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Rico é quem tem tempo. Será? Essa frase, assim como tantas outras que vem sendo repetidas em eco, se pararmos para ler e questionar muitas delas, não se sustentam. Pelo menos não sempre. Entendo que nessa frase, a palavra riqueza está sendo usada no sentido figurado, de riqueza como satisfação, realização e não riqueza financeira.

Partindo desse pressuposto, sigo incomodada com essa afirmação. Há quem diga: "Mas, Tati, ter tempo é a melhor coisa do mundo." A isso eu responderia: "Diga isso a um desempregado que está desesperado ou a alguém que não sabe o que fazer com o tempo e sente um enorme vazio." Então, uma seguidora entusiasmada com o tempo recém-adquirido me disse: "Saí de um emprego que estava infeliz e hoje tenho tempo, e estou mais feliz, mesmo que não tenha tanto dinheiro."

E é aí que digo: a plenitude, no meu ponto de vista, não vem do tempo! Se assim fosse, todos que tivessem tempo estariam felizes. Esse sentimento de riqueza de espírito vem quando sentimos que temos escolha. Seguindo os exemplos acima, quando uma pessoa se demite ela escolhe, mas quando uma pessoa é demitida, não existe escolha.

Aí trago para minha vida e abro mais um divã: hoje eu tenho pouco tempo livre. Mas me sinto em um dos momentos mais potentes da minha vida, pois cada minuto do meu dia é gasto com algo que alimenta meu propósito. Onde emprego meu tempo foi escolhido por mim e trabalha a favor do meu legado.

Tatiana Loureiro conta experiência em retiro de Dr. Joe Dispenza — Foto: Arquivo Pessoal
Tatiana Loureiro conta experiência em retiro de Dr. Joe Dispenza — Foto: Arquivo Pessoal

Não me entendam mal, ter tempo é maravilhoso. E sem dúvida, quando temos tempo, nossas possibilidades de escolha se ampliam, mas o tempo por si só não traz plenitude. Ao passo que quem tem escolha pode, inclusive, abrir tempo em sua própria vida e atingir todo seu potencial fazendo o que bem entender com seu tempo.

Sei que essa reflexão poderia ainda dar muitas voltas, mas vou abreviá-la e dizer que prefiro falar que “rico é quem tem escolha”, afinal, mesmo quem não tem tempo ou dinheiro ainda assim pode ter, em maior ou menor grau, escolha.

E agora entro onde queria chegar: E quando essa escolha é ilusória? E quando usamos nossas escolhas para repetir o passado? Aí tem quem diga: “Mas essa escolha é da pessoa”. Mas e quando a pessoa não sabe que está escolhendo reproduzir o passado? Aí, na minha opinião, deixa de ser uma escolha.

E como eu quero ajudá-los a ter escolhas de verdade, queria introduzir o Dr. Joe Dispenza, com quem tive o privilégio de passar quatro dias aprendendo e vivendo seus ensinamentos de uma maneira que nunca irei esquecer. Ele é autor de vários livros, incluindo dois que li e recomendo: “Quebrando o hábito de ser você mesmo” e “Como se tornar sobrenatural”.

Ele é conhecido por seu trabalho na área da neurociência, neuroplasticidade, epigenética e física quântica. A base de seu pensamento envolve a ideia de que é possível reprogramar o cérebro e criar mudanças significativas em nossas vidas por meio da aplicação de técnicas de meditação, visualização criativa e o entendimento do funcionamento do cérebro.

Agora vou explicar como isso funciona na prática e como afeta nossas “escolhas” (entre aspas mesmo). Quando vivemos uma situação, automaticamente uma emoção é sentida e libera várias substâncias químicas em nosso corpo. Essas emoções marcam nossas experiências de forma que quando vivemos uma experiência semelhante, nosso cérebro busca o que já sentimos e antecipa como vamos nos sentir antes mesmo da situação ocorrer.

Trazendo para o universo empreendedor, imagine que você se desentendeu com uma pessoa do seu time. Quando estiver chegando no trabalho, o simples fato de pensar nessa pessoa já vai desencadear uma série de sentimentos e já vai mudar a química do seu corpo, e mesmo que você nem sequer cruze com essa pessoa, para o seu corpo a situação já ocorreu uma vez, uma série de substâncias químicas já foram produzidas e seu humor já foi alterado. Ao chegar no trabalho, você já vai lidar com o seu dia com esse corpo e humor alterado, e as chances de reproduzir situações semelhantes às já vividas aumentam. Nesse sentido, o seu corpo baseado em experiências antigas está controlando como você responderá às novas situações. Dessa maneira, você enxerga o mundo não como ele é, mas como você é e como está se sentindo.

