Negócios

Por Liliane Rocha (@lilianerochaoficial)

Lembro-me de participar, quando jovem, de rodas de conversas nas quais me questionavam sobre a existência, em termos populacionais, de mais homens homossexuais em relação a mulheres homossexuais. De fato, quando pensamos em visibilidade na mídia ou mesmo entre amigos e colegas próximos, é muito provável que venham à mente mais referências de homens gays do que de mulheres lésbicas.

Não à toa, me lembro de pelo menos seis presidentes de grandes empresas autodeclarados homossexuais, mas me recordo de apenas uma mulher na presidência, o que corrobora com o fato de que a interseccionalidade é sempre um fator crucial na vivência social. Neste sentido a soma de fatores de gênero (mulher) e orientação sexual (lésbica), se convertem em uma dupla opressão.

Afinal, no geral, já temos menos mulheres na liderança das empresas, então como não teríamos menos mulheres homossexuais, com deficiência, com mais de 50 anos, LBTs (lésbicas, bissexuais, transgêneras) e assim por diante, também em postos de tomada de decisão?

Neste sentido, e como forma de destacar o Mês da Visibilidade Lésbica, em que temos dois dias (19 e 29 de agosto) criados para lembrar e reafirmar a luta por direitos iguais dessas mulheres, quero lançar luz sob o termo Lesbofeminismo. Em linhas gerais, se trata de uma abordagem teórica que entende a heterossexualidade como regime político e não somente como orientação sexual. Há ainda quem afirme que o movimento LGBTQPIAN+ em si enterrou o movimento lésbico, por isso, entendo que este é o momento para trazer questões importantes sobre diversidade sexual feminina.

Este movimento de apagamento aconteceu, sobretudo, em países como o Brasil e os demais da América Latina, nos quais o preconceito e os vieses em virtude do gênero são latentes e, por que não dizer, violentos? Lembro-me de ter ficado impressionada ao conversar com uma ativista lésbica australiana que me trouxe, com tanta clareza, os conhecimentos e pensamentos sobre gaytriarcado, tão pouco discutidos no Brasil. Isso me levou a refletir não sobre o comportamento individual de homens gays, pois não se trata disso, mas de um sistema de opressão estrutural e estruturante que faz com que, no contexto LGBTQPIAN+, assim como em outros, a narrativa do homem branco, cisgênero, porém gay, siga orquestrando a narrativa de todo um movimento.

Na primeira vez em que abordei este tema em um artigo, precisei explicar para uma série de homens gays, que me escreviam se opondo aquele conteúdo, que o gaytriarcado, assim como o machismo, o racismo e a LGBTfobia, eram estruturais e que, portanto, o texto não se tratava de uma crítica, mas sim de um movimento de ampliação de conhecimento e consciência para que todos pudessem atuar de forma mais consciente em relação aos acontecimentos do dia a dia, fosse no âmbito pessoal, empresarial ou – de forma mais abrangente – de construção de um país.

O amor e as relações afetivas entre mulheres seguem sendo um espaço de resistência dentro do patriarcado e de uma sociedade falocêntrica, e, por isso, como sempre, utilizo os marcos simbólicos, que são datas de luta e letramento, como forma de reforçar a importância de algum tema, portanto, neste mês não poderia deixar de convocar a sociedade e o empresariado para atuar com atenção especial as mulheres dentro das suas iniciativas de diversidade e diversidade sexual. Enquanto não tivermos igualdade de gênero, empoderar mulheres atentando para as suas respectivas interseccionalidades será sempre um ato de coragem.

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