Fotógrafa mostra tranformação após perder 50 quilos: "Quero inspirar e encorajar outras mulheres"

O processo não foi simples. "Passei dois anos tentando o processo natural de emagrecimento, mudanças de hábitos alimentares, colocando exercícios na minha rotina, mas sempre foi um grande desafio. Eu perdia um pouco de peso e reganhava tudo de novo. Chegou uma hora que eu já estava mentalmente esgotada de tentar", admite.

Ela acabou optando por passar uma cirurgia bariátrica em conjunto com as demais ferramentas que já praticava. Hoje, aos 29 anos e com 50 quilos a menos, segue firme nas atividades físicas e compartilha seus altos e baixos com cerca de 250 mil pessoas que a acompanham no Instagram.

"Assim que completei três meses de cirurgia me matriculei em uma escola de vôlei de areia, era meu sonho jogar vôlei. Tracei um plano com meu professor da academia, cada dia estou ganhando mais resistência na musculação, isso me deixa muito feliz. Consegui recuperar todo o gosto pela musculação que tinha na adolescência. Aos finais de semana eu arrisco pedalar ao ar livre, e vou colocando algumas metas de distâncias".

Esllin desenvolveu obesidade após os 20 anos, com a rotina e pressão da vida adulta. "Hoje eu entendo que por uma questão da minha criação eu desenvolvi algumas compulsões. Tudo foi sempre restrito em casa, por conta da situação financeira mesmo, aí quando eu comecei a ter mais acesso a alguns alimentos foi perdendo meu controle e ganhando peso", lembra a fotógrafa.

Seu peso, no entanto, nunca a impediu de se arrumar, tirar fotos e se achar linda no espelho. "Eu estar gorda não era algo que me tirava a vontade de viver, eu vivia com dificuldades, com limitações, mas sempre fui muito feliz", afirma. "É inevitável não falar que com 50kg a menos eu consigo fazer e ter acesso a muitas outras coisas. A autoestima melhorou, o simples fato de achar facilmente uma calça jeans é algo inexplicável", confessa.

Como tantas pessoas, a fotógrafa não escapou de vivenciar situações de gordofobia. "Quando eu trabalhava em uma empresa com mais pessoas, um grupo de colegas estavam agitando um passeio de paraquedas e uma das meninas, sem perguntar da minha vontade, me excluiu da organização do passeio por especular que eu pesava mais de 100kg e o paraquedas não me aguentaria", lembra.

Além disso, não foram poucas as vezes que sofreu críticas nas redes sociais. "Quando estava no processo natural e não conseguia resultados, chegaram a falar que eu queria continuar no peso que estava para não perder minha área de conteúdo", lamenta. "Eu acredito que nos temos o poder de sermos negativas e positivas e isso vai definir como vamos vivendo nossas vidas".

"Para mim a disposição é algo surreal. Me sinto uma supermulher pela manhã. Acordo disposta, empolgada e animada para enfrentar o dia. Respiração, fôlego, dores no corpo, era algo que me pegava muito", diz. "Eu tenho um problema nos pés, que são planos, e isso me rendia muitas dores o dia todo. Hoje não sinto mais nada. Tive algumas quedas de vitaminas, o que é super normal, mas sigo suplementando certinho".

As mudanças se refletem também em seu desempenho profissional. "Sinto que hoje estou no meu melhor momento, voando. Depois desse processo de emagrecimento lancei dois projetos autorais com fotografia, trabalhei em mais alguns e expandi meu estúdio. Hoje ele é um dos maiores do Brasil e é o maior estúdio para gestantes. Por várias vezes fui vencida pela falta de disposição", lembra.

Hoje, para seus 250 mil pessoas no Instagram, ela compartilha fotos e vídeos com antes e depois e de sua rotina de exercícios, além de fotos de momentos em família e de trabalhos. "Tenho muita facilidade em me conectar com as pessoas, sempre fui boa em falar. Acredito que a minha verdade fala mais alto do que eu mesma, e como faço tudo de coração, faz as pessoas se sentirem mais próximas de alguma forma", afirma.

"Mostro o meu processo, mostro dias bons e ruins, mostro que somos capazes de tudo, que somos donas das nossas escolhas, e que temos o poder de ser positivas. No final, tudo depende de nós, dar o nosso melhor tem que ser o mínimo, tem que ser natural e leve", continua.

Entre seus sonhos, está criar uma comunidade de mulheres que estão dispostas a passar por uma transformação. "Vim de família pobre, não tive oportunidades, com isso arrisquei e bati muito a cabeça, vejo oportunidade em fazer outras mulheres voarem também", diz. "Acredito que esse seja meu maior propósito da vida: inspirar, encorajar e transformar outras mulheres".