Derrotado em Olinda, irm�o de Eduardo Campos ataca vi�va e partido

Derrotado na disputa pela Prefeitura de Olinda (PE) no segundo turno, o advogado e escritor Ant�nio Campos, irm�o do ex-governador Eduardo Campos, deu in�cio nesta semana n�o apenas a uma crise no PSB pernambucano, mas tamb�m na fam�lia.

Tonca, como � conhecido, se diz inconformado com a falta de apoio da legenda e de parentes na campanha. Disparou cr�ticas a todos, inclusive a Renata Campos, vi�va do ex-governador de Pernambuco, morto em um acidente a�reo em 2014.

� Folha, referiu-se � ex-cunhada como "ingrata" e a acusou de fazer indica��es nos quadros nos Executivos do Recife e de Pernambuco. "Ela deveria explicar a quantidade de cargos que tem nos governos estadual e na prefeitura", disse Tonca.

O candidato derrotado disse tamb�m que a influ�ncia de Renata sobre o partido come�ou ap�s a morte do ex-governador de Pernambuco, que antes comandava sozinho a legenda. "Quem sempre mandou foi Eduardo Campos. Ele fazia de conta que ouvia Renata, assim como fazia de conta que ouvia outras pessoas. Mas quem decidia era ele", afirmou na entrevista ap�s a derrota.

Como exemplo, citou a elei��o da m�e dele, Ana Arraes, a deputada federal, em 2007. "Eduardo mandava. Ela foi contra a candidatura de minha m�e a federal. Eduardo bateu na mesa e decidiu."

Na entrevista que concedeu aos jornais locais, Antonio Campos falou da possibilidade de a ministra Ana Arraes deixar o TCU (Tribunal de Contas da Uni�o) para encarar uma disputa majorit�ria daqui a dois anos.

"N�o a vejo feliz como ministra do TCU, mas, falando de pol�tica com um brilho nos olhos muito forte. Mas s� teria sentido [uma eventual candidatura de Ana Arraes] a um cargo majorit�rio para servir ao povo de Pernambuco", afirmou.

Ant�nio diz ainda que o governador de Pernambuco, Paulo C�mara (PSB), lhe deu apenas apoio protocolar e fez cr�ticas n�o s� a ele, mas a seu entourage e ao PSB local.

"S�o arrogantes e novi�os na pol�tica. N�o querem uma nova lideran�a. Querem que os atuais permane�am, ir apagando devagar a imagem de Eduardo", disse Tonca.

O advogado tamb�m disse que vai ingressar com uma a��o para que seja investigado o suposto monitoramento de sua campanha por homens da Casa Militar do governo de Pernambuco.

Na pr�xima segunda-feira (7), Ant�nio Campos pretende se encontrar com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para tratar da pol�mica partid�ria. Na ocasi�o, vai entregar uma carta em que detalha a confus�o.

"Sou candidato em 2018 [a deputado federal]. Vou lutar por dentro do partido para que ele mantenha-se fiel �s ra�zes", disse o irm�o de Eduardo Campos.

Ant�nio Campos disse querer continuar no PSB, mas n�o descartou trocar de legenda para levar seu plano pessoal adiante.

"Tem alguns me chamando", afirmou, citando como exemplo PSDB, Rede e PV.

A elei��o em Olinda foi vencida pelo candidato Professor Lup�rcio (SD).

OUTRO LADO

Renata Campos e Paulo C�mara n�o quiseram comentar as declara��es de Ant�nio Campos. Pessoas pr�ximas a eles, no entanto, minimizaram as cr�ticas do irm�o de Eduardo Campos.

Disseram que a rea��o do candidato derrotado j� era previs�vel e que n�o houve empenho do PSB local por quest�es de arranjos pol�ticos. Em Olinda, Tonca enfrentou o PC do B, aliado dos pessebistas em Pernambuco. O partido tem, por exemplo, a vice-prefeitura do Recife.

O PC do B � um aliado hist�rico do PSB de Pernambuco e era de Eduardo Campos. Segundo um aliado de Paulo C�mara, se Eduardo estivesse vivo, n�o deixaria que Tonca sa�sse candidato contra Luciana Santos, presidente nacional do PC do B, tamb�m derrotada em Olinda.

Em nota, o PSB disse discordar das declara��es de Ant�nio Campos. "� princ�pio b�sico da democracia respeitar o resultado das urnas", diz o comunicado oficial.

A Casa Militar informou que "n�o se envolve em processos eleitorais".