoje existentes da empresa com o munic�pio.
Ao longo dos oito anos da gest�o Eduardo Paes (PMDB), que deixa o cargo em janeiro, o grupo de comunica��o atuou nas �reas de educa��o, cultura e eventos da cidade.
Por meio da Funda��o Roberto Marinho, o grupo foi respons�vel pela reforma do edif�cio D. Jo�o para sediar o Museu de Arte do Rio (MAR) e pela concep��o do Museu do Amanh�, s�mbolos da revitaliza��o portu�ria.
O grupo recebeu da prefeitura R$ 89,6 milh�es pelas duas obras. A funda��o ainda participa dos conselhos dos museus, sem remunera��o.
O munic�pio tamb�m patrocina, desde 2011, a Infoglobo, empresa ligada ao grupo, na realiza��o de eventos de gastronomia, educa��o, moda, m�sica e Carnaval.
O Grupo Globo recebeu R$ 132 milh�es da prefeitura por meio da Funda��o Roberto Marinho e da Infoglobo, sem incluir pagamentos por publicidade.
A continuidade das parcerias depende de Crivella, que chamou a emissora de TV do grupo de "inimiga jurada" de sua candidatura.
Por tr�s do conflito h� a disputa entre Globo e Rede Record, ligada � Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito eleito � bispo licenciado.
De janeiro a setembro de 2016, a Globo tem ficado na lideran�a de audi�ncia no Rio, com m�dia di�ria de 17,9 pontos (cada ponto, na Grande Rio, equivale a 116,3 mil espectadores individuais).
Entre os canais de TV aberta, a Record fica em em segundo lugar com 6,9 pontos e o SBT em terceiro, com 6,7.
O prefeito eleito atribuiu � concorr�ncia entre as emissoras o que chamou de "dil�vio de inf�mias" –reportagens cr�ticas a seu respeito.
"Eles acham que, pela minha m�e ser irm� do bispo Macedo, que eu vou usar de alguma forma a minha influ�ncia para ajudar a [TV] Record. Imagina se eu vou fazer uma coisa dessa", disse ele na campanha.
Sobre o caso, a Globo disse, em nota, durante a elei��o: "A miss�o de um ve�culo jornal�stico � revelar fatos importantes, inc�modos ou n�o, envolvendo as candidaturas. A TV Globo tem feito isso de forma isenta com os dois candidatos em disputa [Crivella e Marcelo Freixo]".
No dia seguinte � vit�ria, o prefeito eleito concedeu entrevista � Record pela manh� e foi ao est�dio do SBT no in�cio da tarde. Pela primeira vez em muitos anos a TV Globo n�o exibiu uma entrevista ao vivo com o prefeito eleito.
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A escolha inicial pode se refletir tamb�m na disputa por verbas de publicidade.
A prefeitura n�o divulga a distribui��o por emissora, mas a Folha apurou que a Record n�o recebeu nada dos R$ 86 milh�es pagos em publicidade neste ano.
No ano passado, foram apenas R$ 4,5 milh�es dos R$ 105,4 milh�es gastos, enquanto a TV Globo teve cerca de R$ 23 milh�es.
Paes decidiu interromper os repasses � Record por suspeitar que a emissora estivesse favorecendo em seu notici�rio o senador, rival de seu aliado Pedro Paulo (PMDB) na disputa pela sucess�o.
Atribu�a a esse fato uma s�rie de reportagens que apontavam suspeitas sobre pol�ticos do PMDB.
Um dos pontos de disputa entre as emissoras � tamb�m a transmiss�o do Carnaval.
A Globo tem contrato at� 2019 com a Liesa (Liga das Escolas de Samba).
A emissora viveu at� meados deste ano uma crise com as agremia��es por n�o transmitir os desfiles da primeira escola de cada dia.
O conflito foi solucionado com mudan�as no tempo de apresenta��o de cada uma.
Aliados de Crivella afirmam que o prefeito eleito deve ter uma rela��o pragm�tica com o Grupo Globo.
Uma redistribui��o de verbas de publicidade, contudo, � vista como certa. Um dos principais conselheiros pol�ticos do prefeito eleito � Isaias Zavarise, ex-diretor de marketing da TV Record.
Procurados, Grupo Globo e Record n�o quiseram se pronunciar sobre o tema.