A escolha nesse panorama torna-se ilusória. Sei que é complexo e não tenho a pretensão de explicar em profundidade o trabalho extenso e complexo do Dr. Joe. O ponto que quero trazer à luz é como podemos romper esse círculo vicioso. Nas palavras de Dr. Joe: "Se você não consegue pensar mais e para além do que sente”, então também está pensando no passado. Se essas emoções familiares influenciarem as escolhas que você fizer nesse dia ou os comportamentos que exibir, você vai parecer previsível e sua vida vai continuar igual”.

Tatiana Loureiro fala de experiência em retiro — Foto: Arquivo Pessoal
Tatiana Loureiro fala de experiência em retiro — Foto: Arquivo Pessoal

Falo por mim. Às vezes acordo chateada ou irritada por algo que aconteceu ou com medo de algo que não aconteceu, mas que já prevejo pelas minhas experiências negativas do passado, e sou tomada pelo medo ou mal humor e todo meu dia fica contaminado. E mesmo sabendo de toda a teoria - sou psicóloga de formação, lembram? - às vezes fica difícil controlar minha mente quando meu corpo está tomado pelo estresse e o estado de alerta do “matar ou morrer”. Quanto mais penso que não posso pensar em algo, pois sei dos efeitos que isso causa no meu corpo, parece que mais fico presa aos mesmos pensamentos afff.

É nesse momento que entra a meditação. Quando meditamos, nossas ondas cerebrais mudam de frequência beta para alpha e de alpha para Theta. Quando isso acontece, as mesmas defesas responsáveis por buscarem respostas conhecidas para responder a problemas novos também se dissolvem. Estados de menos alerta nos abrem para o universo quântico de possibilidades infinitas e não mais somente àquelas já vividas. Grosso modo, ao meditar você “embriaga” seu cérebro e ele se sente mais livre e corajoso para buscar novas soluções, aquelas que, se você pensasse em estado 100% desperto, logo as abandonaria por julgá-las sem cabimento ou proibidas pela sociedade, pela religião ou pelo julgamento (seu ou dos outros).

Tatiana Loureiro registra selfie com Joe Dispenza — Foto: Arquivo Pessoal
Tatiana Loureiro registra selfie com Joe Dispenza — Foto: Arquivo Pessoal

Mas você já parou para pensar que tudo que não tem cabimento é porque não cabe na parte consciente do seu cérebro? Aquele mesmo cérebro racional que, para caber, busca referências em algo que você já tenha vivido, algo do passado e aí voltamos àquele círculo vicioso do qual falei. Mas agora que vocês já sabem que algo pode não ter cabimento no nosso cérebro consciente, mas pode ter total cabimento no nosso cérebro subconsciente, é “só” acessar esse subconsciente!

Nesses quatro dias que estive com o Dr. Joe Dispenza, meditei, relaxei e pude acessar partes de mim que nunca vivi e projetar um futuro muito mais amplo e que corresponda aos meus sonhos e não um que apenas reproduza meu passado. Não me entendam mal, o passado é maravilhoso, pois me trouxe até aqui, mas para aqueles que querem ir além terão que buscar uma nova fórmula...

Então, para aqueles que realmente querem ampliar as possibilidades da sua vida, acessar os 95% do nosso cérebro não me parece uma má ideia. E a meditação é uma forma relativamente simples de fazer isso. Toda vez que baixamos nossa frequência, preparamos nosso cérebro para a tomada de decisões partindo de um lugar de tranquilidade e infinitas possibilidades. Ao passo que quando tomamos decisões sob efeito do estresse, normalmente tomamos a pior decisão. Pois a cabeça estressada sempre escolhe algo para nos tirar de uma situação, ela é baseada na fuga e esquiva e não na criação. É como fazer supermercado quando estamos com fome. O que vai entrar no seu carrinho é totalmente diferente do que quando vai às compras pensando em se nutrir, em fazer uma compra planejada e balanceada.

Deu para entender que fazer escolhas reais requer dedicação. Todo mundo quer ser rico e ter escolhas, mas nem todos estão dispostos a ter a disciplina que isso exige, mas isso é tema para outro divã. A boa notícia é que ter escolhas e disciplina está ao acesso de todos, é só fechar os olhos... e meditar.

Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil.

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